Série “Causando na Rua” mostra ações de coletivos em espaços públicos. Direção geral de Tata Amaral
O segundo episódio da série Causando na Rua, dirigido por Caru Alves de Souza, que acompanha o time de futebol de várzea da zona leste de São Paulo, através dos coletivos Okupa Alcântara Machado e Narra Várzea foi ao ar no último sábado dia 06/07, às 20h, no canal CNEBRASil.TV.
Formado por moradores de rua de três ocupações da região da Radial Leste em São Paulo (São Martinho, Alcântara Machado e Cimento), o time Corote e Molotov faz um manifesto pelo Direito à Cidade e chama a atenção para o futebol de várzea que vem sofrendo com a especulação imobiliária e a privatização dos “terrões”. A partida de futebol é narrada pelo coletivo Narra Várzea, grupo composto por narradores de jogos de várzea.
Com direção geral da cineasta Tata Amaral, a série, que é composta por 13 episódios de 26 minutos cada, sendo dez assinados pela diretora Caru Alves de Souza (SP) e três por Mari Palumbo (Recife), mostra ações de coletivos no espaço público nas cidades de São Paulo e Recife com o objetivo de “causar” e propor uma reflexão sobre as diversas formas de ocupar esses espaços através das ações de múltiplos artistas.
A produção é da Tangerina Entretenimento em parceria com o Canal CineBrasilTV, com apoio do BRDE – Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul, FSA – Fundo Setorial do Audiovisual e Ancine – Agência Nacional de Cinema.
CAUSANDO NA RUA – 2ª TEMPORADA (próximos episódios)
Dia 20/07 – Terminal 10mg por Grupo Mexa – direção de Caru Alves de Souza
Coletivo formado por artistas LGBT+, que através de táticas performativas realizam cenas definidas e improvisadas dentro de um trajeto, feito dentro de ônibus coletivos, criadas a partir de depoimentos dos integrantes do grupo, em sua maioria mulheres trans que vivem em centros de acolhidas na região central da cidade de São Paulo.
Dia 27/07 – Encruzilhada por Fragmento Urbano – direção de Caru Alves de Souza
Grupo de dança de jovens de Guaianazes, extremo leste de São Paulo, que une danças urbanas a procedimentos de dança contemporânea, concebido para atuar no espaço urbano. Unindo a dança à uma investigação da corporeidade periférica afro-orientada, tensionam o espaço público buscando ressaltar a heterogeneidade social, étnica e social presentes na zona urbana.
Dia 03/08 – Praia do Baobá por Coletivo Praias do Capibaribe – direção de Mari Palumbo
A cidade do Recife é cortada pelo Rio Capibaribe, que evocada por Manuel Bandeira passou a ser o “cão sem plumas” de João Cabral de Melo Neto. O coletivo busca, através da montagem de uma praia à beira do poluído rio, conscientizar a população de sua importância e resgatar, por meio de atividades lúdicas, o convívio da população com suas margens.
Dia 10/08 – Mulheres na Rua por Coletivo Deixa Ela em Paz- direção de Mari Palumbo
Coletivo feminista situado em Recife-PE, faz intervenções urbanas, como colagem de lambe-lambe, para transformar a realidade cotidiana das mulheres e suas vivências nas cidades buscando o enfrentamento ao machismo e à discriminação de gênero.
Dia 17/08 – Batalha de MCS por Batalha do Terminal – direção de Mari Palumbo
Na periferia de Recife, no bairro da Água Fria, acontece a Batalha do Terminal, uma batalha de MCs que promove o hip hop nas comunidades e contribui com a formação cultural dos jovens periféricos. Segunda maior batalha da cidade, pretende difundir a conquista do espaço público e resistência nas ruas através das rimas, entendendo o Hip Hop como agente de transformação.
Dia 24/08 – Humildade Sem Falsidade por Exorcity – direção de Caru Alves de Souza
Uma das turmas de pixadores mais antigas de São Paulo, o Exorcity é uma referência do pixo na capital. Através de uma atitude essencialmente transgressora colocam seu nome nos muros de uma cidade que os quer esquecer, lembrando a todos que a cidade é de que a ocupa.
Dia 31/08 – Corpos de Saia por Coletivo Bichx Soltx – de Caru Alves de Souza
Formado no extremo leste de São Paulo, no bairro do Itaim Paulista, usaram a letra “X” no lugar do “a” ou “o” para afirmar a diversidade, buscar a desconstrução de gênero e disseminação e desmistificação da cultura LGBT+ na periferia. A apresentação une performances que versam sobre a cultura LGBT+ e o Candomblé, religião da maioria dos integrantes do grupo.
07/09 – Vela na Billings por Navegando nas Artes – de Caru Alves de Souza
No Grajaú, as margens da Represa Billings, o coletivo promove a inclusão de jovens do bairro através de aulas de navegação nos barcos a vela, grafitadas por artistas locais. Através da prática esportiva e artística pretendem lançar um novo olhar para o reservatório, para a sua importância e para a necessidade de sua preservação.
Dia 14/09 – Sobre Linhas por Ser à linha_do – de Caru Alves de Souza
A necessidade de conexão entre as pessoas nos grandes centros urbanos é encarnada na performance da artista Tamara Faifman, que conecta as pessoas que passam na rus através de uma linha enquanto escreve e declama um poema em seus corpos.
Dia 21/09 – Xadrez sem Muros por Xemalami – de Caru Alves de Souza
O grupo de RAP Xemalami faz uma analogia entre os peões do xadrez e os habitantes de zonas periféricas de São Paulo afirmando que “os peões não podem recuar”. O projeto “Xadrez sem Muros” une grafite, hip hop e um xadrez gigante com o objetivo de instrumentalizar o jovem periférico a lutar contra as opressões do dia-a-dia através da palavra e do desenvolvimento do raciocínio lógico.
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