Evento tradicional no calendário audiovisual do Espírito Santo aposta em oficinas para incentivar talentos
O 25º Festival de Cinema de Vitória é considerado o mais tradicional evento de audiovisual do Espírito Santo. Ao longo de seis dias (3 a 8 de setembro), foram exibidos 90 filmes, divididos em 11 mostras competitivas e sessões especiais.
Uma realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), o encontro teve patrocínio do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, da Petrobras, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE), do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), da ANCINE, e do Governo Federal, com apoio da Rede Gazeta, da Prefeitura Municipal de Vitória, e da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. O Festival conta também com Apoio Institucional do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv), do Canal Brasil, da Arcelor Mittal, da Link Digital, da Mistika, da Cia Rio, da UVV, da Marlim Azul Turismo e da Carla Buaiz Joias.
Após uma maratona de exibições, homenagens, oficinas e debates, o Festival premiou ainda os melhores filmes em diversas categorias. A cerimônia, que contou com a apresentação do ator Alex Reis e Larissa Delbone, produtora-executiva do FCV, distribuiu ao todo 21 Troféus Vitória, além de menções honrosas e premiações extras. (Confira a lista no fim da matéria).
Oficinas e debates
Na Oficina de Crítica Cinematográfica, comandada por André Dib, na Universidade Vila Velha (UVV), os participantes realizaram atividades práticas e teóricas, sendo estimulados a desenvolver sua capacidade de se relacionar criticamente com os filmes. Como resultado, eles produziram textos críticos a partir dos filmes exibidos nas Mostras Competitivas do Festival e publicaram no blog da oficina.
Além disso, as turmas produziram 9 curtas-metragens e um deles (Cadeira Vazia) foi exibido na noite de encerramento. Ao longo da realização desse curta, os alunos se revezaram na direção e em demais funções técnicas e artísticas. Neste ano, o tema do curta-metragem foi a inveja. “Estamos em um momento de competição – as eleições, onde se discute verdade e mentira”, afirma Luis Carlos Lacerda, que comandou a oficina.
Outro elemento que marca o filme produzido pelos alunos, segundo Lacerda, é a metalinguagem: “Tem a brincadeira da oficina dentro do próprio filme. O filme que eles fizeram pode ter sido uma coisa que aconteceu apenas na cabeça de quem está fazendo a oficina.”
Participaram das oficinas, os profissionais: Luiz Carlos Lacerda (Realização em Cinema e Vídeo, José Roberto Torero), Eva Randolph (montagem), André Dib (Crítica Cinematográfica), Anselmo Vasconcellos (Atuação Cinematográfica), Otto Guerra (Animação), e Simone Marçal e Daniel Morelo (Gestão e Elaboração de Projetos Culturais).
Para Lacerda, as oficinas do FCV funcionam não só como um espaço de formação de profissionais do audiovisual, mas como um incentivo para qualquer pessoa que deseje se expressar artisticamente.
“A oficina é uma grande provocação para que eles descubram os cineastas e os artistas que existem dentro deles. Muitos cineastas daqui me procuram relembrando que fizeram a oficina anos atrás”, afirma.
As mulheres também foram protagonistas no Festival, durante a Mostra Mulheres no Cinema, que exibiu produções de SP, RJ, BA e do Distrito Federal, assumindo tom político para as narrativas sobre as mulheres. Logo após a Mostra, as realizadoras participaram de um debate com o público, para contar sobre o processo de criação dos filmes, bastidores, narrativas e a força feminina no audiovisual brasileiro.
O 25º Festival de Cinema de Vitória também prestou homenagem aos 50 anos da Carreira de Neville D’Almeida e ao cineasta e fotógrafo brasileiro Luis Carlos Barreto.
Lançamento de obras
Com programação diversificada, o encontro também abriu espaço para a literatura. Foram lançados cinco livros: Os Incontestáveis, de Saulo Ribeiro; Temporária, de Aline Prúcoli; O Breviário do Silêncio, de Anaximandro Amorim; Reis de Paus, de Luiz Carlos Lacerda; e a edição comemorativa de Memórias das Ruínas de Creta, de Bernadette Lyra.
Troféu Vitória
22ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS
Melhor Filme: Peripatético, de Jéssica Queiroz
Prêmio Especial do Júri: BR3, de Bruno Ribeiro
Melhor Direção: Érica Sansil, por Esperando o Sábado
Melhor Roteiro: Gabriela Amaral Almeida, por Vaca Profana
Melhor Contribuição Artística: Marco Antônio Pereira, por Alma Bandida
Melhor Interpretação: Rosa Luz, por Estamos Todos Aqui
Prêmio do Júri Popular: Braços Vazios, de Daiana Rocha
Menções Honrosas: Maré, de Amaranta Cesar; Entre Pernas, de Ayla de Oliveira; Tentei, de Laís Melo; Maria, de Elen Linth e Riane Nascimento
8ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS
Melhor Filme: Pastor Cláudio, de Beth Formaggini
Melhor Direção: Otto Guerra, por A Cidade dos Piratas
Melhor Roteiro: Rodrigo John, Laerte Coutinho, Thomas Créus e Otto Guerra, por A Cidade dos Piratas
Melhor Interpretação: Markus Konka, de A Mata Negra
8ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES
Melhor Filme: Azul Vazante, de Júlia Alquéres
7ª MOSTRA CORSÁRIA
Melhor Filme: Os que se vão, de Clarissa Campolina e Luiz Pretti e Bup, de Dandara de Morais
Menções Honrosas: Boca de Loba, de Bárbara Cabeça; Materializações Luminosas, de Victor Neves
7ª MOSTRA FOCO CAPIXABA
Melhor Filme: Rio das Lágrimas Secas, Saskia Sá
Menção Honrosa: A Mulher do Treze, de Rejane Kasting Arruda
5ª MOSTRA OUTROS OLHARES
Melhor Filme: De Volta para o Passado, de Diego de Jesus
3ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE
Melhor Filme: Eu sou o Super-homem, de Rodrigo Batista
Menções Honrosas: Algum Romance Transitório, de Caio Casagrande; Òpara de Òsùn: Quando Tudo Nasce, de Pamela Peregrino; Quem Perdeu o Telhado em Troca Recebe as Estrelas, de Henrique Zanoni
3ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA
Melhor Filme: Mc Jess, de Carla Villa-Lobos
Menções honrosas: Em busca de Lélia, de Beatriz Vieirah; Fofa, de Flora Pappalardo.
2ª MOSTRA NACIONAL DE VIDEOCLIPES
Melhor Filme: A Mulher do Fim do Mundo, de Paula Gaitán (performance de Elza Soares)
Menção Honrosa: Cherry Blossom, de Junior Batista (performance de Solveris)
1ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL
Melhor Filme: Rio das Lágrimas Secas, de Sáskia Sá
Menção Honrosa: Plantae, de Guilherme Gehr
19º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA
Melhor Filme (Júri Popular): O Espírito do Bosque, de Carla Saavedra Brychcy