Em 2019, entre 27 e 30 de novembro, foi realizado em Manaus o Matapi – Mercado Audiovisual do Norte, evento que visa reunir diversos atores do audiovisual para discutir e fomentar a cadeia produtiva do setor no Amazonas e na Região do CONNE (Centro-Oeste, Norte e Nordeste), por meio da realização de oficinas, palestras, intercâmbios e rodadas de negócios. Esses atores podem ser produtores independentes, programadores, criadores de conteúdo, de jogos eletrônicos e de mídias digitais, publicitários, executivos de TV, distribuidores, produtores, profissionais e prestadores de serviços do mercado audiovisual, entre outros.

Assim, no ano passado, o encontro recebeu seis painéis e sete mesas, nos quais foram apresentados dados sobre a produção audiovisual da região da CONNE (Centro-Oeste, Norte e Nordeste), políticas do audiovisual, a importância das associações, o mercado de games na região Norte, financiamentos de conteúdo, segurança jurídica, conteúdos profissionais, além de debates e reflexões sobre o atual cenário do audiovisual nacional e os desafios postos para os profissionais, com a descontinuidade de ações do governo.

Temas como produção e distribuição de impacto estiveram presentes nas conversas e também as formas alternativas de distribuição dos conteúdos. O Matapi ainda contou com convidados de fora do Brasil, que compartilharam suas experiências sobre as coproduções internacionais e a importância de se buscar recursos e parcerias em outros países.

Além disso, o Matapi 2019 promoveu rodadas de negócio, que receberam 48 inscritos. Durante o evento, 14 empreendedores do audiovisual negociaram 41 produtos audiovisuais, entre eles projetos de telefilmes, séries, curtas e longas-metragens. No total foram 80 reuniões, gerando uma expectativa de R$ 2,5 milhões em volume de negócios em potencial.

Em entrevista exclusiva ao Prodview, Carlos Barbosa, um dos realizadores do Matapi, contou sobre a organização do evento, comentou a edição de 2019 e confirmou as datas do encontro em 2020: de 25 a 28 de novembro.

Confira:

Prodview – Como você se sente ao fazer parte do Matapi? O que o evento representa para o mercado de produção audiovisual do Norte?

Barbosa – Fazer parte do Matapi é estar comprometido com o cenário atual do mercado audiovisual. É de extrema importância trazermos assuntos e convidados tão relevantes para o cenário nacional e regional também. Esse ano ainda tivemos presença internacional, o que possibilitou diálogo com outro país – no caso, o México. Ter um evento como esse na região Norte é fundamental para que estejamos atualizados nos assuntos de nosso setor e para que possamos nos conectar ainda mais com o restante de nosso País. É uma oportunidade também de divulgarmos a região e poder dizer que aqui tem projetos bons e profissionais bastante qualificados.

– Quais foram as principais dificuldades e vitórias da realização do evento?

As dificuldades que tivemos foram financeiras, por mais que o projeto tenha recebido dinheiro público de edital para sua execução. Sabemos do custo amazônico de se realizar eventos e produtos na região. Além disso, tivemos o fator político também, que influenciou muito nas decisões de convidados e na data de realização. Como vitórias pontuamos a ampliação para a região do CONNE, a maior presença do Estado e do Município (Amazonas e Manaus), onde tivermos uma abertura melhor no diálogo e nas ações futuras, bem como as conexões com o Festival de Guadalajara que se fez presente nesta segunda edição com a entrega de dois prêmios para participantes.

– Quais são os planos para 2020?

Nossos objetivos para 2020 são dar foco ao aspecto empreendedor das empresas da região do CONNE e na internacionalização, promovendo novas conexões e novas fontes de financiamento. Um novo formato para o mercado também está em discussão.

Conheça mais destaques do Matapi 2019:

Encontro de Mulheres do Audiovisual

Nesta reunião, estiveram presentes por volta de 40 pessoas, incluindo, claro, as profissionais independentes de diferentes áreas do audiovisual que participaram do evento. Elas se apresentaram e estabeleceram trocas de conhecimentos sobre a realidade de trabalho em suas áreas. A produtora baiana Vânia Lima da Tem Dendê Produções, por exemplo, abriu os trabalhos da reunião e fez uma apresentação dos dados recentes da situação da mulher no audiovisual, além das diversas iniciativas feitas nos últimos anos para mudar o cenário.

Consultorias e Pitchings

Assim como em 2018, por meio de uma parceria com o Nordestelab, foram selecionados oito projetos para receberem consultorias individuais, analisando aspectos criativos, de desenho de produção e de inserção no mercado nacional e internacional, com ênfase na coprodução internacional.

Os produtores participaram de reuniões para discutir e analisar o aspecto criativo e de inserção estratégica nos eventos de mercado e fundos de financiamento nacionais e internacionais. As consultorias aconteceram com reuniões individuais de uma hora cada e os consultores foram: Rachel Daisy Ellis, da Desvia Filmes, para projetos de ficção e Luis Zaffaroni, dos DocMontevideo e DocSP, para projetos de documentário. Foi realizada também uma oficina de pitching coordenada por André Araujo, curador do Nordestelab, nos moldes do espaço de pitching existente nesse evento que ocorre na Bahia e já está em sua quinta edição.

Os projetos premiados no pitching foram:
– “CEU” (Artrupe Produções – AM) – Prêmio Nordestelab;
– “Por Que Kamña Matou Kiña?” (Rizoma Audiovisual – AM) – Prêmio de ingresso no laboratório de roteiro para documentários do Festival Internacional de Cinema de Guadalajara (FICG);
– “O Barco e o Rio” (Fita Crepe Filmes – AM) – Prêmio Matapi, Festival Internacional de Cinema de Guadalajara (FICG) e Itamaraty para a participação no Talents Coproduction Meeting.

Sobre

O MATAPI – Mercado Audiovisual do Norte é um evento realizado pela Dabacuri Projetos e Produções e pela Leão do Norte Consultorias e Produções Audiovisuais, além da Secretaria Especial de Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal. Conta com o patrocínio Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e Agência Nacional do Cinema (ANCINE). Além disso, o evento conta com apoio de mídia de veículos como o Prodview.