16a CineBH – Cinema latino-americano em destaque ocupando 11 espaços da capital mineira
Depois de dois anos com realização online, a CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte chega a sua 16a edição, entre os dias 20 e 25 de setembro de 2022, ocupando 11 espaços da capital mineira Casa da Mostra, Cine Theatro Brasil Vallourec, Una Cine Belas Artes, Cine Humberto Mauro, Sala de Cinema Minas Tênis Clube, Cine Sesc Palladium, Cine Santa Tereza, Teatro Sesiminas, Filme de Rua, Cinema na Fachada – Espanca e Praça da Liberdade, com uma seleção de 120 filmes nacionais e internacionais em pré-estreias, mostras temáticas e sessões populares a céu aberto. Além disso, acontecem debates, rodas de conversa, encontros de negócios, oficina, masterclasses e workshops internacionais e a realização do 13o Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, evento de mercado do cinema brasileiro, com o objetivo de discutir e revelar o cinema brasileiro do futuro.
São seis dias intensos com atividades gratuitas para todas as idades e públicos, numa temporada audiovisual de formação, reflexão, exibição e difusão do cinema brasileiro em intercâmbio com outros países e em conexão com outras artes e a cidade. Além da programação presencial, a CineBH também oferece atividades no formato online, sessões de cinema e debates, pela plataforma www.cinebh.com.br.
A sessão de abertura será na noite de 20 de setembro, terça, às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec, com a exibição em pré-estreia de “Os Ossos da Saudade”, direção do mineiro Marcos Pimentel, cujo projeto de desenvolvimento foi vencedor do Brasil CineMundi em 2015. O filme é narrado a partir das vivências de personagens que habitam os territórios do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde, a partir de ausências e do sentimento que dá título ao longa-metragem.
TEMÁTICA – CINEMA LATINO-AMERICANO: QUAIS SÃO AS IMAGENS DA INTERNACIONALIZAÇÃO?
A 16a Mostra CineBH apresenta um novo viés conceitual: o de celebrar e refletir a produção latino-americana, trazendo para o Brasil seus irmãos de continente e colocando-os em contato direto com olhares vários que poderão constatar a efervescência da produção que marca o território. A temática proposta é “Cinema latino-americano: quais são as imagens da internacionalização?”. A questão foi levantada pela curadoria, sob coordenação de Cleber Eduardo, para trazer ao debate a complicada relação entre o que se faz nos filmes de continente e aquilo que efetivamente chama atenção nas telas do mundo – e o quanto de “legitimação” por várias instâncias (festivais, circuitos de exibição, canais de TV e streaming) é necessário para determinados títulos furarem a bolha.
Diversas perguntas vão pautar os debates e também permeiam a própria escolha dos filmes da Mostra Continente, que exibirá 15 longas-metragens de 11 países da América Latina e América Central: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela. No recorte, estão títulos de trajetória premiada, como os brasileiros “Noites Alienígenas” (Sérgio de Carvalho) e “Casa Vazia” (Giovanio Borba), e algumas revelações da mostra, como a inusitada ficção científica cubana “Coração Azul” (Miguel Coyula).
As questões a serem discutidas nas conversas em torno da temática são: há condições do cinema feito de Norte ao Sul do continente, entre o México e o Uruguai, não depender tanto de bênçãos exteriores? Há desejo e viabilidade de a internacionalização dos filmes latino-americanos ampliarem os diálogos, os negócios, os pensamentos e o reconhecimento de afinidades por dentro do conjunto de países, assumindo suas diferenças de formação histórica e de circunstâncias contemporâneas, mas sem perder de vista as potências de ser um bloco continental? Em que medida se apoiar em possibilidades financeiras da Europa e da Ásia viabiliza filmes cuja identidade é latina apenas para ser vitrine no mundo? E qual o papel do Brasil nessa geopolítica continental na qual ele está invariavelmente inserido (por motivos geográficos e históricos), mas às vezes parece tão distante?
