Nova série de TV retrata a autora de “A Mística Feminina”
Pode parecer mera coincidência, mas não se trata disso: basta analisar a história. Em março de 2020, quando “A mística feminina” completou 50 anos de sua publicação original, a Editora Rosa dos Tempos relançou a obra com textos inéditos da autora e ativista da causa feminista, Betty Friedan. Agora, neste mesmo ano, FX e Hulu se uniram para lançar um audacioso projeto, a série Mrs. America, que retrata um cenário parecido com o que vivemos na conjuntura política internacional e, particularmente, no Brasil: uma onda de conservadorismo e movimentos anti-direitos. Não é por acaso que a obra voltou às prateleiras agora e também não foi o acaso que fez com que “A mística feminina” e Betty Friedan, vivida por Tracey Ullman, aparecessem como protagonistas da série, que tem produção de Cate Blanchett e Sarah Paulson.
O livro “A mística feminina” é considerado um marco inicial da segunda onda do movimento feminista nos Estados Unidos. A autora, Betty Friedan, uma das principais fundadoras da Organização Nacional para Mulheres, fez parte da transformação do cenário político que ocorreu nas décadas de 1950 e 1960. Na série, antagonista ao movimento, a conservadora Phyllis Schlafly (vivida por Cate Blanchett) tem uma vida política frustrada, e encontra na luta contra o movimento por direitos iguais um objetivo de vida. Na série, este momento é retratado pelo contato de Phyllis com o livro de Betty Friedan, ao recebê-lo em casa, o que lhe motiva a lutar contra as mulheres.