19a CineOP: Rede Minas anuncia edital de R$ 690 mil para aquisição de obras audiovisuais e impulsiona streaming

No segundo dia do Encontro Nacional de Arquivos e dos Encontros da Educação na 19ª edição da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, aconteceram os primeiros debates abertos sobre iniciativas e políticas ligadas às temáticas do evento. Os debates aconteceram na tarde de quinta-feira (20/6) no Centro de Convenções da cidade histórica mineira.

Professores e pesquisadores estiveram no encontro “Por que um Plano Nacional de Cinema na Escola?”, que teve como ponto de partida a Lei Federal 13.006, promulgada em 2014 e que determina a exibição de duas horas de cinema brasileiro ao mês nas escolas de educação básica dentro de uma carga curricular complementar.

A professora Maria Angélica dos Santos, responsável pelo programa de alfabetização audiovisual da Cinemateca Capitólio (RS), lembrou que no mesmo ano foi criado o grupo de trabalho Cinema-Escola, com sete representantes da sociedade civil e membros do Ministério da Cultura e da Educação. “Houve dificuldades de implementação, então sentimos que a lei não pegou”, lamentou a mediadora, explicando que a CineOP, este ano, tem por objetivo promover uma ampla convocação da classe para regulamentar a lei.

“Agora nosso projeto é mais ambicioso, que é o Plano Nacional de Cinema na Escola, com um conjunto de diretrizes que vai assumir cores locais muito específicas de acordo com onde for implementado”, disse Maria Angélica. “Impulsionamos muito pouco a prática de produção de cinema para as escolas, então espero que o Plano Nacional possa atuar nesse campo a partir das diretrizes da lei”. Ao longo da CineOP, serão discutidos diversos caminhos para a definição do Plano.

Na mesma tarde, o Encontro de Arquivos promoveu a mesa “Preservação audiovisual em rede: iniciativas, avanços e resultados”, com a presença de várias instituições de acervo apresentando suas práticas e políticas. Participaram representantes do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), da RUAAv (Rede Universitária de Acervos Audiovisuais), da Rede de Museus de Imagem e Som e da Empresa Mineira de Comunicação (EMC).

Gustavo Mendicino de Oliveira, diretor-presidente da EMC, contou que a Rede Minas conta atualmente com 30 mil horas de acervo audiovisual digitalizado e 8 mil fitas, mas nem tudo ainda é disponibilizado publicamente. “Temos o plano de tornar o prédio da Rede Minas num museu aberto a visitação e circulação para que mais pessoas conheçam esse material”, disse Gustavo.

Ele também informou que a plataforma Minas Play será lançada em breve num evento na praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e que um edital de R$ 690 mil será lançado para aquisição de obras audiovisuais a comporem a grade do streaming.

Já Mirele Camargo, diretora do MIS Paraná, exortou a plateia, formada por profissionais da área de preservação e difusão de acervos, a se unirem em prol das 40 instituições de imagem e som para que uma grande rede permita maior disponibilização dos acervos.

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