25a MCT: Resumo 26/01 – Bate-papo com cineastas, Roda de Conversa e sessões de curtas
O Encontro com os Filmes trouxe um bate-papo sobre o filme “Manguebit”, que teve pré-estreia nacional na Mostra Olhos Livres, com a presença do diretor Jura Capela, convidados e do crítico José Geraldo Couto | SC.
Em seguida, foi a vez do bate-papo do filme “A Colônia” com a presença dos diretores Mozart Freire e Virginia Pinho, convidados e do crítico Ruy Gardnier | RJ.
A programação teve ainda bate-papo com os diretores dos curtas-metragens da Mostra Foco | Série 2 e exibidos na noite de terça-feira: Leonardo da Rosa e GianlucaCozza, de “Madrugada”; Liv Costa e Sunny Maia, de “Na estrada sem fim há lampejos de esplendor”; Lucas Melo, de “Prata”; Linga Acácio, de “Rumo ao Desvio”.
Sessão de Cinema
O público conferiu a exibição de quatro curtas-metragens da Mostra Panorama | Série 4. Intitulada “Mestres, Comunidades e Saberes Populares” é formada exclusivamente por filmes realizados com recursos da Lei Aldir Blanc (LAB), auxílio emergencial da cultura que tornou possível, por meio de prêmios, editais e chamadas públicas, a execução de projetos culturais em diferentes municípios brasileiros.
Abriu a sessão o documentário “Cabocolino”, de João Marcelo, que mergulha nos saberes populares de Seu João de Cordeira, mestre do Bloco de Caboclinhos do Sítio Melancia, do município de João Alfredo, interior de Pernambuco. Na sequência, “Alagbedé”, de Safira Moreira, aborda o cotidiano de José Adário dos Santos e seu processo de criação de ferramentas de orixá em sua oficina de ferro-velho, em Salvador. De Belo Horizonte, “Angu recheado de senzala”, de Stanley Albano, mistura documentário e ficção em uma proposta que resgata a história do pastel de angu, patrimônio da cultura mineira, e de que modo sua origem está relacionada à escravidão de negros e negras no Brasil. A sessão encerra com “Curió”, de Priscila Smiths e P.H.Diaz, que partilha as vivências de moradores de um bairro que nasceu de um mutirão, na periferia de Fortaleza.
Roda de Conversa
A Roda de Conversa “Políticas públicas para o audiovisual em Minas Gerais” apresentou as ações estratégicas para o audiovisual mineiro, que este ano estão baseadas em três eixos: Desenvolvimento Econômico, Cidadania Audiovisual, Comunicação e Indicadores. Participaram do encontro: Igor Arci, subsecretário de estado de cultura de Minas Gerais; Sérgio Rodrigo Reis, presidente da Empresa Mineira de Comunicação – EMC e Flávia Moreira, diretora de Desenvolvimento e Promoção do Audiovisual.
Sessão de cinema + bate-papo
A sessão da Mostra Formação | Série 1 trouxe filmes que revelam a nova cara da produção universitária. A primeira exibição será da ficção “Idioma”, de Leonardo Gelio, da PUC-RJ, que acompanha, de forma pausada e misteriosa, a jornada de uma mãe solo para ajudar seu filho a se comunicar. Em “A Sentença”, produção realizada na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e dirigida por Laura Coggiola, o universo onírico dos sonhos contamina a realidade e transforma o relacionamento de duas garotas em sua exploração na cidade de São Paulo. “Noêmia e Laura”, dos diretores Danielle Menezes e Iago de Medeiros e realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), usa o terreno propositivo dos sonhos para observar atentamente a rotina de duas mulheres dividindo uma casa e se perdendo em suas ilusões. Da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), “Cidade Sempre Nova”, de Jefferson Cabral, é um experimento ousado que utiliza uma colagem de filmes para refletir sobre suas histórias, contradições e celebrar uma produção audiovisual pouco reconhecida.
Longas em pré-estreia e sessões de curtas
Mostra Olhos Livres
Exibição da pré-estreia nacional de “Você nos queima”, na Mostra Olhos Livres. Dirigido por Caetano Gotardo, o longa experimental é um desdobramento das pesquisas de coreografia e teatralidade do diretor, através de coreografia dos corpos, das palavras e das coisas, a observação poética da cidade.
Mostra Praça
Foram exibidos quatro curtas-metragens da Mostra Praça | Série 3. O documentário “[O Vazio que Atravessa]”, com direção e roteiro de Fernando Moreira, aborda as consequências de um dos maiores crimes ambientais da história de Minas: o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Vale, em Brumadinho. “Deus me Livre”, dirigido por Carlos Henrique de Oliveira e Luís Ansorena Hervés, é centrado na vivência de dois coveiros que atuaram durante os piores momentos da pandemia de Covid-19 no cemitério paulista de Vila Formosa. Em “A Represa É meu Quintal”, de Bruna Carvalho Almeida, a velejadora Laís, mulher negra, quer fazer história em sua região, mas precisa enfrentar uma pandemia numa comunidade às margens do maior reservatório de água da Região Metropolitana de São Paulo. E o documentário marajoara “Meus santos saúdam teus santos”, de Rodrigo Antônio, traz a experiência do diretor no reencontro com as tradições religiosas afro-indígenas de sua família e seu território, numa partilha de afetos e de esperança.
Mostra Aurora
A Mostra Aurora apresentou, em pré-estreia mundial, o experimental “Sessão Bruta”, do coletivo As Talavistas – Pink Molotov, Darlene Valentim, Marli Ferreira, Cafézin – e ela.ltda (Gabriela Luíza). O filme intensifica a performance em uma casa transformada em cenário e palco para dança, conversas, ensaios em cena. As cenas são entremeadas por falas, depoimentos que surgem em meio a arranjos cênicos, mostrando também o imaginário, as lutas e as intensidades da vida de um grupo de artistas de Belo Horizonte.
Mostra Foco
A Mostra Foco | Série 3 encerrou a programação do dia com quatro curtas metragens. Dirigido por Anália Alencar, “Bege Euforia” é um experimento ficcional em que territórios escorregadios da experiência do feminino e do amor se reorganizam com o retorno do sagrado de um passado e de uma missão que precisa ser cumprida. Já “O Nascimento de Helena”, de Rodrigo Almeida (Surto&Deslumbramento), elabora uma fantasia de destruição. “Eu te amo é no sol”, de Yasmin Guimarães, traz numa deriva sobre a experiência do êxodo, o reencontro de namoradas que precisam lidar com as (im)possibilidades de reconexões. E o filme-tese de Érica Sarmet, “Uma paciência selvagem me trouxe até aqui” articula vivências intergeracionais de mulheres sob um “gaze” lésbico que imprime um senso de liberdade às modulações de corpos e desejos.