28a MCT – Bruna Linzmeyer: “Esse reconhecimento é uma colheita do meu trabalho”. Atriz comenta homenagem e revela próximos projetos

A Mostra Tiradentes tem como um dos seus objetivos potencializar o audiovisual para o público brasileiro e se consolida, cada vez mais, como um um espaço rico em cultura, parcerias, inovação e tendências. A homenageada desta edição traduz parte dessa essência. Bruna Linzmeyer é uma popular atriz de televisão e que tem forte atuação no cinema independente brasileiro.

Ela já atuou em novelas da Globo com papéis marcantes a autista Linda, em Amor à Vida de Walcir Carrasco; a vigarista Anabela no remake de 2012 da telenovela Gabriela, de Jorge Amado e Walcyr Carrasco e a instável Cibele de a Força do Querer, escrita por Glória Perez.

Também atuou em filmes como Meu Pedacinho de Chão (2014), dando à luz a professora Juliana. Foi a protagonista Luana do filme “O Filme da Minha Vida”, dirigido por Selton Mello. Seu trabalho mais recente é o filme Cidade, Campo, de Juliana Rojas (2024), que interpreta a jovem Mara.

Durante o evento, o Prodview bateu um papo com a atriz, que comentou um pouco sobre o poder transformador da arte, assim como seu ofício de atriz: “É um privilégio viver o cinema dessa maneira, com tanto afeto, escuta e troca. Esse ofício me ensina todos os dias sobre mim mesma e sobre o mundo. Ser atriz é manter um olhar pro mundo e me deixar ser atravessada pelas histórias que outras pessoas me apresentam. E então, com o trabalho de uma equipe inteira, me tornar alguém que não sou eu, mas que é meu corpo, meus ossos, minha memória”.

O trecho da canção de Raul Seixas parece traduzir a carreira de Bruna, que atuou em tantos papéis diversos, na televisão e cinema independente, além de ser ativista em movimentos feminista e LGBTQIA+ : “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante/ Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

A Mostra de Tiradentes termina hoje (01) com uma programação especial de encerramento, com a transmissão da pré-estreia nacional do filme Suçuarana de Clarissa Campolina e Sérgio Borges, Premiação e a performance de Luana Flores.

Confira mais um pouco desse bate-papo:

 

Como você avalia o atual momento do mercado nacional de produção audiovisual?

O nosso cinema sempre foi muito prestigiado internacionalmente. Não é de agora, se eu pensar só nos filmes que eu fiz ano passado, eu tive em Roterdã, em Cannes, na Berlinale, inclusive ganhando prêmios. A gente consegue realizar um cinema brasileiro de muito prestígio internacionalmente.

Isso é fruto de políticas públicas, de investimento, cultura. É uma colheita que se faz a longo prazo.

Especialmente nos últimos anos que a gente tem conseguido distribuir melhor os investimentos para além do eixo Rio-São Paulo, com mais mulheres, mais pessoas negras, indígenas, PCDs, LGBTs trabalhando. Então, acho que a pulverização desse dinheiro também é muito importante por meio das políticas públicas estaduais.

 

Quais são seus próximos projetos?

Eu tenho dois projetos para lançar esse ano. Um é um longa-metragem de ficção, da Cíntia Domit Bittar, que é uma cineasta do interior de Santa Catarina, se chama Virtuosas e é um longa de terror feminista. E eu também lanço esse ano Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente, que é uma série coprodução da Morena Filmes com HBO. Estreia na Max, direção do Marcelo Gomes. E é uma série que conta o comecinho da epidemia de HIV AIDS no Brasil, quando o único medicamento que existia ainda não era vendido no Brasil. Então, alguns comissários de bordo passam a contrabandear esse medicamento para salvar vidas no Brasil. E eu faço uma dessas comissárias.

 

E quais são as suas ambições agora, após receber um reconhecimento como esse na Mostra Tiradentes?

É continuar, é seguir. Eu vejo esse reconhecimento como uma colheita de uma pesquisa que eu tenho no cinema brasileiro, de um investimento que eu faço, de uma paixão que eu tenho. Então, essa homenagem é uma colheita disso e é um alimento para seguir viagem, para seguir trabalhando.

 

*Texto feito em colaboração com Fabiane Watanave

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