Começam hoje (29) a 14ª Mostra CineBH e o fórum de mercado 11º Brasil CineMundi

Organizados pela Universo Produção, começam hoje (29/10) dois eventos do audiovisual: 14ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o fórum de mercado 11º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting. Ambos os encontros serão realizados digitalmente, de maneira gratuita, entre 29 de outubro e 2 de novembro.

Segundo conteúdos e comunicados da Universo Produção, serão cinco dias de atividades, com 54 filmes nacionais e internacionais em pré-estreias e mostras temáticas, (14 longas, 4 médias e 35 curtas), de 12 estados brasileiros (AL, BA, CE, ES, GO, MA, MG, PE, PR, RJ, RS e SP) e 12 países (Alemanha, Argentina, Bolívia, Burkina Faso, Brasil, França, Guiné-Bissau, Haiti, México, Portugal, Reino Unido, Rússia) 15 debates, painéis e rodas de conversa, 4 masterclasses internacionais, 3 laboratórios de roteiro, 1 oficina, 1 estudo de caso, encontros de coprodução e diversas outras atividades que convidam o público a pensar o mercado audiovisual a partir do que está sendo feito e do que ainda será visto nas telas. Mesmo com as dificuldades impostas pelo distanciamento social, a CineBH se reafirma como um espaço de perspectivas e possibilidades do cinema do presente e do futuro.

“Vivemos numa sociedade cheia de estímulos visuais e o audiovisual assumiu papel central no cotidiano das pessoas. Realizar este empreendimento internacional ousado e inovador neste cenário de transições e transformações representa compromisso, responsabilidades e ações compartilhadas em que a vontade, a persistência e a determinação são ingredientes que ampliam as possibilidades de seguir acreditando na potência da nossa cultura”, destaca a Diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra CineBH e do Brasil CineMundi, Raquel Hallak.

Para este ano, a CineBH adotou a temática “Arte viva: Redes em expansão”, que dialoga diretamente com o impacto da pandemia na produção artística brasileira. Proposta pela equipe curatorial do evento, formada pelos críticos e pesquisadores Pedro Butcher, Francis Vogner dos Reis e Marcelo Miranda, a temática busca pensar a rede de relações construída entre as artes presenciais (teatro, performance, shows) e a linguagem audiovisual, adotada por criadores e espectadores num período em que os espaços de convivência, como cinemas, casas de espetáculos e teatros, foram fechados.

Confira a abertura oficial da Mostra CineBH 2020 em matéria aqui e na íntegra abaixo:

 

Clique aqui para saber mais do 11º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting.

 

Abaixo, mais detalhes da CineBH de 2020:

Programa de Formação Audiovisual

A CineBH também promove o Programa de Formação Audiovisual com o objetivo de fornecer ferramentas conceituais e práticas de qualificação profissional e troca de experiências entre os diferentes agentes do setor. A iniciativa oferece atividades de capacitação e formação para profissionais do segmento audiovisual e interessados em geral, viabiliza encontros, diálogos, discussões e estabelece redes de contato e conexões com foco no mercado audiovisual. Raquel Hallak, coordenadora geral da 14ª CineBH destacou em comunicado que “a formação é um pilar fundamental para o fomento da indústria audiovisual em Minas Gerais e no Brasil, por isto, a cada edição do evento renovamos o compromisso de oferecer a oportunidade para profissionais do setor e interessados em geral participarem de atividades formativas que possam contribuir para sua atuação, conhecimento e troca de experiências.”

Em 2020, o Programa de Formação Audiovisual realizará uma oficina e três laboratórios de roteiros com instrutores que são referência da área no país, com a oferta de 105 vagas. Os interessados podem escolher uma entre as seguintes modalidades: Oficina Análise de Estilos Cinematográficos, Laboratório de Roteiro de Ficção e Documentário, Laboratório de Roteiro para Animação e Laboratório de Roteiro de Séries de Ficção. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas até 23h59 (horário de Brasília) do dia 21 de outubro ou até atingir o limite de vagas, pelo site www.cinebh.com.br. É permitida apenas uma inscrição por pessoa e ultrapassando o número de vagas oferecidas, os candidatos serão selecionados pela organização do evento.

