Tecnologias imersivas aplicadas à indústria 4.0: óculos auxiliam na gestão operacional e logística
Diferente do que muitos pensam, as tecnologias imersivas não são só para entretenimento, muitas empresas já enxergaram sua aplicabilidade na indústria e têm desenvolvido muitos cases de sucesso.
A Media Glass, por exemplo, é uma empresa de desenvolvimento de aplicações para óculos de realidade aumentada com foco industrial, tendo atualmente dois produtos: um app para suporte à manufatura, em que o usuário coloca os óculos de realidade aumentada e vê todo o passo a passo que precisa para executar uma operação e outro dedicado à logística, focado em gestão de estoque.
“Com os óculos, ele consegue navegar entre os passos, consegue ir para o próximo, voltar para o anterior e se tiver alguma dúvida consegue fazer uma videoconferência usando a câmera do óculos com um supervisor. Isso, porque tem uma interatividade entre uma pessoa que está remotamente no computador e a pessoa que está na operação, ele pode fazer um desenho na tela que aparece em realidade aumentada. No caso, da logística, que é praticamente a mesma ideia, o usuário vê uma sequência de itens que ele tem que coletar no estoque, vê a localização e lê o código de barras”, explica Flavio França, diretor da empresa.
A ideia surgiu logo que saiu o Google Glass, em 2012, e o empresário ficou interessado pela quantidade de oportunidades que ele podia trazer, de aplicações que poderiam ser desenvolvidas, então começou a pesquisar e identificou uma lacuna no Brasil.
De lá para cá, o mercado passou a conhecer melhor a realidade aumentada e virtual e o esforço que antes se concentrava em fazer com que o público tivesse conhecimento sobre as possibilidades da tecnologia, agora está centrado em provar a eficiência do valor do formato e converter em vendas.
“O interesse é grande, a demanda é grande, a procura é grande, mas a conversão é difícil por ser uma tecnologia nova e as empresas ainda estarem no processo de entender o valor da tecnologia”, pontua Flavio.
Dentre os cases de sucesso, a Media Glass cita a um feito com a Arcelor Mittal, que foi um check list de operações e com a Mercedes Benz, na área logística (veja detalhes abaixo). Ambos foram feitos especificamente para as empresas, mas podem ser aplicados em que qualquer segmento que tenha demandas similares.
“Espero e acredito que os próximos anos serão promissores, acredito muito nesse ano de 2019 porque as empresas estão começando a conhecer a tecnologia e hoje já se fala muito em realidade aumentada e virtual, tá na mídia. O desafio é convencer o valor da solução”, acrescenta.
A Media Glass divulgou ainda recentemente uma parceria internacional com a i4C Innovation, Hub de Inovação canadense para Indústria 4.0.
Arcelor Mittal
O projeto é um app para a plataforma Vuzix Smart Glass na qual o operário veste os óculos Vuzix e visualiza fotos e instruções sobre os procedimentos de montagem de produtos diretamente na tela do óculos.
Como ele pode passar as instruções por meio de comandos de voz (“Next” e “Previous”), ele fica com as mãos livres para executar seu trabalho.
O app também permite que o funcionário realize uma chamada com um especialista, compartilhando o que está visualizando em tempo real, tudo isso via integração com um software de vídeo conferência.
Mercedes Benz
Pick by Glass: Aplicativo que auxilia a busca por um produto dentro de um armazém ou centro de distribuição, dando suporte ao processo de Picking. O usuário veste um Google Glass (óculos de Realidade Aumentada), que exibe ao usuário os itens que precisa coletar e a localização exata.
Ao visualizar o item, o usuário ainda pode escanear o código de barras direto nos óculos e a saída daquele item já é automaticamente processada no inventário. Como o maior tempo gasto no processo de picking é o de deslocamento, a lista é exibida de forma otimizada de acordo com a proximidade, encurtando assim as distâncias entre o item atual e o próximo.