MAX 2018 tem homenagem, novo VOD e foco na descentralização do mercado

A terceira edição da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo, com programação profissional até sexta (31) e cultural até sábado (1º) em Belo Horizonte (MG), teve hoje (29) seu primeiro dia de painéis, bem como homenagem ao músico e compositor Flávio Henrique Alves de Oliveira. O profissional faleceu em janeiro deste ano e era presidente da Empresa Mineira de Comunicação, como parte da homenagem, foi exibido vídeo produzido pela Rede Minas.

Descentralização do audiovisual e desenvolvimento da economia regional

Representantes do Governo de Minas Gerais e de seus municípios debateram como aproveitar o momento de descentralização dos investimentos públicos no audiovisual, para, junto com o setor, avançar na criação de um programa de desenvolvimento do mercado na região e usufruir do potencial de desenvolvimento econômico e sociocultural da indústria no Estado.

Estiveram no debate: Juca Ferreira (secretário municipal de Cultura de BH), Ângelo Oswaldo (secretário de Cultura MG), Cesar Piva (gestor cultural) e Leonardo Guerra (P7 Criativo).

Guerra explicou um pouco o projeto P7, que é uma agência de desenvolvimento da indústria criativa. Para ele, Minas Gerais é uma região muito rica e, por meio desse projeto audacioso, pode estabelecer uma nova dinâmica e agenda no setor audiovisual.

Juca Ferreira comentou sobre sua experiência na gestão cultural e como a produção audiovisual cresceu, passando de uma média de seis filmes produzidos em 2010 para mais de 150 por ano, agora em 2017. Isso, aliado a outros mecanismos como incentivo a preservação do acervo, fomento a novas plataformas como games e streaming, além do reforço no parque de exibição (especificamente o caso do Circuito Spcine em SP), são mecanismos que caracterizam o audiovisual como indústria importante e com potencial.

Em Minas Gerais, o investimento em audiovisual passou de R$ 4 milhões em 2015 para R$ 28 milhões em 2017. A região também recebeu a abertura do Polo Audiovisual Zona da Mata que, em parceria com as prefeituras, tem articulado levar equipes de filmagens e, assim, contribuir para o desenvolvimento econômico na região. Foram mais de 15 produções de longas e séries, além de mais de 50 entre pequenas e médias produções feitas em 2017. No ano passado lançou ainda o Transa MG (Grupo Audiovisual Transmídia) para apoiar produtoras.

Orientações para séries de ficção

A série brasileira 3%, veiculada pela Netflix, é um exemplo de conteúdo nacional que conquistou audiências dentro e fora do País. Por isso, Tiago Mello, sócio-produtor executivo da Boutique Filmes, produtora do título, foi convidado a apresentar dicas sobre a criação de séries de ficção.

O executivo chamou a atenção para tendências e números do Brasil como os negócios do audiovisual, que passaram de R$ 8,7 bilhões para avaliação em R$ 24,5 bilhões entre 2007 e 2014, bem como o fato de o País ter mais celulares do que pessoas e ser muito engajado nas mídias sociais. Para ele, o Brasil tem tudo para ser um “player internacional de verdade. Somos um país consumidor de conteúdo e podemos exportar conteúdo”. Quanto à produção de séries, ele destacou que tudo depende de alguns pontos-chave: personagens, universo, história/narrativa e contexto histórico/social.

“O personagem acontece por meio de escolhas e existe a partir da relação com outros personagens. Todo personagem importa, cada vez que você cria pessoas que não têm importância, mais você afasta espectadores da série”, comentou, reforçando a relevância de criar identificação entre espectador e personagem.

Plataforma VOD independente é lançada pela CineBrasil TV

A CineBrasil TV realizou um coquetel de lançamento de seu serviço pago de VOD dedicado à produção nacional independente, chamado CineBrasil Já. A plataforma conta com site oficial e app já disponível nos sistemas Android e iOS, além de conteúdos que incluem séries originais como História da Alimentação do Brasil, Manual de Sobrevivência para o Século 21 e Até o Primeiro Disco. Do cinema brasileiro, estão títulos como Corte Seco, Redenção e Os Pobres Diabos, bem como curtas e documentários como Um Filme para Gerson, Mídia em Movimento e Paisagem Carioca.

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