15a CineBH: destaque para as oficinas e labs para novos profissionais do audiovisual
Muito além das exibições de filmes e promoção de debates reflexivos, a CineBH tem também o compromisso de investir em novos talentos, através do Programa de Formação Audiovisual, com a oferta de oficinas e laboratórios de roteiro, com o objetivo fornecer ferramentas conceituais e práticas de qualificação profissional e troca de experiências entre os diferentes agentes do setor.
Em 2021, devido à pandemia, todas as atividades foram novamente realizadas em ambiente digital, mas mantendo o mesmo propósito e conceito das edições presenciais. Foram ofertadas cinco oficinas “Análise de estilos cinematográficos”, “Produção de arte”, “Produção criativa de cinema”, “Storytelling cinematográfico”, “Financiando meu filme”; e dois labs de roteiro: “Ficção e documentário” e “Isso dá uma comédia”.
Em sua primeira experiência ministrando uma oficina na Mostra CineBH, a roteirista e diretora Lud Mônaco (SP), que ministrou a atividade “Storytelling cinematográfico”, acredita na importância de fomentar cada vez mais iniciativas de formação. “É muito bacana ter um espaço como este, onde as pessoas podem aprender e desenvolver conhecimentos sobre os mais diferentes departamentos da realização audiovisual. Ainda mais quando é disponibilizado de forma gratuita. Sempre digo que essa oficina é de extrema relevância porque trabalha justamente as bases que um projeto precisa ter para começar a ser desenvolvido”, destaca.
A realizadora audiovisual Camila Cordeiro (BA), também é novata no evento e coordenou a oficina de “Produção de Arte”, concorda e acrescenta: “Em um mercado como o Brasil, com poucas possibilidades de formações técnicas na área, atividades assim são fundamentais”.
Para o veterano Di Moretti (SP), que atua na CineBH desde a sua primeira edição, a razão da existência das oficinas ultrapassa a lógica de apenas preencher uma programação de formação, mas tem sim uma intenção, de levar, divulgar, espalhar conhecimento ao maior número de interessados. “Pessoas estas que muitas vezes não tem possibilidades de alcançar o conhecimento pelas vias comuns, seja por falta de acesso às instituições educativas, seja mesmo pela distância geográfica do evento. Neste ano, eu tive em minha turma, alunos do Rio Grande do Norte, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Brasília, do Mato Grosso. Ou seja, acho que conseguimos atingir o intento de, além da programação de exibição e debates dos filmes da Mostra, levar cursos de formação para além das fronteiras de Minas”, sublinha.
Responsável nesta edição do “Lab roteiro: ficção e documentário”, o professor, roteirista e consultor, diz que, mesmo fazendo parte do evento há anos, o processo é sempre renovador e desafiador, porque a CineBH, seu público e sua audiência se renovam constantemente. “Isso me é ainda muito estimulante, mesmo depois de tanto tempo”.
Celebrando os 15 anos da CineBH, Di Moretti fez questão de reforçar a abrangência do evento, ainda mais no Brasil atual onde está cada vez mais difícil “fazer cinema” seja por questões econômicas, questões políticas ou mesmo ideológicas. “Saúdo com entusiasmo, mais uma vez, esta trincheira de esperança e resistência do cinema no Brasil, que a Mostra se transformou. Vida longa aos profissionais de cinema que estão vivendo um dia após o outro, combatendo o obscurantismo, a ignorância e a barbárie. Vida longa a Mostra CineBH que nos dá este espaço para continuarmos lutando”, sublinhou.
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