16a CineBH – “A Mãe”, dirigido por Cristiano Burlan e produção de Priscila Portela, mostra outra face do luto e a burocracia opressora das metrópoles
Ganhador de 6 prêmios na 29º edição do Festival de Cinema de Vitória, “A Mãe”, com direção de Cristiano Burlan e produção de Priscila Portella, que trabalham juntos desde 2016, é um filme que conta a trajetória e angústias de uma mãe que vive na periferia de São Paulo em busca de seu filho adolescente desaparecido e nesta jornada ela embarca na burocracia exercida das grandes metrópoles sobre a comunidade para encontrar o seu filho desaparecido.
Cristiano Burlan, natural do Rio Grande do Sul, é um diretor brasileiro que grande parte de sua vida viveu e morou em Capão Redondo. Seus filmes e documentários são ligados a trajetória de sua vida, com um vasto repertório de produções, como “Mataram meu irmão” e “Elegia de um crime”.
Após a apresentação do filme “A Mãe”, Priscila Portela ressaltou a importância da interlocução e contato com o bairro e coletivo da sociedade e do teatro durante a produção, e para tanto “foram necessários meses para interagir com o bairro, entendê-lo como locação, entender a realidade de cada uma dessas pessoas, porque a gente precisa entender como pessoas são, como se vestem”, diz Priscila. Tal esforço foi necessário para que ao longo de 4 semanas o filme “A Mãe” pudesse ser gravado.
Além disso, a produtora ressalta as características de determinados personagens e como dão vida ao longa: A personagem principal, Maria, mãe de Valdo, adolescente desaparecido: é uma personagem não idealizada, que passa pelo luto de forma internalizada e traz ao filme certa angústia. Valdo, o personagem que faz o papel do filho, é um cantor talentoso que também chama aos olhos do espectador, demonstrando como, por vezes, a arte se perde no meio da comunidade diante de atrocidades cometidas.
O filme teve pré-estreia nacional dentro da Mostra CineBH, como parte integrante da Mostra CineMundi.
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