25a MCT: Resumo 24/01 – Seminário Internacional e Encontro com os filmes

Profissionais internacionais do audiovisual participam da 25a Mostra Tiradentes para conhecer o cinema brasileiro e relatar experiências, estratégias de seleção e programação de festivais internacionais, ações de cooperação e intercâmbio e o olhar sobre o cinema brasileiro.

A programação da Mostra Tiradentes teve o Debate Internacional com o tema “Estratégias de Festivais Internacionais e a visão de programadores sobre o cinema brasileiro”. O Seminário contou com a presença de Cecília Barrionuevo – diretora artística Festival Mar del Plata | Argentina; Davide Oberto – curador Torino Film Festival, colaborador DocLisba | Itália; Pamela Bienzóbas – programadora Locarno Film Festival | França e Roger Koza – programador Viennale/Filmfest Hamburgo, diretor artístico Doc Buenos Aires e Ficic | Argentina. A mediação será de Pedro Butcher – crítico e curador Brasil CineMundi | Brasil.

 

Encontro com os Filmes

O Seminário Encontro com os Filmes promoveu o bate-papo sobre o longa-metragem “Germino Pétalas no Asfalto” com a presença dos diretores e convidados e da crítica Maria Bogado | RJ. A mediação foi de Camila Vieira – curadora de curtas da 25a Mostra Tiradentes | CE.

Em seguida, aconteceu a Roda de Conversa com a Ouvidoria Geral do Estado que discutiu o tema “A importância de se manifestar, como denunciar e o que acontece com a sua manifestação”. Para participar do encontro foram convidados: Daniel Guimarães Medrado de Castro – Ouvidor de Prevenção e Combate à Corrupção; Gabriela Câmara Siqueira Ouvidora–Geral Adjunta e Maurício Fernando MirandaOuvidor de Desenvolvimento Econômico, Infraestrutura e Desenvolvimento Social.

O público pode conferir ainda a exibição de seis curtas-metragens da Mostra Panorama | Série 2. A sessão iniciou com “Colmeia”, do cineasta Maurício Chades, um experimento narrativo, realizado em Brasília, que escuta atentamente as memórias e desejos de uma mulher recém-libertada da prisão. Dos diretores Ian Abé e Rodolpho de Barros, a ficção “Sangue por sangue” retrata as tensões entre um grupo de bandidos que explodem em violência no silêncio da noite. Vindo do Ceará, o curta Coração Sozinho”, de Leon Reis, acompanha dois seres em sua viagem pelo espaço-tempo e seu encontro com afetos de outros tempos, que podem impactar sua missão. No curitibano Quarentena”, de Adriel Nizer e Nando Sturmer, mãe e filho vivem os horrores da quarentena de uma forma que atravessa a paranoia e se materializa num pesadelo real. Romance”, coprodução Rio/Minas da diretora Karine Teles, observa outro tipo de pesadelo: aquele de um mundo misógino e violento que tenta dominar uma mulher e seus desejos. O curta gaúcho Os Demônios Menores, de Iuri Minfroy, encerrou a sessão com uma trama de horror em que o interior de uma floresta esconde segredos e perigos não imaginados.

 

 

Roda de Conversa – Dramaturgia dos espaços

Para fechar à tarde, mais uma Roda de Conversa | Encontro de Cinema sobre o tema “Dramaturgia dos espaços, documentários do imaginário” com os cineastas mineiros Clarissa Campolina, Juliana Antunes, Luiz Pretti e Samuel Marotta.

Nas últimas sessões do dia, o público pode conferir a primeira exibição da Mostra Aurora, documentário na Mostra Olhos Livres e dez curtas-metragens divididos entre a Mostra Curtas na Praça e Mostra Foco. Tudo disponível gratuitamente pela plataforma oficial do evento mostratiradentes.com.br.

A Mostra Olhos Livres apresentou o documentário “O dia da posse”, do diretor Allan Ribeiro. O longa discorre sobre a história de Brendo Washington que sonha em ser presidente do Brasil. Enquanto esse dia não chega, Brendo estuda Direito, faz vídeos para as redes, sonha com novas conquistas e se imagina em um reality show, durante a pandemia.

 

Mostra Praça

Aconteceram as exibições da Mostra Curtas na Praça | Série 1. A ficção potiguar “Time de Dois”, de André Santos exibe, com rara delicadeza, um encontro entre o universo do futebol, cheio de índices masculinos e machistas, e a descoberta de uma sexualidade dissidente. Através de uma montagem imaginativa, o documentário “Central de Memórias”, dos diretores Rayssa Coelho e Filipe Gama, relembra como a luta por moradia digna cruzou com uma produção cinematográfica na periferia de Vitória da Conquista (BA), nos anos 1990. A memória também é a linha central de “Ansdionte”, animação mineira dirigida por Gabriel Werneck, que olha com carinho para uma infância familiar e cheia de imaginação. Na intrigante produção sergipana “Ímã de Geladeira”, dos cineastas Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo, o estranho comportamento de um eletrodoméstico é o pano de fundo para uma narrativa que experimenta de maneira criativa os códigos do cinema de gênero. A sessão foi encerrada com “Magnético”, um documentário de Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt, que investiga os estranhos fenômenos acontecidos uma pequena cidade no interior de Santa Catarina, a partir da perspectiva dos próprios moradores.

 

 

Mostra Aurora

A primeira exibição da Mostra Aurora teve pré-estreia mundial da ficção “Seguindo todos os protocolos”. O longa coloca o diretor-ator, Fábio Leal, no centro de uma trama de sobrevivência física e amorosa na pandemia, com um gesto que flerta com a autobiografia, sem deixar de também compor um registro do estado das coisas — do flerte, das relações, dos índices de contaminação da Covid-19, das paranoias pandêmicas.

 

Mostra Foco

A programação do dia encerrou com os curtas-metragens da Mostra Foco | Série 1. O filme experimental paulista A Morte de Lázaro”, dirigido por Bertô, traz uma encenação da história bíblica de Lázaro contada com forte rigor formal e estético, que surge como uma interessante provocação no atual panorama do cinema. Também paulista, o curta “Ingra!”, de Nicolas Thomé Zetune, combina e reimagina os universos do filme de assalto e da distopia fantástica numa mistura hipnotizante. O experimental carioca “Bicho Azul”, de Rafael Spínola, é um monólogo direto e cortante, porém bastante afetuoso, sobre memória, imagem e o mistério que envolve o luto. A ficção carioca “Iceberg”, dirigida por Will Domingos, propõe pensar a realidade pandêmica, a partir do mal-estar que assombra uma cooperativa de costura para pessoas LGBT+ e faz um comentário contundente sobre nosso tempo. A sessão foi concluída com “Prosopopeia”, um surpreendente jogo de cores, vozes e vidas realizado pela cineasta cearense Andreia Pires, que flerta com o teatro e o musical para pintar o panorama de um grupo mambembe tão heterogêneo quanto unido.

 

Veja a cobertura completa do Prodview. 

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