MAX 2020 – Parte 1: Mais de 350 encontros de negócios, showcases e oportunidades de distribuição
A Minas Gerais Audiovisual Expo – MAX 2020 foi realizada digital e gratuitamente entre os dias 16 e 19 de novembro. O evento manterá as palestras e painéis realizados ao vivo ainda disponíveis pela plataforma do evento até 18 de dezembro. Os encontros de negócio não serão disponibilizados.
Pensando na relevância do encontro, o Prodview reuniu em dois textos alguns dos principais destaques do evento, sendo este o primeiro material. Confira:
NEGÓCIOS
+350 Encontro de Negócios
Somente no primeiro dia, 16/11, a MAX realizou virtualmente 227 encontros de negócios com apresentações de 131 projetos e participação de 37 players do mercado audiovisual nacional e internacional. Entre eles, estão: Sony, AXN, GloboNews, Nickelodeon, Viacom CBS International Studios, Netflix e Warner Bros.
Dos 131 projetos selecionados, 82,08% está em fase de desenvolvimento, 7,53% em fase de
produção e 10,39% estão finalizados. Enquanto projetos de séries representam 54,48% dos selecionados, 40,86% são projetos de longa-metragem, médias-metragens ou telefilmes são 2,51% dos projetos e curtas-metragens 2,15%. Desses todos, projetos de ficção são 51,97% dos selecionados, documentários 29,75%, animações 13,26% e 5,02% são de gêneros variados.
Pitchings
O evento realizou também sessões de pitching de 4 projetos para cada categoria, são elas: Ficção, Documentário e Conteúdo Infantil. Nessas sessões, cada projeto teve 7 minutos de apresentação, esta podendo ser gravada, para posterior defesa ao vivo também digital.
Showcases: ViacomCBS e Netflix
– “ViacomCBS: Produção Brasileira”: nesta showcase com mediação de Cris Padigliones, colunista da Folha de S.Paulo, Maurício Kotait, vice-presidente e gerente ViacomCBS Networks Americas Brasil, falou sobre o lançamento da Pluto TV (plataforma gratuita de OTT a ser lançada em dezembro de 2020) e das oportunidades para as produções brasileiras independentes. Vale lembrar que a empresa é proprietária dos canais MTV, Comedy Central, Paramount, Nickelodeon e NickJr. “O público terá duas formas de consumir o conteúdo: pela plataforma de streaming ou pelos canais lineares disponíveis no serviço. Nossa expectativa é eu haja uma grande adesão do público brasileiro. No mundo, a Pluto TV já ultrapassa 35 milhões de usuários”, afirmou, destacando ainda que abrirão a marca no Brasil sem conteúdos originais, “mas estamos abertos para receber novos projetos de produções nacionais e internacionais”.
– “Netflix: 2021”: quem participou, pelo segundo ano seguido, foi Maria Angela de Jesus, diretora de Produções Originais da Nerflix, enquanto a showcase teve mediação de Renata Brandão, CEO da Conspiração Filmes. Sobre a pandemia, a executiva afirmou: “No início foi mais complicado, agora estamos mais adaptados. Foi preciso parar várias produções que estão em pós-produção. Aproveitamos a oportunidade para nos dedicarmos ao desenvolvimento de projetos, para buscar estas histórias que queríamos contar. Temos reuniões constantes e trabalhamos como uma grande área de criação e desenvolvimento de projetos no Brasil”, explicou.
Segundo a organização e divulgação da MAX, a representante da Netflix antecipou algumas produções brasileiras que em breve estará na plataforma de streaming. “Vamos lançar, no dia 8 de dezembro, o documentário ‘Amarelo’, do Emicida. Entre os filmes de ficção, teremos ‘Tudo bem no Natal’, estrelado por Leandro Hassum; ‘Pai em dobro’, com a Maisa e o Eduardo Moscovis, Larissa Manoela será a protagonista em ‘Luli’, baseado no livro de Talita Rebouças. De séries, teremos a estreia de ‘QueerEye Brasil’, e as segundas temporadas de ‘Sintonia’ e ‘Bom dia Verônica’”.
DEBATES
Painel “Caminhos da Coprodução Internacional”
Os participantes Carolina Alckmin, diretora de negócios e produtora executiva da Glaz Entretenimento, e Diego Ramirez Schrempp, produtor executivo da Dynamo, abordaram os desafios da pandemia e o contexto de coprodução no audiovisual. Para eles, a pandemia acabou por instigar a criatividade e a busca por histórias, sem contar com a barreira do idioma. Além disso, a própria tecnologia e funcionamento do mercado audiovisual possibilita o investimento em projetos em diferentes estágios de desenvolvimento.
“Ainda vivemos com restrições. O nosso modelo de trabalho foi totalmente alterado e tivemos a oportunidade para refletir e analisar como podemos fazer as coisas de maneira certa. Existem processos e tecnologias que antes não eram utilizadas e, que hoje, estão sendo implementadas de forma robusta e eficaz. O coronavírus foi uma dura lição”, destacou Schrempp, para quem o valor mais “ativo” do setor é o conteúdo, a história.
