Festivais audiovisuais em 2018 foram 70% exclusivos para curtas, muitos serão impactados com corte de verbas
Crédito Foto: Leo Lara/Universo Produção
Nestes primeiros meses de 2019, Paulo Corrêa, bacharel em Cinema e Audiovisual, divulgou sua mais recente pesquisa sobre os festivais audiovisuais. O profissional já realizou outros estudos similares sobre os eventos de 2017 e 2016, suas publicações servem de base, inclusive, para novidades divulgadas pela Associação Cultural Kinoforum.
Com mais de 350 festivais audiovisuais realizados em 2018, o estudo de Corrêa não contou os eventos adiados ou cancelados, sendo que os eventos contabilizados são aqueles que receberam inscrições de obras audiovisuais. Esses encontros aconteceram em cerca de 6% do território nacional já que são realizados em pouco mais de 300 municípios brasileiros. Além disso, o estudioso aponta que dos mais de 350, apenas 70 festivais foram estreantes, com São Paulo (13) e Bahia (9) sendo os Estados com maior quantidade de novos eventos.
Muitos desses festivais serão impactados por cortes de verbas para a cultura e seus eventos, impactando o setor audiovisual. Por exemplo, apenas os cortes das verbas da Petrobras já impactam 13 eventos relevantes. Dentre eles, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o Festival do Rio e o Festival de Brasília. Além disso, o próprio BNDES reduziu em 40% o recurso para a área cultural, indo de R$ 8 milhões para R$ 5 milhões. Isso foi resultado da instabilidade envolvendo a Lei Rouanet (Vale, Eletrobras e Banco do Brasil também anunciaram corte de incentivos). Além de também ser impacto da extinção do Ministério da Cultura e da relação entre ANCINE e o Tribunal de Contas da União – TCU.
Mais dados do circuito em 2018
Vale apontar, inclusive, que, no mapeamento geral do circuito de festivais, o Sudeste consta com 41% dos eventos, seguido pelo Nordeste com 26% e pelo Sul com 14%. Centro-Oeste ficou com 10% e Norte com 5%. Os festivais online representaram 1% com total de 7 eventos, 3 a mais do que em 2017. O meio online, inclusive, foi o mais utilizado para inscrição de obras nos eventos, sendo utilizado em 90% das inscrições no circuito.
Quanto às metragens de obras, os longas foram aceitos em apenas pouco mais de 30% do circuito de festivais e apenas em 1% de maneira exclusiva, enquanto os eventos que receberam exclusivamente os curtas representam 70% e os que receberam ambos os tamanhos são 19% do total. Apenas 10% receberam curtas, médias e longas-metragens.
Os festivais generalistas foram a maioria dentre os estudados, representando 39% dos eventos. Em seguida, vieram os festivais com temática universitária (11%), regional (5%), estudantil (4%), cinema fantástico (3,3%), LGBTQ (3,3%), filmes dirigidos por mulheres (3%) e animação (2,8%). Abaixo destas temáticas, estão os festivais ambientais, com filmes de realizadores negros e infanto-juvenis, que somaram um total de 23 eventos.
Confira o estudo completo aqui.