26a MCT registra alcance e resultados históricos no retorno ao formato presencial
Durante nove dias, a Mostra Tiradentes abriu o calendário audiovisual brasileiro, atraiu um fluxo de turistas cinco vezes maior que a população da cidade, movimentou a economia local, discutiu os caminhos do cinema brasileiro e lançou novos olhares e diretrizes para o futuro do setor
A 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que aconteceu de 20 a 28 de janeiro de 2023, se reafirma como o maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão. Depois de duas edições online, o retorno presencial foi celebrado pelos diversos atores da cadeia produtiva do audiovisual e também pelo público que compareceu em peso nas sessões de cinema e nos debates. A 26ª edição da Mostra Tiradentes apresentou o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, colocou em debate a temática “Cinema Mutirão”, reuniu profissionais do audiovisual para discutir e elaborar recomendações e contribuições para novas políticas públicas para o setor.
“Esta edição da Mostra foi muito marcante em vários campos de atuação do evento. Apresentamos ao público o cinema brasileiro de 2023, em sessões na tenda e na praça que representaram experiências e encontros afetivos. O evento se reafirmou, mais uma vez, como espaço privilegiado, generoso e rico em debates e discussões num cenário que inaugura um novo ciclo positivo de revitalização do setor audiovisual no País. Em nove dias de programação abrangente e gratuita beneficiou mais de 35 mil pessoas, o que é motivo de celebração e desenvolvimento social, humano e econômico”, destaca Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra de Cinema de Tiradentes.
Foram exibidos 134 filmes (38 longas, 3 médias e 93 curtas-metragens) de 19 estados – (AL, AM, BA, CE,DF, ES, GO, MG, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RR, RS, SC, SP) – em 57 sessões de pré-estreias e mostras temáticas em três cinemas instalados na cidade: Cine-Praça, Cine-Tenda e Cine-Teatro. E na plataforma do evento (mostratiradentes.com.br), o público pode assistir a 40 filmes da programação e acompanhar os debates que foram disponibilizados para acesso gratuito, de qualquer lugar do mundo.
O 26º Seminário do Cinema Brasileiro foi a extensão fundamental da programação de curtas, médias e longas-metragens e reuniu mais de 150 profissionais no centro das discussões. Foram realizados 41 debates, sendo 18 deles integrantes da série Encontros com os Filmes, nos quais críticos convidados discutiram com realizadores e público os títulos das mostras Aurora, Foco e Olhos Livres, além de bate-papos pós-sessão das mostras Autorias e Foco Minas. Também aconteceram seis debates conceituais e temáticos, 11 encontros nas Sessões Debate, bate-papos da sessões da Praça e Formação, cinco rodas de conversa e um encontro internacional.
Durante a 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes foram oferecidas 445 vagas para atividades que buscam promover a formação e capacitação técnica para o mercado de cinema e criar oportunidades para nova geração de atores e realizadores. Ao todo, foram realizadas 12 ações formativas – dentre oficinas, lab e masterclasses – que apresentaram diversificadas abordagens da linguagem e fazer cinematográfico, voltadas para crianças, jovens e adultos.
A novidade desta edição, o Fórum de Tiradentes – Encontros pelo Audiovisual Brasileiro reuniu mais de 70 profissionais para um diagnóstico do setor, com objetivo de formular um amplo documento a ser encaminhado para o recém-refundado Ministério da Cultura. Os profissionais se dividiram em cinco grupos de trabalho (GTs), de maneira a concentrar as pautas. Esse trabalho deu origem a Carta de Tiradentes que enumera 17 pontos gerais, detalhados e ampliados por cada grupo de trabalho no documento final que será encaminhado para o MinC. A ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, participou da abertura das atividades do Fórum de Tiradentes durante a Mostra.
A 26ª Mostra de Cinema Tiradentes sediou o programa de coprodução internacional – o Conexão Brasil CineMundi que contou com a presença de representantes de 16 festivais internacionais e 13 profissionais do mercado audiovisual vindos de 11 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Canadá, Chile, Espanha, França, México, Portugal e Suíça. Foram apresentados sete filmes de quatro estados.
