19ª CineOP: “O audiovisual é a expressão da nossa história”, diz a coordenadora da Mostra, Raquel Hallack, que também revela novidades dos próximos encontros

Após o término da edição de 2023, a CineOP, Mostra de Cinema de Ouro Preto, começa uma contagem regressiva especial rumo a sua celebração de duas décadas de realização no próximo ano.

O Prodview acompanhou a coletiva de imprensa com a coordenadora do evento, Raquel Hallack, e diretora da Universo Produção, que antecipou algumas novidades, como por exemplo a produção de um livro que deve marcar essa comemoração.

Além disso, no calendário da Universo Produção a próxima Mostra é o CineBH, de 24 a 29 de setembro, e deve ter como tema algo relacionado ao papel do Estado.

Ainda sobre essa edição da CineOP, Raquel comentou sobre como “o cinema de animação tem esse poder de nos levar para o espaço de poder sonhar e isso é muito importante para gente viver”.

 

Confira a entrevista completa:

 

O que esperar do próximo tema da CineOP?

Caminhando para duas décadas, já revisitamos a história do cinema brasileiro sob vários aspectos, já fizemos recortes dos anos 50, tratando, inclusive sobre Nelson Pereira, já fizemos sobre a chanchada, a mulher no cinema, cinema indígena, cinema preto.

Enfim, cada edição é uma proposta diferenciada e que traz esse frescor, do que a gente está vivendo hoje e o que representou essa história em algum momento que ela foi feita. Porque o audiovisual é essa expressão da nossa história, desse tempo presente.

Então, podemos aguardar algo na mesma linha, mas ainda não está definido, mas sabemos que será uma edição histórica.

 

O Cinema na Praça é sempre um sucesso, como vocês veem isso?

O Cinema na Praça é sempre um grande destaque na programação e nesta edição não foi diferente. A gente tem essa característica de mostrar que o cinema pode acontecer em qualquer espaço e tem também a itinerância de levar o cinema nas cidades onde não tem sala de cinema.

 

Porque não ter uma mostra competitiva em Ouro Preto?

Aqui em Ouro Preto, a gente já pensou, sim, na competição. Mas aqui é muito difícil, porque eu tenho uma janela de quatro filmes contemporâneos. Eu tenho uma janela de três filmes restaurados, filmes de arquivo. Tenho uma janela na área da educação, que são filmes feitos especialmente para Ouro Preto. E tem o filme da Mostra Histórica.

Então estamos pensando em premiações que possam ter algum recurso. Nós estamos nessa inquietação de pensar muito mais como prêmio, um destaque, ou conseguir uma vaga para um projeto e para eventos de mercado para criar esses intercâmbios e cooperações.

Um prêmio que eu adoraria dar para um filme é um valor para ele ser restaurado. De repente, realizar uma grande votação. Então tem vários caminhos, mas agora a prioridade é o plano nacional de preservação.

 

Vocês passam sempre por temas essenciais ao audiovisual, como lidar com todas essas demandas?

A gente precisa de um sistema nacional de preservação e os profissionais permaneceram dias aqui conversando e dialogando sobre isso. A preservação é fundamental para uma identidade de uma nação. Um país sem memória é um país sem identidade. Então, quando trazemos grandes aliados para esse debate, fortalecemos o audiovisual brasileiro como um todo.

A gente já está criando também essa sementinha para despertar nas escolas esse processo de contato com o audiovisual.

No caso do streaming, precisamos entender como que a Preservação vai dialogar com isso. Temos a questão da inteligência artificial. E tudo isso esteve presente aqui.

Então, são iniciativas para fazer parte de um contexto maior, que venha com resultado.

O audiovisual está na nossa vida o tempo inteiro e faz parte da nossa história, da nossa identidade, da expressão do que a gente é. E a gente precisa passar e ter uma visão desse ecossistema para além do audiovisual. Um ecossistema de políticas públicas, digitais, dessas ferramentas de financiamento.

 

O CineOP tem uma programação muito intensa, há espaço para ele crescer mais?

Isso é, talvez, um reflexo da própria falta de espaço que a gente tem no país, de exibir, de eventos com conteúdo mesmo. A gente chegou num formato que não tem aonde crescer mais, e eu não quero crescer mais. Mas, quero ter esse cuidado de lapidar, e meu grande sonho é chegar num determinado momento que tudo vai estar interligado, a história, a preservação e a educação.

 

E sobre o CineBH, o que podemos esperar?

Nós estamos trabalhando BH desde fevereiro, intensamente. Sobre a temática, podem esperar algo mais relacionado ao papel do Estado, financiamentos, principalmente o que há em comum com a América Latina. Estamos ainda amadurecendo.

 

Veja a cobertura completa Prodview.

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