Ecad confirma presença menor das mulheres no mercado musical mesmo com crescimento
O Ecad – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, entidade responsável pela arrecadação e distribuição dos direitos autorais das músicas aos seus autores, declarou em comunicado oficial que a presença feminina cresceu no mercado musical, mas ainda é menor do que a presença masculina.
A análise foi realizada por meio de pesquisa no banco de dados do Ecad e considera os rendimentos destinados às mulheres nos últimos cinco anos em diferentes segmentos de execução pública, incluindo shows, rádio, música ao vivo, TV e streaming, entre outros. Embora os valores destinados às mulheres tenham apresentado crescimento, os valores ainda são baixos se comparados aos destinados aos homens: representando somente 8% do total distribuído para todas as músicas nacionais cadastradas.
“Ter conhecimento do mercado é fundamental para que possamos modificar esse cenário. Eu sou uma mulher que atualmente trabalha com música e consigo perceber o quanto a participação feminina pode contribuir para o crescimento da economia criativa. Espero que esses dados possam mudar em breve e que a mulher conquiste cada vez mais o seu espaço”, explicou a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim, em comunicado.
Em 2015, o Ecad distribuiu R$ 26,1 milhões em direitos autorais para mulheres que atuam como compositoras, intérpretes, instrumentistas e editoras no país. Em 2019, esse valor saltou para R$ 32,8 milhões, um aumento de 25,6%. Pesquisando somente os valores destinados às compositoras, esse número cresce de R$ 17,6 milhões, em 2015, para R$ 21,7 milhões em 2019, uma alta de 24,1%. Essa é uma vitória a ser comemorada como um passo na direção da equidade.
Além disso, as mulheres profissionais da música continuam a aumentar sua presença. Em 2015, 15,2% dos cadastros feitos no banco de dados do Ecad eram de mulheres, enquanto em 2019 os novos cadastros femininos já responderam por 17,6% do total.