Mais de 300 veículos de imprensa – dentre emissoras de rádio e TV, portais e agências de notícias, revistas eletrônicas especializadas, jornais e revistas – realizaram a cobertura jornalística e divulgaram a Mostra de Cinema de Tiradentes. Foram credenciados 89 profissionais para cobertura presencial do evento, entre jornalistas e críticos de cinema.
Nas redes sociais do evento, o alcance foi de mais de 2,5 milhões de usuários, somando os perfis no Facebook e Instagram. Já as impressões (número de vezes que o usuário vê o conteúdo) ultrapassaram os três milhões. O site da Mostra teve mais 250 mil acessos.
Mais de 700 convidados marcaram presença e participaram da programação desta edição. Foram contratadas mais de 250 empresas e 180 pessoas atuaram na equipe de trabalho nas fases de montagem, realização e desmontagem. Estima-se que a Mostra de Cinema de Tiradentes seja responsável pela geração de mais de 2.000 empregos diretos e indiretos.
Esse balanço positivo é sentido principalmente por quem vive na cidade, como conta Cilene Rodrigues Linhares, proprietária da Pousada Pé da Serra, que comemora uma taxa de ocupação de 100%. “É um evento que para além do turismo também abrange os moradores, por ser acessível e extenso. A retomada do formato presencial foi algo muito esperado, tanto pela organização, quanto pelos moradores, por ser uma tradição seguida há muitos anos. Outro fator importante é a economia, que sem a realização do evento fica estagnada durante o mês de janeiro”, diz.
O secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer de Tiradentes, de Sérvulo Matias Filho, endossa esse argumento. “Quando se traz uma ministra para participar de um Fórum num município igual ao nosso, os holofotes ficam todos voltados pra cá. Quando se traz um artista como o Ney Matogrosso, agrega valor e as pessoas se sentem acolhidas e mais comprometidas com a cultura nacional. São oito dias de mostra e de mídia intensa. As pessoas que não tiverem presentes se atiçam para conhecer a cidade. A partir daí movimenta toda a estrutura turística, não só a hospedagem, mas também a alimentação, o artesanato”, explica.
Veja a cobertura completa:
- Mostra Aurora tem sete longas inéditos em competição com experiências diferenciadas
- Mostra Homenagem: Os filmes da Rosza Filmes
- Celebração à cultura e homenagem a dupla de cineastas Ary Rosa e Glenda Nicácio marcam abertura emocionante da Mostra
- “A arte é uma forma de liberdade e de libertação”, diz ministra Carmen Lúcia no 1°Fórum de Tiradentes
- Mutirão é ação coletiva para que as pessoas envolvidas usufruam
- Homenageados falam sobre autoria e o tradicional cortejo invade a cidade
- Curtas na Praça: amor, mistério e resistência
- Audiovisual é muito mais do que a sala de cinema
- Passado, presente, futuro…política, sexualidade, transexualidade: A Alegria é a Prova dos Nove
- Fórum – Cadeia produtiva unida em prol do audiovisual, repensando e reconstruindo
- Cinemas indígena e negro são pautas de debate
- Masterclasses encerram o programa de formação audiovisual
- Down Quixote é uma releitura sobre as potencialidades e beleza de Dom Quixote e da síndrome de Down
- Experimentações e testemunhos emocionantes na produção universitária e de cursos de cinema
- Aquilombamento e práticas indígenas no audiovisual brasileiro: ele acontece?
- CONFIRA OS PREMIADOS DA 26ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES
- Entrevista com o diretor Pedro Diógenes: A paternidade mostrada em A Filha do Palhaço;
- Entrevista com Jesuíta Barbosa: ator fala sobre sua relação afetiva com o longa “A Filha do Palhaço”
- Reafirmação do espaço político e audiovisual traduz o presente histórico, confira a entrevista com a diretora da Mostra, Raquel Halack
- Conteúdo de qualidade, organização profissional e alunos interessados: assim foram as Oficinas oferecidas pela 26ª MCT
- Júri Jovem é composto por estudantes de todo o Brasil com um ponto em comum: falar de audiovisual com qualidade
- Som em Cena: oficina teve como tema a arte do Foley