MAX 2018 apresenta oportunidades do audiovisual: Selo ELAS, VR, branded content e games
O segundo dia de painéis da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo deste ano recebeu a apresentação de oportunidades da indústria audiovisual, seja em setores em crescimento como o de games ou iniciativas que envolvem representatividade como o Selo ELAS, da Elo Company. O evento segue em Belo Horizonte (MG) até esta sexta-feira (31) com painéis e até sábado (1/9) com programação cultural.
De olho nas narrativas e profissionais femininas
Para apresentar o Selo ELAS, iniciativa da Elo Company para promover histórias, obras audiovisuais e profissionais femininas, Bárbara Sturm trouxe dados do audiovisual mundial como apenas 9% dos responsáveis pela direção de filmes em 2017 serem mulheres. A diretora de conteúdo da Elo, que se posiciona como agência de vendas com foco em produção brasileira, detalhou que apenas 29% dos personagens com falas em longas de 2017 são mulheres, bem como apenas 18% dos títulos de maior arrecadação do cinema mundial tiveram presença feminina em cargos de alta responsabilidade.
“No entanto, o ano passado foi o momento da consolidação da demanda por conteúdo feminino”, comentou a executiva, apontando títulos de sucesso financeiro ou de crítica como o longa Mulher-Maravilha, a série The Handmaid’s Tale e o drama nacional Como Nossos Pais. “No Brasil, temos muitas profissionais capacitadas e que produzem sim e muito, inclusive um dos longas nacionais de 2017 que estão no Top 10 de bilheteria de cinema foi dirigido por uma mulher: Meus 15 Anos”.
Bárbara explicou o Selo ELAS como uma iniciativa da companhia para, entre outros objetivos, fomentar o equilíbrio de filmes realizados por mulheres. O Selo foi lançado oficialmente no início deste ano com nove projetos – seis de ficção e três documentários – e tem dois vieses de atuação: Capacitação, compartilhando conhecimento por meio de eventos como o FIM CINE e o NetLABTV, e Consultoria, principal ponto diferencial da proposta ao trazer consultores artísticos, jurídicos e executivos para orientar os projetos escolhidos.
Ainda em outubro, serão anunciados 14 projetos que receberão a Consultoria do Selo ELAS durante 2019. Bárbara reforçou que todos são projetos ótimos, que foram avaliados criteriosamente pela companhia. “A contratação do projeto é pelo potencial do projeto em si e não só por ser dirigido por mulheres”.
Letras da inovação e imersão: games, VR, AR e realidade mista
O painel “VR, AR e Realidade Mista: A Criação” trouxe nomes desse setor ligado à imersão para falar de produção desses conteúdos, entre eles participaram Fabio Hofnik (diretor da Hyper VR), Karina Israel (cofundadora e CGO da Ydreams Global), Mário di Poi (produtor executivo da INPUT | Arte Sonora) e Tadeu Jungle (CEO da Junglebee XR), com mediação de Rodrigo Terra (COO da Árvore Experiências Imersivas). O mediador, inclusive, aproveitou para divulgar a plataforma XRBR que quer conectar profissionais de conteúdo imersivo.
Além de apresentarem cases de sucesso como conteúdos para marcas feitos pela Ydreams para empresas como Natura e Coca-Cola, os profissionais deram dicas e convidaram os profissionais interessados no setor a “se jogarem de cabeça”. “Temos que entender o cliente e o público. Ainda é em tempo de vocês entrarem e ajudarem a desbravar esse ‘mato’ com a gente, esse é um momento muito especial da comunicação mundial. É algo que vai tocar nosso cotidiano muito em breve”, disse Jungle.
O executivo ainda afirmou que, independentemente da tecnologia usada, tudo gira em torno de uma história. Porém, na imersão da realidade virtual, aumentada ou mista não existe contar a história (storytelling), mas sim vivenciar a narrativa (storyliving). Karina concordou dizendo que a escolha e adaptação da tecnologia vem depois de se entender qual o efeito desejado com o conteúdo. “A chave não é uma adaptação do cinema ou da TV, mas sim criar uma nova linguagem”, declarou Fabio Hofnik, enquanto di Poi reforçou a importância do áudio para a imersão.
Já o painel “Análise de Mercado: Games” trouxe dados relevantes do setor, incluindo informações da Pesquisa Game Brasil e outros como os US$ 121 bilhões movimentados mundialmente pela indústria de videogames, estimados em US$ 137 bilhões para 2018. Quem trouxe esses dados foi Vicenten Filho, VP da ABRAGAMES, citando também que 51% do faturamento total do mercado mundial vem de jogos para mobile e que apenas 4% da receita global fica com a América Latina, com México e Brasil como os 12º e 13º países que mais movimentam esse mercado, respectivamente.
Também participaram do painel Magno Maranhão, assessor do diretor-presidente da ANCINE; Raoni Dorim, presidente da GaMinG; e o moderador Erick Krulikowski, sócio-diretor da iSetor. “Game também é audiovisual, é um grande mercado com muito público. Temos que trabalhar de uma forma que consiga manter os talentos de games no Brasil em vez de perder esses profissionais para fora, assim, precisamos adequar a realidade do mercado de game à da ANCINE, tem comissão interna sobre games”, disse Maranhão.
Possibilidades rentáveis com o branded content e novas narrativas
Com o investimento em branded content, o horário comercial deixa de ser apenas vitrine de produtoras para se tornar um espaço de entretenimento e informação ao expor os conceitos e a imagem da marca com conteúdo de qualidade. No painel Branded Content: narrativas para as marcas foram abordadas estratégias de viabilização de conteúdo e a importância da produção original para atingir o espectador.
Victor Lemos (produtor executivo da Trator Filmes), Marcio Yatsuda (presidente da Movioca) e Roberto Martha (produtor executivo da Scriptonita Films) participaram do encontro.
Os empresários deram diversos exemplos de como aplicar o Branded Content, esclarecendo que empresas e agências têm de ter uma percepção clara da logística de criar essa conexão por meio do conteúdo que gera um vínculo mais duradouro e cria engajamento. Além de muita paciência, é preciso equilibrar a equação conteúdo vs. marca.
Um dos exemplos dados foi o Expedição Samsung, uma série que mostra o desejo de uma pessoa que vive em um ambiente monocromático em mostrar para a sua família as “cores do mundo por meio de suas belezas”.
Em outro caso, Marcio Yatsuda comentou o filme O Segredo de Davi, que terá distribuição da Elo Company a partir de 22 de novembro e teve parceria com a Universidade Anhembi Morumbi, que cedeu as locações, os estúdios da universidade e os alunos dos cursos ligados ao audiovisual. Estima-se que 20% foi economizado com a produção e a Universidade não entrou com nenhuma verba em espécie. 70% do filme foi rodado no ambiente acadêmico. Veja o trailer:
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