15ª CineOp conta com três eixos temáticos: educação, história e preservação
*Por Jonathan Felisberto
A cidade mineira de Ouro Preto é conhecida por sua arquitetura barroca, patrimônio mundial pela UNESCO. É neste palco repleto de história que acontece anualmente a Mostra de Cinema de Ouro Preto, a CineOp. Devido à pandemia de COVID-19, a mostra ocorrerá pela primeira vez em ambiente virtual por meio do site www.cineop.com.br com toda a sua programação disponibilizada gratuitamente.
O ambiente é digital, porém, a mostra continua sua vocação em considerar o cinema como patrimônio histórico e a preservação do audiovisual. Com tal missão, os fundadores da mostra visam uma análise do passado para uma melhor compreensão da atualidade para, desta forma, pensar estrategicamente o futuro. A 15ª Mostra de Cinema de Ouro Preto celebra na edição de 2020 os 70 anos da televisão brasileira.
A 15ª CineOp está estruturada em três eixos temáticos: educação, histórica e preservação.
A abertura ocorreu nesta quinta-feira, 03, com apresentação destes três eixos. Na temática Preservação, “Patrimônio Audiovisual: Acervos em Risco e Novas Formas de Difusão” é o tópico central. Na Temática Histórica, “Cinema de Todas as Telas” e, por último, na temática Educação, “Telas e Janelas, Tempo de Cuidado, Delicadeza e Contato”. Com o desafio de trazer a mesma experiência física para o ambiente digital, a programação da CineOp terá mais de 100 filmes disponíveis na internet a partir da última sexta-feira (4).
A mostra ainda reúne um extenso catálogo de longas-metragens com destaque para “A Jangada de Welles”, documentário que narra os incidentes com jangadeiros durante a viagem de Orson Welles pelo Brasil em 1942. “Banquete Coutinho”, direção de Josafá Veloso, faz uma análise holística sobre a obra de Eduardo Coutinho. Do mesmo saudoso diretor, “Theodorico, o Imperador do Sertão” também está na agenda da mostra, sendo um documentário exibido pela primeira vez em 1978 no Globo Repórter. “Meu Nome é Daniel” é uma autobiografia do diretor Daniel Gonçalves em que trata de seu diagnóstico de uma deficiência ainda desconhecida. Outro destaque é “José Aparecido de Oliveira – O Maior Mineiro do Mundo”, de Mário Lúcio Brandão Filho, que relata a vida e trajetória do jornalista, político e embaixador José Aparecido de Oliveira.
Curtas-metragens também ocupam lugar de destaque na mostra com títulos que fazem jus ao período de isolamento durante a pandemia que boa parte da população ainda vivencia: “1095 dias de quarentena” de Heloise Fernandes, “Esperança Quarentena” de Vitória da Silva Prudenciano, “Fragmentos de um tempo só” de Shirley Riberlo são alguns exemplos. Além destes, outras curtas de Tadeu Jungle permitem uma análise da sociedade brasileira já na tão longíqua década de 80: “Quem Kiss Teve” exibe o fenômeno cultural provocado pela banda Kiss em sua passagem pelo país naquela década. “Hérois 2” traz diferentes recortes sociais misturando personagens fictícios e depoimentos reais do poeta Roberta Piva e do Cardeal D. Paulo Evaristo Arns.
A 15ª CineOp também contará debates e atrações musicais. Confira a programação completa neste link.