27a MCT: Exposições em cartaz, filmes acessíveis e debates sobre regulação do VOD

TRÊS EXPOSIÇÕES ESTÃO EM CARTAZ NA MOSTRA TIRADENTES

“Homenagem”, “Cinema Brasileiro Contemporâneo” e “Mostra Valores” são os títulos das exposições que estão sendo apresentadas ao público nesta edição da Mostra Tiradentes. Além dos homenageados, filmes e o roteiro da programação, a Mostra também destaca uma iniciativa local que busca  empoderar mulheres.

A praça principal de Tiradentes recebe a Mostra Valores, uma instalação de painéis fotográficos que apresentam ao público as mulheres que integram o projeto social Toque de Mãos. A iniciativa é um coletivo que reúne mulheres em torno do existir e do fazer criativos, com o intuito de elaborar pensamentos a cerca do lugar feminino em nossa sociedade. A exposição pode ser vista no Cine Copasa na Praça de 20 a 27 de janeiro.

A Mostra Homenagem traz instalação em painéis fotográficos que apresentam a trajetória do cineasta André Novais Oliveira e da atriz Bárbara Colen, homenageados desta edição. A exposição pode ser vista no Cine-Tenda, Hall de Convivência, de 19 a 27 de janeiro.

Inspirada no conceito da Mostra Tiradentes, a exposição Cinema Brasileiro Contemporâneo está no Centro Cultural Yves Alves, de 20 a 27 de janeiro, das 10h às 19h. A exposição é uma instalação em painéis fotográficos que visam interagir, informar e apresentar a programação de longas e respectivas mostras temáticas e, ainda, registrar e colocar em evidência os homenageados desta edição.

 

MOSTRA TIRADENTES AMPLIA PROGRAMAÇÃO DE FILMES ACESSÍVEIS

A Mostra Tiradentes traz 14 filmes brasileiros em pré-estreias com recursos de acessibilidade. Foram exibidos os curtas “Rei da Ciranda Pesada”, de Cíntia Lima, e “Eles não são estrangeiros”, de Pedro Bughay Aceti, ambos contam com recursos de inclusivos.

Ao todo, seis curtas-metragens da programação apresentam legenda LSE disponíveis através de Opened Caption (legendas visíveis); e oito longas-metragens também  podem ser assistidos com os recursos de audiodescrição, narração em Libras e legendas Closed Caption, através do aplicativo Mobi Load.

 

REGULAMENTAÇÃO DO VOD É DISCUTIDA EM BATE-PAPO NA MOSTRA; PARTICIPANTES DEFENDEM SOBERANIA CULTURAL DO PAÍS

O Brasil é um dos maiores mercados de VOD (video on demand) no mundo, com presença maciça no consumo de produções audiovisuais por plataformas eletrônicas. Com isso, o risco de um sucateamento da indústria e de seus profissionais se amplia, o que gera a necessidade de uma regulamentação para o setor no intuito de proteger a cultura do país. A 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes tem promovido diversos encontros e debates, especialmente no âmbito do Fórum de Tiradentes, para discutir os rumos de uma política pública adequada.

Dois projetos de lei tramitam no Congresso Nacional, um pela Câmara e outro pelo Senado. O Ministério da Cultura tem acompanhado com atenção e atuado diretamente com congressistas e representantes do setor audiovisual para que a regulamentação seja aprovada o quanto antes e dentro de parâmetros favoráveis especialmente aos direitos patrimoniais dos produtores brasileiros e à defesa do trabalhador.

Na mesa “Legislação e regulação do mercado audiovisual: Foco VOD”, realizada na tarde de segunda-feira, dia 22/1, a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, e o presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema), Paulo Alcoforado, anunciaram uma parceria de trabalho em prol do assunto, o que pode ajudar na agilidade das articulações em torno do VOD. Alcoforado apresentou diversos parâmetros técnicos estudados pelos servidores da Ancine que deverão sustentar as políticas em desenvolvimento.

Também na mesa, Juca Ferreira, assessor da Presidência do BNDES e ex-ministro da Cultura, exaltou a necessidade de regulamentação do VOD e a importância estratégica e econômica do audiovisual como um dos setores de mais circulação econômica no país. Para ele, desvincular a indústria local da exploração das grandes plataformas de streaming é uma defesa da soberania nacional.

“Não tem nada mais decolonial nesse momento na política cultural brasileira que a regulamentação desses ‘players’, o que irá proteger a nossa autonomia”, disse Juca. “O momento é de disputa para garantir a saúde do mercado brasileiro e garantir o desenvolvimento do nosso audiovisual. Ele precisa ser uma questão nacional e virar política de Estado, sem ficar à mercê da instabilidade de ciclos que começa e acabam, e começam e acabam”.

Juca Ferreira citou a Coreia do Sul como exemplo de uma política cultural desenvolvida ao longo de anos. Comentou ainda que países europeus enfrentaram resistências das grandes corporações de entretenimento diante de regulamentações, mas que isso não pode paralisar as articulações. “Eles ameaçam se retirar dos mercados, mas não vão fazer isso. Eles não vão abrir mão do Brasil, uma das maiores presenças do segmento no mundo”.

 

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