19a CineOP: convidados internacionais debatem preservação e memória; na tela curtas de repercussão mundial
Esta edição da CineOP contou com três masterclasses internacionais ministradas por convidados da Argentina, Chile e Colômbia. Dentre eles, com a presença da gestora cultural argentina, Cielo Salviolo; do cineasta-pesquisador e filósofo colombiano, Sebastian Wiedemann; da animadora paulista Rosana Urbes; do artista gráfico francês, Jerôme Lopez, dentre outros.
Mediada pelo curador José Quental, a masterclass “Ações de preservação digital na Cineteca Nacional do Chile” foi conduzida pela chilena, Macarena Bello, que apresentou um panorama dos trabalhos realizados pela instituição com destaque para as ações de preservação digital. Criada em 2006, a Cineteca Nacional do Chile é uma das mais recentes e ativas Cinematecas da América Latina. Em quase duas décadas de atividade tem atuado de forma sistemática em prol da conservação e da valorização do patrimônio audiovisual chileno, com ênfase na formação e na preservação digital. Desde então se tornou um modelo para o setor e uma referência para a região.
“A Cineteca do Chile nasce em um contexto de transformação tecnológica e se colocando nos desafios em relação ao digital, na conservação e acesso. Tudo isso muito dentro da sua concepção, e isso pode trazer elementos para pensar nos nossos trabalhos”, disse Quental.
Outra masterclass, a “Ecologia de imagens em desaceleração” foi ministrada pelo cineasta-pesquisador e filósofo colombiano, Sebastian Wiedemann. Em meio ao ruído audiovisual que nos cerca, como uma espécie de aceleracionismo mediático que substitui o cinema e a cultura por “produção de conteúdo”, ele trouxe como questionamento o que podemos fazer para desacelerar as imagens?
Sessão Repercussão Internacional
A Mostra Histórica da programação da CineOP contou com sessões de filmes que tiveram expressiva repercussão internacional, mostrando que a circulação no exterior não tem um caminho estético único, mas contempla uma variedade de estilos.
“É um conjunto de filmes que viajaram o mundo com estilos, técnicas, personalidades e premissas muito distantes umas das outras, mas todos eles tem uma estética da imaginação. A animação dá muitos passos em relação a ousadia, a experimentação e é muito mais gerador de surpresas dentro das narrativas”, comentou o curador da Mostra, Cleber Eduardo.
No sábado (22) foram exibidos, por exemplo, os curtas Carne, de Camila Kater e Venus – Filo, a fadinha lésbica, de Sávio Leite.
“Carne é um documentário animado, teve um processo criativo bastante coletivo, foi animado por cinco mulheres e vocês vão ver várias técnicas de animação bastante ligadas aos testemunhos”, comentou a diretora. A produção estreou em Locarno, em 2019, e ganhou 95 prêmios.