“Encontros de Negócios” com players do Brasil e do mundo apresentam projetos brasileiros em rodadas de negócios e pitchings
Encerrou nesse sábado dia 27 de outubro, em São Paulo, a primeira edição dos Encontros de Negócios do Mercado de Ideias Audiovisuais, realizado pela Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, a Spcine e o Cinema do Brasil – SIAESP. Durante dois dias, produtores e diretores de 20 produtoras pré-selecionadas de todo Brasil reuniram-se com experientes players e realizadores nacionais, da Europa e dos Estados Unidos para rodadas de negócios e pitchings. O evento também promoveu uma ação inédita no mercado local entre o cinema e a literatura, com o encontro Do Livro ao Filme, reunindo agentes literários e produtores audiovisuais.
“A primeira edição dos Encontros de Negócios tem um balanço extremamente positivo. Foram apresentados projetos em desenvolvimento de muita qualidade e tanto os realizadores e players internacionais como os realizadores e produtores paulistas mostraram grande disponibilidade em conhecer ideias que poderão gerar coproduções de sucesso. Os agentes literários também aprovaram a oportunidade de fazer pitchings de obras com potencial de adaptação para cinema ou TV”, comemora Mauricio Andrade Ramos, diretor-presidente da Spcine.
A dinâmica dos Encontros de Negócios
Na Categoria Internacional, 10 produtoras de São Paulo- Capital e de todo o país apresentaram suas ideias a fundos internacionais, coprodutores, festivais e agentes de venda internacional. A lista de avaliadores foi formada por Louis Basan, da Films Boutique, Delphine Thomsom, da Les Films du Fleuve (Bélgica), Annabella Nezri, da Kwassa Films (Bélgica), Juliana Souza, da Under The Milk Way (França/VOD), Catherine Dussart, da CDP Productions, Marcin Luczaj, da New Europe Film Sales, Todd Remis, da Salem Street Entertainment, Louise Ronzet, da Urban Distribution, Jeske van der Slikke, do Hubert Bals Fund, Adrien Muselet, da Netflix, e Marcelo Quesada, da Pacifica Grey. As produtoras brasileiras participantes foram : OKNA Produções Culturais (Rio Grande do Sul), Academia de Filmes (São Paulo), Gato do Parque Cinematográfica (São Paulo), Girafa Filmes (São Paulo), Bossa Nova (São Paulo), Solo Filmes (Minas Gerais), Syndrome Films (Rio de Janeiro), Lacuna Filmes (São Paulo), Coala Filmes (São Paulo) e Primo Filmes (São Paulo).
Outros 10 projetos de filmes foram escolhidos para Categoria Regional, ou seja, voltada exclusivamente para longas-metragens de produtoras espalhadas por todo o Brasil, exceto a cidade de São Paulo. Este grupo de avaliadores foi formado por representantes da Academia de Filmes, Bossa Nova Films, Coração da Selva, Dezenove Som e Imagens, Gullane, Mar Filmes, Mixer, Movie&Art/Casa Redonda, O2 Filmes, Primo Filmes, Pródigo Filmes e RT Features. As produtoras participantes foram: Coisa de Cinema (Bahia), 4U Films (Rio de Janeiro), K.K. Cinema e Vídeo (Rio Grande do Sul), SeuFilme Produções Audiovisuais (Rio de Janeiro), Ausgang (Rio Grande do Sul), Urso Filme (Pernambuco), Chá Cinematográfico (Pernambuco), 99 Produções (Pernambuco), Goiabeira Filmes (Rio de Janeiro) e Rio Tarumã Filmes (Amazonas).
Agentes literários e produtores audiovisuais
A programação do Mercado de Ideias Audiovisuais incluiu também o encontro inédito Do Livro ao Filme dia 26 de outubro, no Hotel Renaissance. O editor da revista de literatura Quatro Cinco Um, Paulo Werneck, e produtora da Bossa Nova Films, Paula Cosenza, foram os curadores do evento, realizado com o objetivo de aproximar editoras de livros e produtoras audiovisuais para discutirem oportunidades de adaptação de obras literárias.
André Conti, da Todavia Livros, apresentou três livros: “A guerra”, de Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias, desdobramento de um reportagem sobre os bastidores do PCC que deflagra a dimensão das organizações criminosas no país; “Paletó e eu”, de Aparecida Vilaça, relato não-convencional de uma antropóloga sobre a vida ao lado de Paletó, seu carismático pai indígena; “A tirania do amor”, de Cristovão Tezza, que constrói um panorama atualíssimo do Brasil através da crise pessoal e profissional de um economista.
Cassiano Machado, da Editora Planeta, levou ao evento “Presos no Paraíso”, romance de estreia de Carlos Marcelo, sobre a investigação de assassinatos em Fernando de Noronha a partir do ponto de vista do historiador Tobias. Por fim, Mariana Figueiredo, da Companhia das Letras, apresentou “Nunca houve um castelo”, de Martha Batalha, que recria a trajetória dos descendentes de Johan Edward Jansson, cônsul da Suécia no Brasil que em 1904 construiu um castelo em Ipanema.
Prêmio de R$ 30 mil reais para melhor roteirista
A roteirista Índigo Ayer, do projeto “Um Pinguim Tupiniquim”, da Coala Filmes, recebeu o Prêmio Olga Rabinovich, concedido ao melhor roteiro dentre os 20 projetos selecionados para os Encontros de Negócios. Ela foi selecionada por uma comissão independente para receber uma bolsa de R$30 mil reais pelo período de seis meses, assim como mentorias de roteiristas renomados. O Instituto Olga Rabinovich é o primeiro instituto filantrópico de apoio ao audiovisual no Brasil.