Com o propósito de contribuir para formação da nova geração de críticos de cinema, a oficina Análise de Estilos Cinematográficos será ministrada pelo crítico, programador e professor Victor Guimarães (MG). O objetivo da atividade, voltada para participantes de 18 a 25 anos, é desenvolver análise crítica e estética de filmes brasileiros contemporâneos e selecionar cinco jovens universitários para integrar o Júri Jovem da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes (janeiro/2021), que elegerá o melhor longa-metragem da Mostra Olhos Livres. A oficina será realizada de 30 de outubro a 1o de novembro, sexta a domingo, das 10 às 12 horas e das 14 às 16 horas. São oferecidas 30 vagas. O Programa de Formação Audiovisual promoverá também três laboratórios de roteiros com diferentes enfoques – Ficção e Documentário, Animação e Série de Ficção.

O roteirista Di Moretti (SP) ministra o Laboratório de Roteiro de Ficção e Documentário. A atividade engloba temas que descrevem a confecção de um roteiro cinematográfico e a distinção entre os roteiros de documentário e de ficção. No Lab, serão analisadas essas diferenças e similaridades, para entender como as duas linguagens funcionam na escrita do roteiro, ficcional ou documental. Cada um dos quatro módulos do Lab se divide entre explanações teóricas e exercícios práticos. O Laboratório será realizado entre os dias 29 de outubro e 1o de novembro, quinta a domingo, das 10 às 12 horas (quinta a sábado) e das 10 às 13 horas (no domingo). São oferecidas 25 vagas, para interessados a partir de 18 anos.

A diretora, roteirista, storyboarder e animadora Rosana Urbes será a responsável pelo Laboratório de Roteiro para Animação, focado no processo de roteiro para animações. Os participantes verão como a imagem interfere e, muitas vezes, conduz a confecção do roteiro no processo específico dessa linguagem cinematográfica. O Lab será realizado de 29 de outubro a 1ode novembro, quinta a domingo, das 15 às 17 horas (quinta a sábado) e das 10 às 13 horas (domingo). São ofertadas 25 vagas, para interessados a partir de 18 anos. Já o roteirista, diretor e editor Aurélio Aragão será o responsável pelo Laboratório de Roteiro de Séries de Ficção, que investiga os elementos de séries originais de ficção partindo da ideia inicial até o projeto básico para pitching e venda. A partir de exercícios práticos, o laboratório discute e desenvolve ferramentas fundamentais de uma narrativa seriada, como tema, personagens, formato, universo e linha do tempo. A atividade será realizada entre os dias 30 de outubro e 1o de novembro, de sexta a domingo, das 14 às 16 horas (sexta), das 10 às 12 horas e das 14 às 16 horas (sábado) e das 10 às 13 horas (domingo). Estão disponíveis 25 vagas, para interessados a partir de 18 anos.

 

Debates e painéis

Dentro da temática central em 2020, “Arte Viva: Redes em expansão”, serão realizadas três mesas reflexivas. A primeira acontece já na noite de abertura do evento, logo antes da exibição ao vivo da performance “12 Pessoas com Raiva”, adaptação livre de “12 Angry Men”, de Reginald Rose. A mesa vai reunir o diretor Juracy de Oliveira (representando o Pandêmica Coletivo Temporário de Criação, destaque de 2020 na CineBH), o diretor e roteirista Germano Melo, a atriz, dramaturga e diretora Grace Passô e a crítica e curadora de teatro Luciana Eastwood Romagnolli, com mediação do curador Pedro Butcher. A conversa vai tratar de obras criadas e apresentadas durante o período de isolamento social e as implicações desse momento histórico sobre a cultura do teatro e do audiovisual.

Os outros dois encontros reflexivos vão reunir artistas com trabalhos em exibição na CineBH sob o título “As telas em transe na pandemia”, sobre o intercâmbio entre linguagens que produz obras de grande relevância formal e de excelente repercussão. No dia 31, vão participar José Fernando Azevedo (diretor de “Navalha na Carne Negra”), Pablo Lobato (diretor de “Éramos em Bando”), Ricardo Alves Jr (diretor de “Coisas Úteis e Agradáveis”) e a crítica de artes cênicas e cinema Lorenna Rocha, com mediação do curador Marcelo Miranda. Já no dia 2 de novembro, encontram-se Guilherme Diniz (ator, pesquisador e crítico teatral), Laís Machado (criadora da videoperformance “Canção das Filhas das Águas”) e Mauricio Lima (diretor e dramaturgo de “Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro”), com mediação da curadora Daniele Ávila Small.

