Evento Casa do Autor Roteirista foi à APAC e debate narrativas baseadas em causas
Entre os dias 12 e 15 de dezembro, foi realizada em Tiradentes (Minas Gerais) a quarta edição do evento Casa do Autor Roteirista que, nesta edição, reuniu no dia 13 diversos roteiristas, produtores e diretores do audiovisual para conversarem como produções baseadas em causas reais. O principal objetivo do evento é entender de que forma o audiovisual pode contribuir com narrativa e provocações que retratam a realidade sociocultural e ambiental brasileira.
Neste dia, os convidados visitaram a APAC – Associação de Assistência aos Condenados, em seguida realizando o bate-papo “Como criar séries a partir de causas”. O debate contou com a presença de Marcos Nisti (“Aruanas” – coprodução Maria Farinha Filmes e Globo) e Marcos Takeda (“Unidade Básica” – produção Gullane Entretenimento e distribuição Universal Channel); sendo seguido por uma conversa e sarau sobre humor antifascista com Thiago Souza (“Os Marcheiros”) e Edu Krieger (“Zorra”, da TV Globo).
“Aqui não se sabe quem é preso e quem não é, isso não importa”, afirmou o diretor da APAC, Antônio Fuzatto, ao explicar o projeto na companhia de recuperandos, que trouxeram suas histórias e visões em torno da questão. “Trabalhamos com os condenados durante o cumprimento da pena para que eles não precisem voltar mais. Só quem vem aqui e escuta as histórias sabe o drama dessa realidade”, continuou ele.
Neste contexto, a jornalista Eliane Trindade apresentou a ideia da sua série em desenvolvimento, baseada na história das associações e dos carcerários que ali estão. “Na nossa realidade de chacinas, violência e armas, temos uma boa notícia para contar: existe, no Brasil, uma tecnologia que funciona, uma prisão sem armas, sem guardas. Como roteirista, penso em como traduzir isso para a sociedade”, contou a Eliane.
Marcos Takeda contou também um pouco sobre o processo criativo de “Unidade Básica”. “A série é para valorizar a base da pirâmide de saúde, para ajudar a diminuir problemas futuros da sociedade. A partir da conversa com os profissionais de saúde é que se fez possível escrever e produzir o projeto”, afirmou.
Fora esses debates, o evento ainda contou com seminário sobre criação de diálogo com o público, rodadas de negócios, homenagem a Pedro Rovai, seminário sobre histórias para unir o Brasil e pitching de projetos sobre heróis nacionais.