25a MCT: Resumo 29/01 – Mostra Jovem e Sessão Debate com longa em pré-estreia mundial

Encontro com os filmes

A programação do último dia teve o Encontro com os Filmes para debater o longa “Os primeiros soldados”. O bate-papo conta com a presença do diretor Rodrigo de Oliveira, convidados e do crítico Luiz Carlos Oliveira Junior (RJ).

 

Sessão Mostrinha

Dedicada à criançada e toda família, a exibição trouxe cinco curtas-metragens que abordam perdas, amores, descobertas e resistências. O documentário “Raone”, dirigido por Camila Santana, tem uma doce narrativa em primeira pessoa. O experimento “A primeira perda da minha vida”, assinado pela diretora e atriz Inês Peixoto e produzido pelo Grupo Galpão, reúne relatos de uma boneca perdida, numa fabulação inspirada em Franz Kafka que mistura teatro e cinema. A animação “Nonna”, de Maria Augusta Nunes, também lida poeticamente com perda, com o crescimento e com a tomada de consciência, numa história que aborda um problema ambiental que nos afeta na contemporaneidade: o excesso de agrotóxicos. A ficção “O Fundo dos nossos Corações”, dirigida por Letícia Leão,  traz crianças curiosas numa aula online que buscam entender como nascem os seres humanos. Entre elas está Joana, que vai descobrir de onde veio em uma conversa cheia de encantamento com suas duas mães. “Rua Dinorá”, dos diretores Natália Maia e Samuel Brasileiro, traz o percurso de uma menina – a Dinorá – pela história de seu bairro.

 

Encontro com os filmes

O segundo Encontro com os filmes de sábado foi sobre o documentário “Bem-vindos de novo”. A conversa terá a participação do diretor Marcos Yoshi, convidados e da crítica Carla Maia (MG), com mediação do crítico de cinema e jornalista Marcelo Miranda (MG).

 

Mostra Valores

A ficção “Um talvez Tiradentes” foi exibida pela Mostra Valores. Dirigido por Amaury Bassi, trata-se de curtas-metragens baseados no mundo fantasioso das lendas e causos do município. O primeiro episódio é “Missa das Almas”, através da narrativa da personagem D. Cotinha, contamos a fatalidade de D. Ludovina, que sem se aperceber, se viu participando da Missa dos Mortos. No segundo episódio, “Curva da Andreza”, D. Cotinha relata a tragédia da bela escrava Andreza que foi assassinada por conta da sua beleza. O filme ficará disponível até às 12 horas, de domingo, dia 30 de janeiro pelo link

 

Encontro com os Filmes

Teve bate-papo ao vivo sobre o documentário “Grade”, com a presença do diretor Lucas Andrade, convidados e do crítico João Campos (SP). A mediação será de Marcelo Miranda (MG), crítico de cinema e jornalista.

 

Mostra Jovem

A Mostra Jovem apresentou cinco curtas-metragens que reúnem experimentos e narrativas sobre e com adolescentes e jovens adultos que lidam com o cotidiano e inventam possibilidades de (re)existência.

Em “Luazul”, de Letícia Batista e Vitoria Liz, Riva volta da Europa e precisa dar conta de seu passado recente, enquanto Flávia lida com sua rotina cheia de responsabilidades. Em Campo Limpo, periferia de São Paulo, futebol, família e amor unem as duas. “A realidade não tira férias”, realizado pelo coletivo Cidade Baixa, traz a volta às aulas de adolescentes que, em primeira pessoa, relatam seus cotidianos e sonhos atravessados pelos efeitos da pandemia e das desigualdades sociais em Salvador. O documentário “Ladeira não é rampa” é apresentado como “um filme belfor-roxense”. Antônio Ribeiro e Sandro Garcia assinam a direção, mas a criação é coletiva e traz o olhar de jovens que, depois de perderem as pistas de skate públicas – e as salas de cinema –, inventam espaços e um filme possíveis para suas existências. “Cacicus”, realizado em Santa Cruz do Sul e Cruzeiro do Sul (RS), por Bruno Cabral e Gabriela Dullius, cria momentos de leveza para a vida de Laura, que vive com o pai religioso e trabalha na lavanderia da família em uma vida dura e cheia de incertezas. A sessão termina com “Ano 2020”, do coletivo Olhares (Im)Possíveis, que reúne a energia e inventividade da quebrada, do funk e do “grau” num experimento documental sobre a rotina de adolescentes da periferia de Ouro Preto durante a quarentena.

