26a MCT: experimentações e testemunhos emocionantes na produção universitária e de cursos de cinema
As sessões Formação têm como objetivo mostrar filmes oriundos de escolas de cinema, de cursos universitários de Comunicação e Audiovisual ou de oficinas de fazer cinematográfico espalhadas pelo Brasil. Em duas sessões teremos filmes de diferentes escolas e universidades brasileiras (de estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará e Minas Gerais, e até de Cuba) que testemunham a pujança da produção universitária brasileira e sua capacidade em dialogar com temas e formas do cinema brasileiro e mundial.
A primeira sessão, realizada em 26 de janeiro, dentro da programação da Mostra de Cinema de Tiradentes, exibiu Fagulha, de Jessica Menzel e JP Siliprandi, animação de cunho ecológico em que a personagem principal (uma chama de fogo) percorre momentos da história entre construção e destruição, leitura poética de um elemento que pode servir de maneira positiva ou negativa.
“Esse longa é o meu trabalho de conclusão e representa muito para mim estar com ele em Tiradentes”, disse o diretor.
Em Mecanismo, de Isaac Morais, Gabriel Lima e Maria Beatriz, é fotofilme assombrado por imagens de cinema (Chris Marker, Lumière, Charles Chaplin). Entrando pelos caminhos da distopia, o filme comenta a situação de um trabalhador utilizado e exaurido pela máquina do trabalho.
“Essa produção foi feita numa cadeia totalmente experimental e estamos muito felizes de estar aqui na Mostra”, disse o diretor.
Continuando no campo da animação, Ciclo, de Isadora Grillo Polatscheck, revisita lendas indígenas no hemisfério norte, num filme sobre guerreiros e magias.
“Que bom que estamos nesse momento de renovação e reconstrução do audiovisual. Foi um prazer fazer esse filme e estar aqui”, completou a diretora.
Já o filme sanc_pc1317_03_01_a_1 – versão 2 (título bem enigmático), de Henrique Amud & Hakaima Sadamitsu, é um filme experimental radical que questiona as imagens, sua capacidade de comunicação e produção de envolvimento emocional, além de problematizar lugares-comuns da crítica de cinema brasileira.
A sessão terminou com Meu Outro Nome É Luiza, de Anna Luísa Hartmann, documentário ensaístico sobre uma atriz. Dito assim, o plot não teria muito interesse se não fosse a alta capacidade da atriz principal de se autofabular, controlar sua imagem e, juntamente com a diretora, de inseri-la dentro de uma linhagem de imagens de atrizes que tanto motivaram imaginários pelo mundo afora.
Saiba mais sobre a 26ª edição da Mostra de Cinema Tiradentes em nossa cobertura completa.