O debate temático sobre“Cinema latino-americano: quais são as imagens da internacionalização?” vai reunir produtores e distribuidores de produções latinas. Estarão na mesa, no dia 21, Eva Caceres (Argentina/Punto de Figa Cine), Ivette Liang (Cuba/EICTV – Nuevas Miradas), Micaela Solé (Uruguai/Cordon Films), Paulo de Carvalho (Alemanha/Autentika Films) e Cleber Eduardo (coordenador da equipe de curadoria do Cine BH), com mediação de Ester Fér (uma das curadoras da Mostra Continente).
HOMENAGEM – REJANE FARIA – ATRIZ
A homenageada da CineBH em 2022 será a atriz mineira Rejane Faria, que tem se destacado no teatro, no cinema e na TV/streaming nos últimos anos. Formada em artes cênicas pela UNI-BH e em teatro pela UFMG, Rejane, 61 anos, foi uma das fundadoras, em 2007, do coletivo quatroloscinco teatro do comum, um dos principais grupos cênicos da capital mineira desde então. Sua estreia nas telas de cinema foi no curta-metragem “Quinze” (2015), de Maurílio Martins, iniciando expressiva parceria com a produtora mineira Filmes de Plástico. Com a FdP, participou dos filmes “Rapsódia para um Homem Negro” (Gabriel Martins, 2015), “Nada” (Gabriel Martins, 2017), “Temporada” (André Novais Oliveira, 2018), “No Coração do Mundo” (Maurílio Martins e Gabriel Martins, 2019) e “Marte Um” (Gabriel Martins, 2022). Na Globoplay, participou da série “Segunda Chamada” (2021). Alguns desses títulos irão compor a Mostra Homenagem, além da presença de Rejane Faria numa sessão comentada.
PRÉ-ESTREIAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS E MOSTRAS TEMÁTICAS
A 16a Mostra CineBH reúne uma seleção de 120 filmes nacionais e internacionais, em pré-estreias mundiais e nacionais distribuídos em oito mostras temáticas – Mostra Continente, Mostra Homenagem, Mostra Brasil, Mostra Diálogos Históricos, Mostra A Cidade em Movimento, Sessão na Praça, Mostrinha, Sessões Cine-Escola.
Além da Mostra Continente e da Mostra Homenagem, a CineBH 2022 terá um recorte exclusivo para o cinema brasileiro na Mostra Brasil, exibindo 6 longas e 25 curtas-metragens contemporâneos. Entre os selecionados, estão títulos em pré-estreia nacional, como “A Cidade dos Abismos” (Priscyla Bettim e Renato Coelho), “Sol” (Lô Politi) e “Receba!” (Pedro Perazzo e Rodrigo Luna).
A mostra A Cidade em Movimento, recorte com curadoria de Paula Kimo exibe produções independentes de Belo Horizonte e região metropolitana em diálogo direto com a vivência nas cidades. Este ano, o tema é “Olhar a Cidade”, pautado em filmes que vislumbram os espaços urbanos como territórios vivos e dinâmicos, em constante transformação nas movimentações do tecido social, político e urbano que os compõem. Ao todo são 27 filmes em exibição, seguidos de rodas de conversa com participação de convidados e equipe dos filmes.
A Sessão na Praça, que acontece na Praça da Liberdade, um dos cartões postais de Belo Horizonte, exibe oito filmes brasileiros para toda a família, garantindo diversão para todas as idades. Entre os filmes estão as comédias “Maria do Caritó” (João Paulo Jabour) e “Não Vamos Pagar Nada” (João Fonseca), o romance “Eduardo e Mônica” (René Sampaio) e o documentário musical “Belchior – Apenas um Coração Selvagem” (Camilo Cavalcanti e Natália Dias). Tem duas sessões dedicadas ao público-infantil que além da exibição de filmes, conta com apresentações circenses e show de mágica.
A mostra Diálogos Históricos contou com a curadoria do crítico e pesquisador boliviano Sebastian Morales Escoffier, que selecionou três longas-metragens da Bolívia, em diálogo com a temática desta edição. Escoffier estará no evento para debater cada um deles com a plateia. Os títulos são: “Como duele ser pueblo” (Hugo Roncal, 2022), “El olor de tu ausencia” (Eddy Vasquez, 2013) e “Lo más bonito y mis mejores años” (Martin Boulocq, 2005).
