Destaques CineOP 07/09: Encerramento e o Caso da Cinemateca Brasileira
E no encerramento da programação da 15a CineOP, o público pode conferir na segunda-feira, 07 de setembro, a Live Show “Nada será como antes”, de Lô Borges. A apresentação prestou homenagem a Bituca (Milton Nascimento), grande amigo e parceiro de longa estrada. Um tributo ao encontro que lançou as sementes do Clube da Esquina. No show, além de canções icônicas criadas em parceria pelos dois artistas, como “Clube da Esquina” e “Clube da Esquina nº 2”, Lô Borges (voz e violão) interpretou sucessos de sua própria autoria, como “Para Lennon e McCartney”, “Tudo Que Você Podia Ser” e “Quem sabe isso quer dizer amor” e canções marcantes como “Nada será como antes” , clássico do álbum “Clube da Esquina” de 1972. Lô Borges dividiu o palco com Henrique Matheus (guitarra e vocais) e um convidado muito especial: o irmão Telo Borges (teclados e voz).
Trazemos mais alguns destaques da programação, mas acompanhe o nosso site que teremos alguns especiais sobre as temáticas, os filmes e os debates. Confira.
Encontros – UM PLANO DE CINEMA, UM PLANO DE AULA
No encerramento do Encontro da Educação, a CineOP teve a presença da cineasta Cristina Amaral e da professora Licinia Correa. A proposta foi aproximar as perspectivas de Cristina como cineasta e de Nilma como educadora.
Cristina Amaral apontou a educação, a arte e a cultura como o eixo de civilidade humana. “O resto é barbárie”, resume ela. Para a montadora e produtora, a pandemia amplificou o egoísmo e ganância das elites brasileiras, que sempre se sustentaram na opressão e violência de povos africanos e indígenas. Ela vê a produção artística e o aprendizado como possibilidades de romper essas estruturas de poder.
Masterclass Internacional – A EXPANSÃO DO MUSEO DEL CINE PABLO DUCRÓS HICKEN
A diretora do Museo del Cine Pablo Ducrós Hicken, em Buenos Aires, apresenta as perspectivas da instituição, cuja excelência de seu acervo e estratégias expositivas o tornam uma referência importante para o campo do patrimônio audiovisual. A expansão da instituição com o novo prédio em construção para armazenamento e processamento técnico do acervo audiovisual e o trabalho técnico envolvido.
Convidada internacional:
• Paula Félix Didier – diretora Museo del Cine Pablo Ducrós Hicken, Argentina
Debate – INSTITUIÇÕES DE PATRIMÔNIO EM RISCO: CASO CINEMATECA BRASILEIRA
A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo audiovisual da América do Sul, preservando a história e identidade brasileira.
Desde sua criação, há 74 anos, ela tem enfrentado dificuldades de diferentes proporções, refletidas em quatro incêndios, sendo o último em 2016. A crise atual é considerada a pior: sem contar com repasse do governo federal em decorrência de um imbróglio administrativo, com a suspensão de serviços essenciais, ausência de pagamento de salários à sua equipe técnica há cinco meses e a consequente ameaça ao acervo. O desmonte e descaso do governo. Toda essa temática também esteve presente nesta edição da CineOP, que contou com os convidados:
• Carlos Augusto Calil – cineasta e ex-diretor executivo da Cinemateca
Brasileira | SP
• Débora Butruce – preservadora audiovisual e vice-presidente da ABPA | SP
• Fabiana Ferreira – Instituto Brasileiro de Museus / Ministério do Turismo | DF
Carlos Augusto Calil demonstra preocupação com a atual situação. “É um momento de grande apreensão, o local está fechado e seus funcionários estão sem acesso porque foram demitidos. Com o calor absurdo que faz atualmente em São Paulo, eu temo pelo acervo, que depende de controles de temperatura muito assegurados”, diz.
Para Débora Butruce, recém-eleita a nova presidente da ABPA (Associação Brasileira de Preservação Audiovisual), o sucateamento do funcionalismo na Cinemateca – que não faz concursos e vinha terceirizando as atividades necessárias à sua manutenção – aumenta a dificuldade de estabilidade do órgão diante dos humores de governos, mais ainda quando a cultura não é tratada como política pública.
Na mesa de encerramento da 15ª CineOP, “A preservação sob a ótica da fotografia no cinema”, Lauro Escorel salientou a importância da preservação no cinema e audiovisual tendo como base Fotografação, filme que fez parte da mostra deste ano e outros diversos trabalhos e experiências da carreira.
Foto: Reprodução Universo Produção