24ª Mostra de Tiradentes abordará “Vertentes da Criação” e exibirá 114 filmes gratuitamente

Entre os dias 22 e 30 de janeiro, será realizada a 24ª edição da tradicional Mostra de Cinema de Tiradentes, o principal encontro que abre a agenda de eventos do mercado audiovisual brasileiro e serve também como uma vitrine dos próximos sucessos do cinema nacional. Seguindo a tendência necessária de encontros on-line devido aos riscos da pandemia de COVID-19 em 2020, a Mostra será completamente digital agora em 2021, porém, com o desafio de manter sua relevância para o setor audiovisual do País, em especial ao independente.

Como parte do propósito de servir ao cinema e cultura brasileiros, a organizadora do evento, Universo Produção, apostou no tema central “Vertentes da Criação”. A proposta foi dos curadores Francis Vogner dos Reis e Lila Foster, tendo o objetivo de trazer a capacidade e força do cinema nacional de se reinventar mesmo em meio a diversas pressões que sofre. Assim, seguindo a temática, serão debatidas as possíveis respostas a dúvidas como: O que move o cinema? Quais são os desejos que guia e dão origem aos filmes? Entre outras.

“Não são simplesmente novos modos de produção, mas uma reconfiguração de ideias, procedimentos, motivos e anseios. É o desejo de filmar que se encontra com a necessidade de filmar. Esses processos revelam relações inauditas da imaginação com o real, em intervenções que não só questionam, mas se descolam de modos e procedimentos criativos e de produção mais normativos do ponto de vista técnico e estético”, afirma Lila Foster.

Como já é tradição, a programação será gratuita e contará com cobertura do Prodview. Conheça mais detalhes do evento que começará ainda neste mês:

Homenagem

Baseada na temática central do evento, foi-se escolhido homenagear a cineasta Paula Gaitán, que realiza curtas, médias e longas-metragens. Nas palavras da organização do evento: “faz filmes com dinheiro, sem dinheiro, filme caseiro, performances, musical de memória, filme híbrido, documentário especulativo, ficção poética, cine-retrato abstrato, videoclipes, séries de entrevistas, artes visuais e outros mais”. Como parte da homenagem, o evento terá um painel on-line com a cineasta e exibirá 8 títulos de sua autoria, sendo um escolhido para a abertura da Mostra. São eles:
– os longas já lançados “Diário de Sintra”, “Exilados do Vulcão”, “Noite”, “Luz nos Trópicos”
– o videoclipe “A Mulher do Fim do Mundo” (de Elza Soares)
– três filmes inéditos: o curta “Ópera dos Cachorros”, o média “Se hace camino al andar” e o filme de abertura que abre a programação da Mostra, em pré-estreia mundial, que a diretora está finalizando para apresentar no evento.

Júri Jovem

Um total de 5 estudantes universitários foram escolhidos para formarem o Júri Jovem da Mostra, que analisará os longas-metragens da mostra Olhos Livres, escolhendo um deles para ganhar o troféus Carlos Reichenbach. Os 5 foram selecionados entre os participantes da Oficina Análise de Estilos Cinematográficos, ministrada pelo crítico, programador e professor Victor Guimarães (MG ) durante a Mostra CineBH de número 14. Dentro desse grupo, foram utilizados como critérios a clareza e a articulação de fala e escrita, a capacidade de análise e reflexão, o olhar atento e coerência na expressão para a escolha dos indicados, marcados por uma maior diversidade regional.

“O perfil deste Júri Jovem é mais diverso do que em outros anos, sobretudo devido à falta de uma limitação territorial, que permitiu que pessoas de muitos lugares pudessem participar. Acredito que essa diversidade regional – além da diversidade de gênero e racial entre as pessoas selecionadas – será um ganho e tanto para as discussões durante o festival”, conta Guimarães. Foram o Júri Jovem:

– Ana Júlia Silvino, 20 anos, estudante 3º período de Rádio, TV e Internet, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF);
– Anália Alencar, 25 anos, estudante 9° período de Comunicação Social, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
– Lorenna Rocha, 24 anos, estudante 10º período da Licenciatura em História, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
– Manu Zilveti, 24 anos, estudante do 5° período de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Pelotas (UFpel);
– Rodrigo Sampaio Cauhi, 20 anos, estudante 6º período do curso de Cinema e Audiovisual, da PUC Minas.

Oficinas

Com inscrições já encerradas, o evento conta com Programa de Formação Audiovisual com um total de 225 vagas gratuitas já preenchidas para oficinas com temas como:

– Atuação no Cinema
– Audiência do Audiovisual
– Como os filmes podem alcançar seus públicos
– Da ideia ao filme: Como desenvolver o seu projeto
– Documentários Domésticos
– O poder da cultura sonora para o som no cinema
– Por uma mise-en-scène pandêmica
– Produção executiva de audiovisual
– Reencantar o corpo, reencantar o mundo
– Roteiro de Curtas
– Roteiro para narrativas audiovisuais

 

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