**Por Cinthia Abreu, de Palmas (TO)

Após cinco dias de muita efervescência cultural para os amantes da sétima arte, a 13ª edição do Festival Chico de Cinema e Vídeo chegou ao fim no sábado, 29, em Palmas (TO). Foram 48 filmes concorrentes nas mostras Infâncias, Regional, Brasil e Tocantins com votação popular. As duas últimas também foram analisadas pelo júri técnico composto por Sérgio Soares, Denise Jancar e Marcelo Ikeda.

Os cineastas André Araújo e Roberto Giovannetti, de Palmas, levaram para casa cinco estatuetas pelo Júri Técnico na Mostra Tocantins com duas produções diferentes – o documentário Labirinto de Papel conquistou Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro, enquanto o curta-metragem Olhai Por Nós ficou com o título de Melhor Fotografia e Melhor Edição.

O Festival foi uma realização da Jubalina Produções com patrocínio do Ministério da Cultura – MinC e da Secretaria do Audiovisual – SAv, por meio do Fundo Nacional de Cultura.

Formação

Além da competição, o Festival teve foco também na formação, com painéis divididos em “Diálogos em Cinema – Distribuição e Produção”, “Painel de Formação – Produção” e “Painel de Formação – Distribuição”. O primeiro trouxe uma roda de conversa sobre distribuição e produção com os jurados e curadores do evento, gestores, pesquisadores e realizadores.

Já no painel de Formação – Produção, o professor de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Ceará, Marcelo Ikeda trouxe um panorama da produção audiovisual do Brasil. “O cinema cresceu muito no Brasil, com uma média de produção de 150 a 200 longas por ano”, avaliou. Os realizadores locais, em contraponto, alegaram que no âmbito regional ainda há muito o que desenvolver, com poucas produções e políticas públicas. Eles apontaram a falta de uma secretaria ou fundação estadual, bem como editais para o audiovisual.

O Painel de Formação – Distribuição foi ministrado pela cineasta Denise Jancar com mediação do presidente do corpo de jurados do Festival, Sérgio Soares, e da coordenadora de comunicação do Festival, Thuanny Vieira. Neste painel, a cineasta que tem mais de 20 anos de experiência no mercado de distribuição e licenciamento de conteúdos audiovisuais apresentou os principais canais do mercado.

A experiência de Denise Jancar no mercado de distribuição e licenciamento de conteúdos audiovisuais conta com filmes de longa e curta duração, séries, ficções e documentários. Ela é também diretora da Promovere, participa de festivais de cinema e mercados internacionais. Produz mercados de networking entre players e realizadores, além de ser coordenadora do Curta & Mercado – Encontros Profissionais do Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo.

O Festival

O Chico exibiu mais de 700 minutos de histórias contadas na telona, com curtas-metragens de todos os gêneros, falados ou legendados em língua portuguesa. A última vez que o festival foi realizado foi no ano de 2013. “A satisfação em retomar o Chico após cinco anos é muito grande. O setor audiovisual cresce mais a cada dia na região e no País e um projeto como o evento deve acompanhar este crescimento”, disse a diretora executiva do projeto, Juliane Almeida.

Curador do Festival, Edu Fernandes elogiou a produção do encontro e falou sobre a descentralização de atividades para o audiovisual fora do eixo Rio-São Paulo. “Que o restante do País se molde em ações como as do Chico, que trouxe para o Norte do País excelentes produções, de grandes profissionais do audiovisual. Uniram entretenimento de qualidade à comunidade com valorização e formação para o campo do audiovisual na região”, avaliou o crítico de cinema.

Vencedores

Júri Popular

• Mostra Regional: Três (DF), de Pedro Souza e William Costa
• Mostra Infâncias: Cadarço (SP), de Eduardo Mattos
• Mostra Brasil: Demônia (SP), de Cainan Baladez e Fernanda Chicolet
• Mostra Tocantins: A Massa que Faz o Pão, de Hélio Brito

Júri Técnico

■ Mostra Brasil

• Melhor Filme: Estamos Todos Aqui, de Chico Santos e Rafael Mellin
• Menção Honrosa para a atuação de Rosa Luz, em Estamos Todos Aqui

■ Mostra Tocantins

• Melhor Filme: Labirinto de Papel, de André Araújo e Roberto Giovannetti
• Melhor Diretor: André Araújo e Roberto Giovannetti, por Labirinto de Papel
• Melhor Roteiro: Labirinto de Papel, de André Araújo e Roberto
• Melhor Fotografia: Olhai por Nós, de André Araújo e Roberto Giovannetti
• Melhor Edição: Olhai por Nós, de André Araújo e Roberto Giovannetti
• Menção Honrosa para o filme No Avesso da Noite de Palmas, de Bruna Irineu