Fernanda Farah, do BNDES: “Precisamos potencializar o investimento na comercialização de nossas obras audiovisuais”
O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) apoia a produção audiovisual nacional há mais de 20 anos. A instituição começou com o Edital de Cinema e depois, em 2006, com a criação do DECULT (Departamento de Economia da Cultura), o apoio ao setor audiovisual ficou ainda mais consolidado.
Ao todo já foram desembolsados mais de R$ 600 milhões para o setor. No Edital de cinema foram mais de 400 filmes e no Procult cerca de 30 empresas apoiadas.
Em entrevista especial ao Prodview, Fernanda Farah, gerente do Departamento de Economia da Cultura do BNDES, comenta os principais gargalos do mercado audiovisual e a relevância desse segmento para a instituição.
Para ela, os principais gaps são a falta de previsibilidade do fluxo de caixa das empresas, visão de negócios, profissionalização, gargalos de mão de obraqualificada e acesso a linhas de financiamento de capital de giro e de plano de negócios.
“Precisamos potencializar o investimento em marketing e comercialização de nossas obras. Muito importante, também, é a capacitação e a troca de conhecimento. A dica é buscar parcerias estratégicas que potencializem a vantagem competitiva, parcerias entre produtoras e com os diversos elos da cadeia. Por exemplo, parcerias com canais, distribuidores, players internacionais e investidores. Um elo fortalece o outro”, reforça a profissional.
O BNDES, recentemente, lançou o Edital de Cinema 2018, no valor de R$ 15 milhões e pretende concluir a seleção ainda neste ano. Vale destacar a categoria de curtas de animação (5 projetos) que é recém-criada. Além disso, serão apoiados projetos de ficção (comercial e autoral), animação e documentários.
“Continuamos oferecendo linhas de crédito de longo prazo para todos os elos do setor e estamos trabalhando no desenvolvimento de novos produtos que devem ser lançados até o final do ano”, acrescenta Fernanda Farah.
Sobre economia criativa, o setor é visto como uma indústria, (inclusive, em 2013, superou a Industria Farmacêutica, chegando a 0,54% do PIB do Brasil). “Todos os elos da cadeia produtiva compõem essa indústria e são formadores de renda, de empregos e capazes de gerar desenvolvimento e externalidades para o País e sua população”, finaliza a gerente.