“O audiovisual é um arquivo vivo de experiências humanas. O Brasil desenvolveu uma vasta e significativa tradição no campo do desenvolvimento de imagens e sons, mas não soube trabalhar sua preservação”, apontou Raquel Hallak, coordenadora geral da CineOP. Ela relembrou a vocação da mostra como espaço de reflexão e de ações concretas no setor da memória no país em cinema, vídeo, game, TV, internet e todo tipo de campo imagético. “Antes de filmar, é preciso pensar em preservar”, exaltou ela.

A performance encenada logo em seguida, com direção de Chico de Paula, foi toda pensada para referenciar a força expressiva da animação como linguagem de invenção. “A animação é um lugar que não apenas reproduz nossa realidade, mas principalmente é capaz de criar universos próprios, subverter a matéria, a ordem, o funcionamento das coisas. Não existe limitação material e queríamos dar essa ideia na praça”, explica Chico. “O intuito foi acender no público a capacidade de desejarem, imaginarem e construírem o mundo que quisessem”.

Com música, teatro, luzes e projeções, capitaneada pelas vozes de Rodrigo Negão e Titane, além de diversos outros artistas que passavam pelo palco, a performance antecedeu a homenagem à animação brasileira, representada pela presença de diversos profissionais da área que estão em Ouro Preto acompanhando sessões de cinema e debates sobre o tema.

Para concluir a abertura, foram exibidos vários curtas-metragens que, dentro da Temática História, apresentaram ao público presente uma breve radiografia da riqueza da animação no país. Outros títulos compõem a programação ao longo da semana e ampliam o entendimento de que o cinema brasileiro, entre tantas características, é também muito animado.