26 MOSTRA DE CINEMA TIRADENTES – SÃO PAULO Misto de esperança e inovação: conheça os curtas exibidos na 26 MCT – São Paulo
No domingo, 27 de março, foram exibidos na Mostra Foco, na 26 Mostra de Cinema Tiradentes os quatro curtas: Labirinto, de Filipe dos Santos Barrocas, Isadora Maria Torres, Léo Bortolin, Lucas Eskinazi e Yuji Kodato; O Último Rock, de Diego de Jesus; Pés que Sangram, de Roberta Takamatsu e Febre, de Marcio Abreu.
Com direção e roteiro de Diego de Jesus, O Último Rock, conta a história de um grupo de jovens negros se reúne para uma festa antes de ficarem em lockdown por causa da covid-19. Eles conversam sobre música, artes, trabalho e o futuro incerto, sem saberem quando poderão se encontrar novamente. O diretor e roteirista comentou sobre o seu curta: “Foi um filme que eu escrevi na pandemia, e por isso é um filme de 2020, porque era um momento que a gente tava se questionando sobre a pandemia, sobre o governo, sobre o cinema, sobre as coisas. Além disso, foi uma série de situações que me pegavam naquele momento, principalmente profissional, mas também sobre o futuro dessa juventude, que é diferente da minha, essa geração de agora tem muita gente que não sabe o que quer fazer no futuro, e foi daí que eu decidi fazer esse filme. E também, a maioria dos atores não são profissionais, e vemos o resultado na tela, deles também estarem nesse meio, conseguiram passar essa mensagem.”
Labirinto é um mergulho profundo no audiovisual. O curta, com a direção de Filipe dos Santos Barrocas, Isadora Maria Torres, Léo Bortolin, Lucas Eskinazi e Yuji Kodato, se passa em 1602, com uma coletânea de imagens, recortes e passagens de Martim Soares Moreno, no qual vê o sol brilhar a sua terra e se vê transportado para o futuro pelos Monstros Marítimos, também chamados de História. Filipe comentou sobre o seu curta “As cenas são captadas em 2020 e desde então pude convidar artistas para fazer parte do meu filme, de forma 100% virtual, que é uma travessia entre lugar e linguagem e parte de uma experiência minha, pessoal”.
Roberta Takamatsu, diretora e roteirista do curta Pés que Sangram não pode estar presente. O curta, no entretanto, marcou presença na Mostra: com uma história instigante e curiosa, conta a história de duas irmãs que procuram respostas sobre a sua mãe através de fotos com um observador excêntrico, um cão, que observa e acompanha de perto a jornada das irmãs Clara e Aurora.
O curta que fechou a série foi Febre, com uma narrativa ansiosa e aflita, dirigida por Marcio Abreu e com roteiro de Luiz Felipe Fernandes, Marcio Abreu e Paulo André. O curta de 24 minutos parece se estender em sua história, contando a história de duas pessoas que resolvem sair às ruas para respirar, andar, observar, duvidar e, se possível, antever horizontes. Interpretado por três duplas distintas de atores que se revezam ao longo da obra, o casal do filme deseja viver as últimas horas dos últimos dias de um mundo, até então, conhecido, ao mesmo tempo que inaugura diferentes camadas temporais que se alternam entre a realidade e o delírio. Marcio comentou sobre a importância do curta ser apresentado no cinema: “Eu queria justamente que esse curta fosse para cinema, eu queria que ele fosse uma experiência de cinema, justamente porque o cinema e o teatro foram muito atingidos. E ver de novo no cinema, e aqui nesta tela, é novo para mim porque consigo ver coisas que eu não tinha visto antes no meu próprio filme”
Apesar de histórias, formatos e narrativas diferentes, os quatro curtas possuíam uma característica em comum: todos possuíam um misto de esperança e inovação relacionado ao novo governo e ano que se segue, 2023.