Pela Mostra Contemporânea, cineastas brasileiros estarão em duas mesas debatendo seus filmes e o cenário de produção recente no país com o curador Marcelo Miranda. No dia 31, na mesa “O Brasil de dentro e de fora”, os participantes Alexandre Salomão (“Corpo Monumento”), Beatriz Saldanha (“Do Pó ao Pó”) e Eduardo Camargo (“Eu Sou a Destruição”) discutem como a perturbação dos tempos e dos espaços estimulou a cada um deles olhar para além de suas janelas (interiores ou exteriores) e arriscarem colocar suas expressões imediatas num mundo cada vez mais fora das convenções. E no dia 2, o trio Beatriz Seigner (“Entre Nós, um Segredo”), Cleyton Xavier (“Rodson, ou Onde o Sol não tem Dó”) e Rodrigo Aragão (“O Cemitério das Almas Perdidas”) conversa sobre narrativas delirantes do passado brasileiro, rememoração oral das tradições de matriz africana e provocações de um estado calamitoso que vivemos no presente, a partir dos filmes que exibem na mostra.

Na mostra A Cidade em Movimento, a temática “Sonhar a Cidade” permeia as quatro sessões de filmes produzidos de forma independente em Belo Horizonte e região metropolitana. Em cada sessão, uma Roda de Conversa conta com a presença de convidados para debaterem as questões apontados nos títulos exibidos e suas relações com a urbanidade. As presenças confirmadas, além dos realizadores e realizadoras, são João Paulo Campos (crítico e pesquisador), Juhlia Santos (jornalista, performer e produtora), Marina Viana (atriz e dramaturga) e Maya Quilolo (antropóloga, mestre em comunicação e realizadora audiovisual).

No Brasil CineMundi, as mesas de debate se concentram em discussões sobre o contexto do mercado e das coproduções audiovisuais no Brasil. Este ano, exibidores e produtores vão discutir as preocupações e impasses do momento de isolamento e também as perspectivas para o fim do ano e 2021 adiante. Justamente no encontro “Desafios na produção audiovisual no Brasil dos tempos atuais”, no dia 30, a conversa será sobre como a paralisação da Ancine e do Fundo Setorial do Audiovisual e a necessidade de distanciamento social prolongada trouxeram inúmeros desafios ao setor da produção. No dia 31, estão reunidos representantes de distribuidoras e de empresas de exibição: Adhemar Oliveira (Espaço de Cinema), Sílvia Cruz (Vitrine Filmes) e Lídia Damato (FiGa Filmes) tratam da “Distribuição e Exibição: Desafios e Perspectivas” junto à pesquisadora e professora Lia Bahia.

Nos painéis e masterclasses internacionais do Brasil CineMundi, profissionais de várias áreas fazem apresentações sobre temas específicos. No dia 30, Isona Admetlla, coordenadora de fundos do World Cinema Fund (Alemanha), fala sobre como lidar, como produtor ou diretor, com o desafio da visibilidade de um filme. Já no dia 31, Johann Feindt e Tamara Trampe, ambos diretores e roteiristas alemães, conversam sobre seu cinema documentário poético, caracterizado por uma forte concepção visual, diálogos profundos com os protagonistas, vivências emocionais da infância, memórias e guerra.

No dia 1o tem a masterclass internacional com Welket Bungué, ator e realizador da Guiné-Bissau atualmente radicado na Alemanha. Bungué tem carreira teatral e recentemente se dedica à realização de curtas-metragens, que serão exibidos na programação da CineBH, e foi ator na mais recente adaptação de “Berlin Alexanderplatz”, exibida na competição do Festival de Berlim.

O estudo de caso deste ano será no dia 02 de novembro, sobre o longa-metragem brasileiro “Meu Nome é Bagdá”, de Caru Alves Souza. Projeto do CineMundi em 2017, o filme estreou na mostra Generation 14 Plus, do Festival de Berlim, e venceu o Grande Prêmio da categoria. Por conta da pandemia, do fechamento dos cinemas e do cancelamento de vários festivais, o longa de Caru teve a carreira interrompida. Um novo desafio se impôs à realizadora e aos produtores: repensar os caminhos do filme, diante da necessidade prolongada do isolamento social – e é o que será discutido neste encontro, com as presenças da diretora de “Meu Nome é Bagdá” e da produtora Rafaella Costa.

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