Festival de Brasília terá seis Oficinas Formativas em diferentes regiões do DF
A 52ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro se aproxima e, com ela, as oficinas formativas com temas relacionados à Sétima Arte. Previstas para o mesmo período em que ocorre o Festival, entre os dias 22 de novembro e 1º de dezembro, as oficinas estão com inscrições abertas a partir desta quinta-feira (10/10).
Serão seis oficinas formativas dentro e fora do Plano Piloto, levando a cultura cinematográfica a diferentes Regiões Administrativas do Distrito Federal. As ações fazem parte de um dos objetivos do Festival, que é descentralizar o conhecimento sobre cinema e aprimorar o perfil de profissionais do audiovisual no DF.
Os interessados devem preencher o formulário de inscrição para participar da pré-seleção disponível em www.festivaldebrasilia.com.br.
Cronograma:
10/10 a 31/10 – Inscrições via formulário no site www.festivaldebrasilia.com.br
06/11 – Divulgação dos selecionados
13/11 – Prazo final para pagamento das inscrições
14/11 – Divulgação da lista de 2ª chamada dos selecionados para as oficinas
22/11 – Prazo final para pagamento dos selecionados em 2ª chamada
*Atenção: As oficinas formativas terão custo de R$ 20,00 a serem pagos após a publicação da seleção.
Conheça as oficinas oferecidas na 52ª edição do FBCB:
1. O Som em Cena, com Beto Strada
A oficina ocorrerá de 22 a 26 de novembro, das 14h às 18h, no SESC Ceilândia (QNN 27, lote B, Ceilândia Norte). São 40 vagas voltadas para interessados em som para audiovisual.
O objetivo é oferecer conhecimentos sobre trilhas sonoras, abordando músicas, compositores, técnicas e linguagens desse universo. A dinâmica passa pela apresentação dos conteúdos, aborda também o processo de dublagem, até chegar na parte mais criativa e curiosa da oficina, que é a sessão de foley. Ao longo de cinco dias, os participantes perceberão um salto em seus conhecimentos sobre todas as etapas de produção de uma trilha sonora.
Beto Strada é professor de som para cinema, roteirista e publicitário, além de compositor e arranjador, com uma vasta história no cinema brasileiro, tendo em sua carreira a produção e criação de 35 trilhas sonoras. Ganhou o prêmio APCA de 1976 de melhor trilha original para o filme Excitação, do diretor Jean Garrett.
2. Assistente de Direção, com Luciana Baptista
Esta oficina, dividida em duas ementas, acontecerá nos dias 22 e 23 de novembro, das 14h às 18h, no Plano Piloto (local a definir).
Ementa dia 1:
– O ofício e as atribuições do assistente de direção (AD) em filme ou série;
– A divisão de trabalho entre 1º, 2º e 3º AD;
– O AD como mediador de informações e questões/problemas da equipe e elenco;
– A parceria do AD com diretor, produtor e chefes de equipe;
– As etapas e o cronograma de preparação, pré-produção e filmagem dos ADs;
– O AD nos ensaios, decupagem, storyboard e tech scout com o diretor na pré;
– A evolução do trabalho do AD do filme para a série no contexto atual;
– O AD no raciocínio da estratégia de filmagem.
Ementa dia 2:
– O plano de filmagem;
– A análise técnica do roteiro (leitura e importância do AD com a equipe);
– Revisão e atualizações da análise técnica após o tech scout;
– A ordem do dia de pré-produção;
– A ordem do dia de filmagem;
– O AD no desenho de preparação e pré, em função de cada projeto/roteiro;
– O mercado de trabalho atual para os ADs.
Luciana Baptista trabalha há 19 anos no mercado audiovisual, em produções de curtas, longas-metragens e séries para TV. Atua como assistente de direção para projetos de conteúdo desde o longa-metragem Nina, em 2002. Assina como diretora assistente o filme Na quebrada, de Fernando Grostein Andrade; coordenadora de direção dos filmes O lobo atrás da porta, de Fernando Coimbra; Até que a sorte nos separe, de Roberto Santucci, entre outros. Foi coordenadora do Departamento de Direção da série FDP – HBO Latin America, dos diretores Adriano Civita, Caito Ortiz, Johnny Araújo e Kátia Lund nos 13 episódios da 1ª temporada.
Foi também a 1ª assistente de direção dos longas-metragens Turma da Mônica – Laços e Bingo – O rei das manhãs, de Daniel Rezende; Brincante, de Walter Carvalho; Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Beto Brant e Renato Ciasca; Bruna Surfistinha, de Marcus Vinícius Baldini (dividindo a 1ª assistência de direção com Gabriela Ribeiro), entre outros.