 

Sessão Debate

O público teve a oportunidade de prestigiar a pré-estreia mundial do longa-metragem “Tempo Ruy”, na Sessão Debate. Dirigido pelo cineasta Adilson Mendes, trata-se de um documentário sobre o trabalho do cineasta, escritor, ator e dramaturgo, Ruy Guerra. Um filme-ensaio de montagem vertical que pontua a trajetória do cineasta, desde sua primeira experiência cinematográfica até suas palavras atuais sobre seu projeto: o artista como crítico da sociedade, o cinema em favor da transformação política, a emancipação da mulher e o retorno do reprimido.

 

Roda de Conversa

A Roda de Conversa – Encontro de Cinema abordou o tema “Cinema coletivo”. O que constitui um coletivo? Quais foram os caminhos e a possibilidade de uma autoria compartilhada. Para responder a estas e outras questões, participam da conversa Daniel Caetano (RJ), cineasta e professor; Ricardo Pretti (RJ), diretor e montador de filmes e Sérgio Borges (PE), diretor e roteirista.

 

Mostra Formação

A programação da última noite da Mostra Tiradentes teve a exibição de quatro curtas-metragens da Mostra Formação | Série 2. Um certo mal-estar”, experimento visual realizado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por Tiago Calmon, propõe uma breve e intensa representação visual da sensação de viver na incerteza midiática dos tempos pandêmicos. A ficção “Como respirar fora d’água”, realizado na Universidade de São Paulo (USP), pelas diretoras Júlia Fávero e Victoria Negreiros, é uma narrativa potente que observa o choque entre uma jovem preta, vítima de violência policial, e seu pai, um policial militar que se recusa a enxergar a realidade. Já “Interiores”, realizado na Universidade Federal Fluminense (UFF), com direção de Matheus Bizarrias, observa as contradições sociais a partir da ótica de um menino de nove anos, que trabalha na praia como vendedor ambulante ao lado de sua avó e compreende o mundo a sua volta a partir de interações com clientes. E “Não vim no mundo para ser pedra”, de Fábio Rodrigues Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é um filme-ensaio que propõe uma colagem de imagens e falas do ator Grande Otelo. Logo após a exibição, o público poderá participar do bate-papo ao vivo com os diretores das produções, com mediação de Felipe André Silva, curador de curtas da 25a Mostra Tiradentes.

 

Mostra Autorias

A Mostra Autorias exibiu a ficção “Capitu e o Capítulo”, dirigida por Júlio Bressane. No filme, o diretor faz a sua tradução intertextual não da trama, mas da forma do romance “Dom Casmurro” de Machado de Assis, não a partir da totalidade, mas do capítulo. As imagens existem como reminiscências da obra do escritor, aproximando as imagens criadas pelo texto ao exercício das pinturas de ateliê. O personagem narrador evoca a percepção da personagem Capitu elaborada como patologia, algo pregnante em que cabe não um esforço interpretativo, mas uma imagem.

 

Mostra Praça

O longa-metragem “Carro Rei”, da diretora Renata Pinheiro foi exibido. A ficção é voltada para as conexões familiares, pontuada pelo fantástico, por um carro que se torna gente. A dimensão cotidiana-futurista da estética do filme transforma esse mundo de intenso contato entre humanos e máquinas em um comentário incisivo sobre o nosso atual estado das coisas. 

 

Filme de Encerramento

O público pode conferir a peça-filme “Ficções Sônicas#2”, da atriz e diretora Grace Passô e realizada no centro de São Paulo, durante a pandemia. Na história, artistas ocupam o Theatro Municipal e ensaiam uma peça sem público, em busca de um caminho que o despertem da inação e da automação da sensibilidade. A peça-filme faz parte do Projeto Ficções Sônicas, idealizado por Grace Passô, onde uma série de criações artísticas são feitas para experimentar sons e agir a partir das vidas negras em diáspora. 

 

Show de Encerramento

Cinema em Diálogo com a Arte. Para encerar encerrar a 25a com muita alegria, auto astral e axé, às 21h30, a cantora-compositora Luedji Luna apresentou seu mais novo trabalho “Bom mesmo é estar debaixo d’água”. Após três anos do lançamento do seu primeiro disco, o aclamado “Um Corpo no Mundo”, seu segundo álbum inaugura um novo momento na carreira e na vida da cantora: a maternidade. A obra é ela em sua essência: leveza e força. As canções transitam entre o jazz e os ritmos africanos e são como um mergulho nas águas quentes da Bahia. Sofisticação e ousadia, características que a compositora baiana vem trazendo desde o seu primeiro disco, o álbum é político sem ser panfletário, é romântico sem ser clichê.

 

Veja a cobertura completa do Prodview. 

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