28a MCT: Carta de Tiradentes reúne propostas e reflexões, resultado do encontro colaborativo de mais de 90 profissionais do audiovisual
A Mostra Tiradentes foi palco da leitura da Carta de Tiradentes 2025 nesta quarta, 29 de janeiro. O documento, resultado dos trabalhos do 3º Fórum de Tiradentes, reúne propostas e reflexões para o futuro do audiovisual brasileiro.
Em sua 3ª edição, o Fórum Tiradentes se consolida como um espaço fundamental para o debate e a construção de um setor audiovisual mais forte e democrático. Com o tema “Que cinema é esse?”, o evento reuniu, desde o dia 25, mais de 90 profissionais do audiovisual, distribuídos em seis grupos de trabalho (GTs): formação, produção, exibição/difusão, distribuição/circulação, preservação e observatórios.
As discussões abordaram temas cruciais para o desenvolvimento do cinema brasileiro, como descentralização, diversidade, democracia e desenvolvimento econômico e social. Uma das novidades desta edição foi a criação do GT Observatórios, que visa fortalecer a rede de colaboração entre os Observatórios Audiovisuais Brasileiros, compartilhando conhecimentos e experiências para aprimorar o monitoramento e a análise do setor.
Elaborada de forma colaborativa pelos participantes do Fórum, a Carta de Tiradentes 2025 apresenta um conjunto de recomendações para o futuro do audiovisual, com foco em ações concretas para o seu desenvolvimento. O documento servirá como guia para profissionais, instituições e gestores públicos, reforçando o compromisso da Mostra de Cinema de Tiradentes com o fortalecimento do cinema nacional.
A leitura da Carta de Tiradentes 2025 contou com a presença da coordenação geral do Fórum, composta por Mário Borgneth e Raquel Hallak, além da coordenação executiva, representada por Alessandra Meleiro, Débora Ivanov e Tatiana Carvalho Costa. Representantes dos GTs também estarão presentes, incluindo nomes como Adriana Fresquet (Formação), Cintia Domit Bittar (Produção), Lia Bahia (Distribuição/Circulação), Márcia Vaz (Exibição e Difusão), José Quental (Preservação) e Alessandra Meleiros (Observatórios). O evento contará com intérprete de Libras, garantindo a acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva.
3º FÓRUM DE TIRADENTES
Dentro da programação da Mostra, de 25 a 29 de janeiro foi realizado o 3º Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual Brasileiro, para debater reflexões sobre as políticas públicas e os desafios enfrentados pelo setor audiovisual no Brasil. O objetivo foi propor recomendações que fortaleçam a diversidade, a descentralização e a sustentabilidade econômica e cultural do ecossistema audiovisual nacional, e muitas dessas ideias surgem das mesas e papos a serem promovidos.
No dia 25 de janeiro, o Fórum deu início às atividades com um painel que discutiu o papel estratégico do audiovisual para o desenvolvimento econômico e cultural do Brasil. O encontro foi mediado pela professora Tatiana Carvalho Costa, coordenadora executiva do Fórum. Com o tema “O Desenvolvimento do Audiovisual como Política Estratégica do Estado Brasileiro”, a mesa abordou estratégias para que o Brasil se consolide como potência no mercado global, promovendo conteúdos diversificados e representativos.
Com o tema “Estratégias de Desenvolvimento para o Setor Audiovisual Brasileiro”, o Fórum articulou discussões em torno de três eixos principais: a revitalização da Política Nacional do Audiovisual, a estruturação dos polos regionais e os desafios regulatórios impostos por novas tecnologias como a inteligência artificial e a TV 3.0. No dia 26 de janeiro, o debate “Política de Desenvolvimento do Audiovisual: Objetivos da Industrialização e o Papel Estratégico dos Polos Regionais” abordou a indústria audiovisual como um pilar para o desenvolvimento econômico e cultural do país.
A discussão sobre o “Plano Anual de Investimentos 2025 – FSA/Ancine, Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura e Outras Ações de Fomento ao Audiovisual” analisou como os investimentos públicos podem contribuir para um audiovisual mais democrático e plural.
Os impactos das novas tecnologias no audiovisual foram discutidos na mesa “Emergência da Pauta Regulatória – Plataformas de Conteúdo Digital (VoD), TV 3.0 e Inteligência Artificial”.
Encerrando os debates do Fórum, o tema “Processo de Produção, Sistematização e Utilização de Dados: Construção de Indicadores da Atividade Audiovisual” abordado em 29 de janeiro, buscou formas de aprimorar a inteligência de dados no setor cultural.
A mesa redonda “Pluralidade Audiovisual e Democratização do Acesso” propôs uma reflexão essencial sobre o papel do audiovisual na promoção da diversidade cultural e na ampliação do acesso democrático no Brasil. Considerando os desafios impostos pela pluralidade de territórios, públicos e expressões, o debate busca explorar como políticas públicas podem articular a complexidade do setor audiovisual com a promoção da cidadania e o fortalecimento da democracia.