Qual é o cenário do relacionamento entre os influenciadores e as marcas?

A YOUPIX, aceleradora da indústria de creators, lança, em parceria com a agência Brunch, uma pesquisa inédita que revela a relação dos influenciadores com as marcas. Dividido em quatro temas: Perfil dos Criadores, Plataformas, Modelos de Remuneração e Publicidade – o estudo, que foi feito exclusivamente com creators que trabalham com marcas, tinha o objetivo de entender como se dá essa relação em termos de prospecção, contratação, entrega e relacionamento, além de mostrar como essas pessoas estruturam seu negócio.  Existem diversos estudos que mostram a perspectiva da marca, mas nunca havia sido realizada uma pesquisa para entender como os influenciadores enxergam os anunciantes e em que termos se dá essa relação.

“A discussão sobre este mercado precisava trazer a perspectiva de uma ponta importante: a do criador.  Conseguimos jogar luz nas questões com as quais os criadores estão lidando quando fazem trabalhos com marcas”, explica Ana Paula Passarelli, sócia da Brunch.

A pesquisa “Creators e Marcas” ouviu 152 produtores de conteúdo de todo o Brasil, em sua maioria do estado de São Paulo, com cerca de 61% dos entrevistados, no período de 16 e 21 de abril de 2019.

Perfis dos Criadores e Platafomas

Entre os dados captados, o estudo traz alguns recortes interessantes como o que revela que menos de 24% dos influenciadores vivem exclusivamente da produção de conteúdo, a maioria tem o Instagram como plataforma principal, com cerca de 66% das ações com marcas se concentrando ali, e que 66% deles trabalham sozinhos na produção do conteúdo.

“A pesquisa começa derrubando um grande mito. As pessoas imaginam que todos os influenciadores são milionários. Porém, a realidade é outra. Apenas 24% deles vivem exclusivamente da produção de conteúdo. A grande maioria tem outro trabalho como fonte de renda principal.”, destaca Bia Granja, sócia da YOUTPIX. “A consequência disso é que o mercado de influenciadores ainda é muito informal. Cerca de 65% dos entrevistados declararam nunca ou poucas vezes terem emitido nota fiscal para jobs. A maioria deles por que não consideram valer a pena abrir a empresa, visto que não estão faturando. Esse dado revela que o mercado ainda deve amadurecer muito nos próximos anos”, aponta Bia.

A preferência pelo Instagram como foco para realização de ações publicitárias tem a ver com a baixa complexididade para se criar conteúdo na plataforma, e sua consequente popularidade entre qualquer pessoa. “Diferente de outras plataformas, como o Youtube, por exemplo, onde é preciso ter um plano editorial e desenvolver formatos de conteúdo sobre um tema, o Instagram permite que a gente ganhe audiência e monetiza nosso estilo de vida. O conteúdo é sobre a nossa vida e a própria rede social traz ferramentas muitos simples para criação de histórias”, diz Bia Granja.\

Modelos de Remuneração e Publicidade

Em relação ao modelo de remuneração, mais um dado pouco conhecido foi revelado: a maioria dos creators aceita produzir conteúdo por mídia de performance, porém declara que ainda é um modelo onde se sentem com pouco poder de negociação e que preferem receber o cachê sem essas variantes – 76% dos criadores aceitam jobs que pagam parte em valor fixo e parte em comissão,

valor que cai para 51% quando depende do clique. “O modelo com variante de ganho pode ser mais lucrativo, mas poucos influenciadores sabem do potencial e apostam nele. Para eles a prioridade é produzir o conteúdo e não ser um promotor de venda”, reforça Bia.

Outro assunto que é muito discutido e que foi abordado na pesquisa é avisar o seguidor que determinado conteúdo se trata de publicidade.  Neste quesito, encontramos uma discrepância entre a visão do influenciador em relação a obrigatoriedade de avisar que o post é um publi – 78% dos entrevistados sempre deixa isso claro, e a pressão das marcas para que isso não seje explicitado – 36% dizem terem recebido pedidos explicitos das empresas para que não fizessem o aviso.

Ana Paula Passarelli, fundadora da agência Brunch, que cuida da carreira de influenciadores diz que “A publicidade não sinalizada incentivada pelas marcas é uma das causas para que a Brunch derrube projetos com criadores. Já recebemos inúmeros pedidos de marcas para que o post patrocinado não seja sinalizado. Nossos criadores sinalizam 100% do conteúdo patrocinado e não só porque é uma conduta interna, é a lei e precisamos respeitar para que possamos profissionalizar o mercado”.

Os poucos influenciadores que dizem nunca avisar sobre a publicidade (apenas 7%) o fazem por desconhecerem que é uma regra do código de defesa do consumidor e que pode levar a suspensão temporária do perfil. E por falar em regras, a informalidade também é vista no momento da contratação dos influenciadores. Mais de 70% dos jobs fechados foram feitos sem contrato assinado.

“A formalização e o conhecimento das regras ainda são pontos de alertas para os creators. Identificamos que na maioria dos casos os influenciadores só regularizam e tomam cuidado com essas situações após verem resultados financeiros”, completa Bia Granja.

Para concluir, o que essa pesquisa nos diz sobre o mercado de influência é que temos uma grande parcela dos influenciadores buscando entender os novos modelos de negócios para o que fazem. “Quando criadores e marcas entendem a criação de conteúdo como um negócio, ambos terão mais resultados, especialmente se não esquecerem da comunidade que não é apenas passiva ao conteúdo publicitário, muitas vezes ela faz parte da entrega de conteúdo”, completa Ana Paula.

Mais informações e a pesquisa completa está disponível no site do YOUPIX: www.bit.ly/creatorsemarcas

Outros Dados Interessantes

  • 52% dos influenciadores já fecharam um job por um valor muito abaixo do que pediu no inicio da negociação;
  • 64% dos influenciadores impulsionam posts patrocinados para entregar melhores resultados;
  • Cerca de 73% dos entrevistados fecharam entre 1 e 12 trabalhos no último ano;
  • 41% dos influenciadores são MEI;

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