Painel “Conteúdo Regional – TVs Locais e Educativas”
O sócio-diretor da Panda Filmes, Beto Rodrigues, apresentou um panorama da produção de conteúdo local e educativo, contando com a mediação de Fernando Lauterjung, editor do Tela Viva News. Como parte deste panorama, estava uma pesquisa realizada pelo Sebrae Minas e Associação Mineira de Rádio e Televisão – Amirt por meio do Laboratório Sociocriativo. A pesquisa em si, ainda sem data de divulgação completa, aponta interesse por parte das TVs Educativas em conteúdos originais de produtoras independentes.
“As emissoras educativas podem ser parceiras na busca de formas de financiamento para a
viabilização de conteúdos autorais. Existe essa demanda, é necessário construir esse diálogo
entre produtoras e emissoras”, disse Rodrigues.
Painel “Distribuição audiovisual em múltiplas janelas”
O debate abordou a transformação da distribuição de conteúdo brasileiro que chega a mais espaços, especialmente os digitais como os serviços de streaming ou VOD (Video On Demand), isso sem contar outras telas como os cinemas drive-in e plataformas de nicho. Confira alguns destaques entre o que os participantes falaram:
– Felipe Lopes, diretor da Vitrine Filmes
“A Vitrine Filmes sempre pensa, pelo lado da distribuição, as múltiplas telas e
possibilidades dos projetos. Entendemos isso como um grande ecossistema, com suas
especificidades e características”.
– Juliana Brito, diretora executiva do Belas Artes Grupo
“Por causa da pandemia, optamos por oferecer o primeiro mês de graça ao ‘Belas Artes a La Carte’ e tivemos um boom de acessos. Contudo, o ‘Cine Drive-in’ e o streaming ainda não são rentáveis o suficiente para manter toda a operação. Os custos de manutenção do drive-in são muito altos e, com a reabertura de bares e restaurantes, a busca por essa opção de lazer caiu bastante”.
– Júlio Worcman, sócio-fundador da Tamanduá TC/Canal Curta!
“Existe no Brasil uma distância muito grande do cinema para as outras janelas. Para mim, fica cada vez mais claro o erro que é entender a primeira janela o cinema e a segunda a TV”.
– Paula Gomes, cofundadora da Olhar Distribuidora
“Entendemos esse ecossistema como um lugar para potencializar os filmes, pensando na audiência, desde o começo. Neste cenário atual, sem investimento em inovação e com recursos públicos escassos, queremos somar esforços e buscar formas de financiamento, pensando na comunicação com o público desde o começo. Queremos estar junto com os produtores na distribuição, nessa construção de audiência em parceria. Buscamos trabalhar com filmes, principalmente, de fora do eixo Rio-SP. Estamos interessados em filmes que possam modificar a realidade de alguma forma”.
A mediação foi de Cris Padiglione, jornalista do portal TelePadi.
INFORMAÇÕES
Show Me the Fund ou 50 possibilidades de financiamento
Assim como foi feito na CineBH e no Brasil CineMundi, a MAX 2020 também recebeu a apresentação do estudo “Show Me the Fund”, realizado pelo programas Brazilian Content da BRAVI, Projeto Paradiso e Cinema do Brasil. O levantamento é o primeiro mapeamento de fundos de investimentos para o setor de produção audiovisual independente, com especial foco ao mercado brasileiro.
Participaram da apresentação e mesa-redonda: Adriane Freitag, gerente executiva do Cinema do Brasil; Mary Morita, gerente executiva do Brazilian Content; e Thiago Macêdo Correia, produtor executivo da empresa mineira Filmes de Plástico. A moderação foi de Fernando Lauterjung, editor do Tela Viva News.
“Com a crise que vivemos hoje no Brasil, o ‘Show me the Fund’ traz ótimas opções para quem está disposto a se aventurar no mercado internacional e coproduzir com outros países. Muitos desses fundos são muito menos burocráticos do que os que temos por aqui. Assim, como muitos produtores da minha geração, eu já tentei e consegui viabilizar meus projetos por meio deles”, afirmou Macêdo. Já Adriane aproveitou para se colocar à disposição dos produtores brasileiros que tiverem dúvidas sobre o programa Cinema do Brasil por meio do e-mail: adriane@cinemadobrasil.org.br.
Sobre a MAX 2020
A 5ª edição da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo é realizada pelo Sebrae Minas, Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, com o objetivo de promover negócios e atividades de capacitação profissional para o incremento da cadeira produtiva do audiovisual. Desde a sua primeira edição em 2016, a MAX se consolidou como espaço para reflexão e caminho para viabilizar a produção, coprodução e distribuição de projetos.
*O Prodview agradece à organização do evento e à assessoria ETC Comunicação pela atenção e envio de informações do evento.