25a MCT: Resumo 28/01 – Mostrinha e Encontro com os Filmes
A programação começou com um bate-papo sobre a ficção “Avá – Até que os ventos aterrem”. O encontro terá a participação da diretora Camila Mota, convidados e do crítico Pedro Tavares (RJ).
Em seguida, entrou em cartaz na Mostrinha o longa cearense “Pequenos guerreiros”, da diretora Bárbara Cariry. A ficção retrata o casal Cosme e Maria que, acompanhados do filho Bendito e dos sobrinhos Matheuzinho e Bruna, partem para uma viagem onde vão pagar uma promessa. As três crianças vivem um processo de encantamento e afetividade por essa trajetória cheia de aventuras e descobertas.
O Encontro com os Filmes trouxe o documentário “Panorama”. A conversa teve a presença do diretor Alexandre Leco Wahrhaftig, convidados e da crítica Mariana Souto (SP).
Programação conceitual e cinematográfica
Mostra Jovem
A programação teve a estreia do longa-metragem “Os dragões” que integra a Mostra Jovem. Dirigido por Gustavo Spolidoro, o filme é baseado em conto homônimo do escritor mineiro Murilo Rubião. Os dragões são um grupo de cinco adolescentes da cidade de Cotiporã, no interior do Rio Grande do Sul, que estão às voltas com os ensaios de um grupo de teatro da cidade, no qual se sentem hostilizados. A produção é uma oportunidade não só das crianças e adolescentes, mas também dos adultos entrarem em contato com as belezas, as diferenças e o imaginário de dois extremos do Brasil. O longa conta com uma sessão acessível, com Libras e legendas descritivas.
Encontro com os Filmes
Aconteceu o Seminário ao vivo da série Encontro com os filmes sobre a ficção “Maputo Nakuzandza”. A conversa contou com a presença da diretora Ariadine Zampaulo, convidados e da crítica Ana Júlia Silvino (MG).
Sessão de curtas | Mostra Panorama
O público conferiu a exibição de três curtas-metragens da Mostra Panorama | Série 6. “Dois garotos que se afastaram demais do sol”, das diretoras Cibele Appes e Lucélia Sergio, é inspirado na vida dos boxeadores afro-caribenhos Emile Griffith e Benny Kid Paret. A ficção “Labirinto”, dirigido por Henrique Zanoni, é baseada na obra da poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen. Na história, uma mulher solitária que navega pelos labirintos da mente, da existência e da poesia. E no experimental “Abominável”, codirigido com Cris Lyra. a dançarina Larissa Ballarotti transpõe para o cinema seu espetáculo homônimo. Em cena, Larissa interpreta textos das autoras Natalia Ginzburg, Wislawa Szymborska, Ana Cristina Cesar, Sylvia Plath, Katherine Mansfield e Audre Lorde.
Debate Temático
O Debate Temático “Contexto Criativos: Trabalho e Criação” trouxe a discussão sobre como muitos quadros profissionais se dividiram entre o cinema e os trabalhos para a televisão pública ou privada quando as políticas para o audiovisual via Fundo Setorial estavam em pleno funcionamento. Nos últimos anos no processo de desmonte dessas políticas, profissionais migraram para as plataformas de streaming e a televisão comercial, setores estes que mais empregam atualmente no audiovisual. Em que medida o exercício criativo é possível na mídia corporativa? É possível que o formato seriado alcance algum grau de inventidade estética e dramatúrgica? O que a experiência do cinema independente brasileiro pode contribuir em um modo de produção tão distinto quanto o da televisão e do streaming? Para responder todas essas questões foram convidados Grace Passô, atriz, diretora e dramaturga (MG); Marcelo Caetano, cineasta (SP) e Viviane Ferreira, diretora-presidente da SPCine e cineasta (SP).
Terror, documentários e ficções nas telas
Mostra Olhos Livre e Mostra Valores
Duas exibições ocorreram pela Mostra Olhos Livres. O público pode acompanhar a pré-estreia nacional do longa “Os primeiros soldados”, do diretor Rodrigo de Oliveira. A produção se passa em Vitória, no início dos anos 1980, quando dos primeiros casos de HIV na comunidade Lgbtqia+. Filme de beleza plástica e com um tempo de montagem absolutamente singular, a performance das atrizes e atores se sedimenta em uma emoção eminentemente física no estado dos corpos, na imagem dos corpos e na relação entre esses corpos.
E a Mostra Valores exibiu o documentário “Chico Curió: vocês fazem parte do meu show”, dos diretores Daniel Schwarz e Theo Guarnieri. O filme retrata a história do artista, músico, compositor e seresteiro Francisco Trindade da Silva, o Chico Curió de Tiradentes/MG. Nos cinco blocos do filme, vivenciamos a musicalidade e elementos do cotidiano do artista, que fala sobre seu processo de composição e sua trajetória autodidata pela música, revive suas memórias, mostra sua relação com o desenho, visita amigos, faz sua seresta com o grupo “Trio Curió” e apresenta quatro composições originais para violão.
Mostra Praça
A Mostra Praça recebeu a pré-estreia nacional do longa “Lutar, lutar, lutar”, dos cineastas Sérgio Borges e Helvécio Marins. O filme conta a história do Clube Atlético Mineiro, da sua fundação até a conquista da Taça Libertadores da América, em 2013. A produção tem o fascínio da camisa, a popularidade do clube e um histórico importante de preocupação com as questões da sociedade para além dos campos.
Mostra Aurora
A Mostra Aurora apresentou dois filmes em pré-estreia mundial.
Foi exibido “Bem-vindos de novo”, do diretor Marcos Yoshi. Trata-se de um documentário autobiográfico que, se valendo da força dos arquivos pessoais e de filmes de família em VHS, vai mergulhar na história do próprio diretor, que está atrelada a percursos de migração entre o Brasil e o Japão. Nesse mergulho na história familiar, o pessoal ultrapassa a fronteira da mera biografia e da intensidade das dinâmicas familiares para apontar para trabalhadores que atravessam fronteiras e têm a sua narrativa de vida atrelada ao mundo do trabalho.
A segunda sessão trouxe “Grade”, do cineasta Lucas Andrade. No pêndulo entre fabulação e documentário, entre observação e intervenção na ordem do mundo visível, o filme acompanha a vida de detentos em uma prisão com um esquema de reclusão alternativa.
A Mostra à meia-noite levarei sua alma apresenta a ficção “Extremo Ocidente”, do diretor João Pedro Faro. O filme é um experimento de som e imagem entre o horror e o cinema de invenção brasileiro. Faro é um jovem cineasta que já conta alguns filmes no curriculum, possui uma sensibilidade singular no cinema contemporâneo, um gosto pelo horror e o experimental e tem ideias criativas sobre a imagem e som.