Tem sessão para toda família, com a realização da Mostrinha de Cinema que acontece nos dias 24 e 25 de setembro, sábado e domingo, em Santa Tereza, na Sala do Minas Tênis Clube, na Praça da Liberdade. As sessões serão acompanhadas pelos personagens da Turma do Pipoca e intervenções circenses.
Por fim, na programação de filmes da 16a CineBH oferece Sessões Cine-Escola para estudantes e educadores. As sessões serão realizadas nos dias 21 e 22 de setembro (quarta e quinta-feira), na faixa das 8h (turno manhã) e 14h (turno tarde), no Grande Teatro do Sesc Palladium, Teatro Sesiminas e Cine Santa Tereza. Ao todo serão promovidas seis sessões Cine-Escola, seguidas pelos Cine-Debates, para alunos a partir de cinco anos de idade, com exibição de 16 filmes brasileiros que abordam temas universais e educativos para a formação de crianças e jovens e visam beneficiar mais de 3.000 alunos.
BRASIL CINEMUNDI – O EVENTO DE MERCADO DO CINEMA BRASILEIRO
Em sua 13a edição, o Brasil CineMundi, evento de mercado do cinema brasileiro, que acontece em edições anuais e consecutivas desde 2010 na programação da CineBH, segue como a principal plataforma de rede de contatos e negócios para a produção do país em relação com outros profissionais do mundo todo. O programa realiza o intercâmbio entre mercado e projetos de filmes brasileiros para potencializar conexões entre realizadores independentes, potenciais parceiros e troca de ações e informações.O Brasil CineMundi seleciona diversos projetos para compor rodadas de negócio em encontros de realizadores com produtores para orientações de diversos profissionais que possam auxiliar na viabilidade das propostas.
Em 2022, 41 convidados de 13 países – Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, França, Itália, Noruega, Uruguai e Suiça, representantes da indústria mundial do audiovisual, desembarcam na capital mineira para conhecer e fazer negócios com os 41 projetos selecionados em cinco categorias, sendo quatro para trabalhos em desenvolvimento: “Horizonte” (representam o horizonte de temas, diversidade e criação do audiovisual brasileiro), “Doc Brasil Meeting” (documentários), “Foco Minas” (projetos de Minas Gerais) e “Paradiso Multiplica” (no segundo ano de parceria com o Projeto Paradiso, incubadora de talentos). A quinta categoria, “Wip – Primeiro Corte”, é dedicada a para projetos em fase de pós-produção com um primeiro corte (“work in progress”).
Os projetos recebem consultorias com tutores especializados, além de outras atividades de formação como laboratório de desenvolvimento, masterclasses, painéis de mercado e workshops. Nas rodadas de negócios, os projetos têm a oportunidade de encontros individuais com profissionais nacionais e internacionais interessados em coprodução e vendas. Saiba mais detalhes sobre os selecionados aqui.
Com a parceria de diversas iniciativas de fundos de produção, o CineMundi conta com prêmio aos projetos mais bem cotados pelos júris de avaliação. Há bolsas de desenvolvimento, participação em eventos internacionais de coprodução e incentivos à criação.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO AUDIOVISUAL
Com o propósito de fornecer ferramentas conceituais e práticas para capacitação de profissionais, troca de experiências entre diferentes agentes do setor audiovisual, ao mesmo tempo, que propõe gerar intercâmbio, promover encontros, diálogos, discussões e estabelecer redes de contato e conexões globais com foco no mercado audiovisual, o Programa de Formação Audiovisual integra a programação da 16ª Mostra CineBH e do 13º Brasil CineMundi – Encontro Internacional de Coprodução.
Nesta edição, o programa reúne mais de 50 profissionais brasileiros e estrangeiros de destaque na cena audiovisual no centro de 43 atividades formativas, sendo: quatro masterclasses internacionais, um Lab de Desenvolvimento para projetos do Brasil CineMundi, três laboratórios de roteiro, uma oficina, dois Workshops Internacionais, 11 Debates Internacionais, quatro Sessões Work in Progress – Primeiro Corte, cinco Rodas de Conversa, 15 Sessões Comentadas