Também assina como 1ª assistente de direção das séries Carcereiros (1ª e 2ª temporadas) – Gullane Filmes e TV Globo, com os diretores José Eduardo Belmonte, Fernando Grostein Andrade, Philippe Barcinski, Dennison Ramalho e Aly Muritiba; Nem vem que não tem – Casablanca com Fox, diretores André Pellenz e Marcus Baldini; Condomínio Jaqueline – Coração da Selva e TV Cultura, direção de Jeferson De; O Homem da sua vida – Gullane Filmes e HBO, direção-geral Daniel Rezende, com os diretores Pedro Amorim e Fernando Coimbra; a série Ninguém tá olhando, de Daniel Rezende e Gullane Filmes para Netflix; Helen, de André Meirelles Colazzi na Prosperidade Filmes, entre outros.
3. Fotografia e Iluminação com Materiais Alternativos, com Ricardo Pinelli e Waldir de Pina
A oficina, que oferece 20 vagas, acontecerá entre os dias 25 e 28 de novembro, das 14h às 18h, no Centro de Ensino Médio São Francisco – Chicão (Quadra 17, Lote 100, bairro São Francisco – São Sebastião).
A proposta pedagógica é sensibilizar e apresentar aos alunos a perspectiva do uso da luz e da fotografia cinematográfica, além de elementos cênicos que fazem parte desse contexto.
Entre os conteúdos, está um resumo da história da iluminação e da fotografia de cinema; os principais instrumentos utilizados; composição fotográfica e como utilizar esse conhecimento em função do tempo e da dramaturgia em audiovisual.
Com a criação da chamada “foqueira”, fabricada de material de iluminação, serão apresentadas aos alunos algumas histórias de como a luz pode ajudar em suas narrativas. O segundo exercício consiste em produzir uma cena à luz de vela e utilizar material alternativo para reforçar sua luminosidade. Para finalizar, serão disponibilizados aos alunos diversos tipos de lâmpadas de uso doméstico, espelhos e fitas de led, no intuito de debater o uso e as características desses materiais. Também será construído um refletor de lâmpadas de led é, em seguida, serão usados balões chineses.
Waldir de Pina é documentarista, diretor de fotografia, câmera e produtor de cinema e vídeo. Trabalha com audiovisual desde os anos 1970, tendo iniciado sua trajetória como fotógrafo still. Foi estudante nas primeiras turmas do curso de cinema na Universidade de Brasília (UnB).
Ao longo dos anos, consolidou sua carreira como documentarista e diretor de fotografia. Como produtor, foi sócio na produtora Asa Cinema e Vídeo, com quem produziu inúmeros documentários, filmes institucionais, comerciais, longas e curtas-metragens.
Ricardo Pinelli: em 1984 fez parte do grupo cultural Comunidade, desenvolvendo atividades de cineclube e comunicação comunitária. Em 1988 entra no mercado de audiovisual na produtora Lontra Vídeo, como operador de VT. Em 1989, trabalha com a produtora Ema Vídeo, permanecendo na empresa por seis anos até o momento em que se torna freelancer, exercendo a função de eletricista chefe em comerciais, campanhas eleitorais, longas e curtas-metragens. Nos últimos cinco anos trabalhou com diversas produtoras, entre elas: Cara de Cão, Bananeira Filmes, LC Barreto, Fabrika Filmes, Cine Vídeo Group, Cine Digital, Canto do Cerrado, TMTA, Me Gusta Filmes, Asa Filmes, Pá Virada Filmes, Margarida Filme e Noise filmes.
4. Arte de Fazer Produção, com Wellington Pingo
Esta oficina tem cinco módulos e será realizada entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro, das 14h às 18h, na UnB (Campus Darcy Ribeiro). As 40 vagas disponíveis pedem, como pré-requisito, experiência em audiovisual.
A oficina aborda a importância e a real necessidade de um produtor qualificado em uma realização audiovisual de ficção, em um contexto de respeito, confiança e profissionalismo, tendo como objetivo principal esclarecer e ampliar o conhecimento do público sobre a relação técnica do produtor e o projeto audiovisual no qual está envolvido.
