18a CineOP: Aplaudido de pé, documentário sobre Lô Borges traz seu desejo constante pela aventura da composição
Na última sexta-feira (24) a estreia mundial do documentário Lô Borges – Toda essa água foi apresentada na Mostra Contemporânea do 18 Cine OP. O longa de 88min foi transmitido no Cine Praça, às 20h. Estiveram presentes o diretor Rodrigo Oliveira, a produtora Vânia Catani e o compositor Lô Borges, no auge dos seus 70 anos.
O mineiro Salomão Borges Filho, nome artístico Lô Borges, é cantor e compositor brasileiro, famoso por diversas músicas. Lô é um dos fundadores do Clube da Esquina, junto com Milton Nascimento, grupo de artistas mineiros da música popular brasileira da década de 70 e 80. O músico é o compositor das canções “Paisagem da Janela” e “Clube da Esquina N 2”. Atualmente dedica-se à música e composições.
O documentário traz a história de Lô Borges, desde quando jovem, na casa dos 20 anos, enquanto circulava o Brasil com a turnê e o repertório de músicas que compôs em 1972 para os míticos Clube da Esquina, com Milton Nascimento e o “Disco de Tênis”, ao mesmo tempo em que traz o frescor do seu trabalho em um novo disco de músicas inéditas. O longa aborda “Toda a água” que se passa na cabeça de Lô Borges.
A produtora Vânia Catani, responsável pela co-direção e produção executiva, relembrou do encontro com o diretor Rodrigo e a inesperada parceria para o filme. “Queríamos fazer um filme de fãs, filme de afeto. São presentes, homenagens. Começamos com uma proposta assim, sabe? Conseguimos fazer estas cartas de amor cinematográfica”. Vânia também falou da importância de falarmos não apenas dos novos artistas e jovens talentos, mas também dos antigos talentos, afinal “o talento não envelhece”. Uma discussão extremamente importante sobre respeito e etarismo, que precisa ser continuada.
O diretor Rodrigo comentou sobre a parceria com a produtora e também sobre a amizade com Lô Borges após a produção do filme: “Eu e Vânia dividimos o amor pelo cinema e por figuras que transformaram e transtornam nossas vidas, como o Lô faz com as suas músicas”.
Toda a produção do documentário, desde o começo, foi realizada em seis mãos: Lô Borges, Vânia Catani e Rodrigo Oliveira, que estiveram juntos para a concepção de ideias, produção, encontros, resultando em um documentário de qualidade, que emocionou a plateia da estreia em Ouro Preto.
O músico trouxe algumas reflexões sobre a sua música: “Se eu estou com uma música na cabeça, eu já vou no estúdio e já gravo. Eu não gosto de ficar com música em casa”, e quando questionado se virá alguma coisa nova, comentou “já tem música nova, ela se chama ‘Da estrada’, vai ser lançada dia 24 (de junho)”; sua paixão pela composição: “às vezes, me parece que faltam anos na minha vida, eu tenho mais música para lançar do que anos (risadas). Eu amo compor, no filme eu falo sobre isso, é a minha forma de me expressar, possuo essa relação desde criança”; e seus sonhos: “estou compondo hoje, para meus bisnetos se Deus quiser, meu sonho é meu bisneto poder escutar minhas canções”, e também a sua relação com o cinema, que vem desde criança com o seu irmão.
*Texto produzido com a colaboração de Fabiane Watanave.