Dentro dos cinco módulos, estão os temas:
01. Introdução: a chegada do diretor de produção ao projeto; a relação com a produtora que o contratou; a relação com o roteiro e a análise técnica;
02. Os diferentes modelos de projetos audiovisuais e como essas diferenças impactam a produção;
03. A relação com o orçamento; a importância de avaliar se orçamento e roteiro estão em concordância; a pré-produção – como realizar um bom planejamento; As diferenças entre o diretor de produção “executor” e o “pensador”;
04. A relação do diretor de produção com a equipe em geral; a arte de saber montar a equipe adequada para cada projeto; a relação com assistência de direção, direção de arte e direção de fotografia; organograma de uma equipe de ficção;
05. A desprodução é tão importante quanto as outras etapas do projeto: como entregar um trabalho limpo; considerações finais; debate; conclusão.
Apresentação de experiências práticas e casos específicos para ilustrar o conteúdo de cada módulo/encontros; vídeos, planilhas, anotações em roteiros, trocas de ideias; perguntas e respostas.
Há 35 anos atuando no mercado de produção audiovisual, Wellington Pingo passou pelas maiores produtoras e trabalhou com diretores consagrados do cinema brasileiro, como Fernando Meirelles, Walter Salles, Daniela Thomas, Bruno Barreto, Alain Fresnot, Nando Olival, Heitor Dhalia, Paulo Morelli, Luciano Moura, Hugo Prata, Kátia Lund, João Daniel Tikhomiroff, Roberto Gervitz, Amora Mautner, Fábio Mendonça e Jayme Monjardim. Como diretor de produção, encabeçou filmes e séries como O Casamento de Romeu e Julieta, Serra Pelada, O Tempo e o Vento, Família Vende Tudo, Lula, o Filho do Brasil, Felizes para Sempre, e a coprodução internacional Trash, dirigida pelo premiado Stephen Daldry (diretor de Billy Elliot, As Horas, O Leitor – filme pelo qual foi indicado ao Oscar de melhor direção – e The Crown – série pela qual venceu o Emmy do Primetime, de melhor direção). Como produtor executivo, assina séries como Pacto de Sangue (Space), Rua Augusta (TNT), Assédio (Globo) e o aclamado Sintonia (Netflix). Seu mais recente trabalho, ainda em fase de finalização, é a produção executiva da série Conquest (nome provisório), produzida por Keanu Reeves e dirigida pelo inglês Carl Erik Rinsch.
5. Supervisão de Pós-Produção, com Marcelo “Sica” Siqueira
Para esta oficina serão oferecidas 30 vagas nos dias 28 e 29 de novembro, das 14h às 17h, na UnB (Campus Darcy Ribeiro).
Todas as etapas, da pré-produção até a entrega, voltadas para TV e cinema, além das etapas de desenho e produção de efeitos visuais, técnicas de criação e afins.
Sócio da Academia Brasileira de Cinema, membro da Associação Brasileira de Cinematografia e da Visual Effects Society, o paulista Marcelo Siqueira é um dos mais conceituados especialista em pós-produção e efeitos visuais do mercado.
6. Práticas de Realização em VR, com Fabiano Mixo e Leonardo Souza
A oficina, que conta com 12 vagas, acontecerá de 27 a 30 de novembro, das 14h às 19h, no IFB (Campus Recanto das Emas).
O curso apresenta técnicas de realização para filmes em realidade virtual, nos gêneros ficção e documentário, passando pelas etapas de pré-produção, produção e pós-produção. O objetivo é apresentar os conceitos fundamentais e as possibilidades da narrativa em 360º, desde a concepção e roteirização, produção e filmagem até a edição e a finalização. A partir da exposição de conceitos e técnicas serão feitos estudos de caso exemplificando a aplicação das técnicas na prática.
Artista multimídia e cineasta, Fabiano Mixo cresceu em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, estudou Arte & Mídia na EAV do Parque Lage e Cinema e Comunicação Social na PUC-Rio. Concluiu seus estudos em direção na FilmArche, em Berlim, onde atualmente também reside e trabalha. Participou de exibições de arte digital, como Lumen Prize Exhibition, entre outras. Em 2016, venceu o Prêmio EMAF-Medienkunst-Preis de Melhor Filme Experimental pela Associação Alemã de Críticos de Cinema, em Osnabruque. É diretor da Vild Studio.
Leonardo Souza é realizador formado em Cinema pela PUC-Rio e também estudou na State University of New York. Documentarista e montador, dirigiu o documentário O minuto é um milagre que não se repete, indicado ao prêmio de melhor curta documentário no Festival do Rio em 2010. Desde 2017, também atua como editor em produções de realidade virtual. Editou o filme Cartas a Lumière, de Fabiano Mixo. Em 2018 montou Children do not play war, selecionado para o Festival de Tribeca e, em 2019, também fez a montagem de Descolonize o olhar, exibido na Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2019.