Rio Film Commission: “Queremos que todas as regiões estejam aptas para recepcionar filmagens e sessões fotográficas”
2018 foi o primeiro ano em que a Rio Film Commission (RFC) operou integralmente, de janeiro a dezembro, o Sistema RIAMFE – Rio Mais Fácil Eventos. Com o uso desta e outras ferramentas, a comissão chegou a estatísticas mais precisas, conseguindo ampliar o apoio prestado. Dentre as 365 produções atendidas, 17 foram iniciativas estrangeiras, oriundas de 11 países diferentes. Foram 1717 solicitações, 3031 diárias conectadas e 634 locações públicas utilizadas.
Em 2019, somente no mês de janeiro, a Rio Film Commission contabilizou 38 produções atendidas, com destaque às séries: 7 produções no total, com 28 solicitações registradas no Sistema RIAMFE. As produções de longa-metragem obtiveram 144 diárias autorizadas.
“Nossa herança cultural já nos aponta como uma cidade-cenário, e queremos diversificar esse conceito. Geralmente os símbolos da cidade remetem a locações da Zona Sul. Queremos que todas as regiões e locações da cidade estejam aptas para recepcionar filmagens e sessões fotográficas”, disse a coordenadora da Rio Film Commission, Tânia Pinta em conversa com o Prodview.
Por meio da RioFilme, a RFC é o escritório oficial da Prefeitura do Rio de Janeiro para apoio à produção de conteúdo audiovisual de qualquer formato (cinema, programas de TV, sessões fotográficas, filmes publicitários, web, entre outros) e seus objetivos principais são o atendimento eficiente a produtores para questões logísticas e a promoção da cidade como destino privilegiado para as produções audiovisuais, finalidades que contribuem com o desenvolvimento econômico e a criação de empregos.
Confira a entrevista completa com Tânia Pinta:
– Qual avaliação de 2018 da RioFilm Commission?
Foi um ano de consolidação da Rio Film Commission como autorizador de filmagens e sessões fotográficas nos espaços públicos da cidade. Nosso alinhamento com outros órgãos foi reafirmado e fortalecido, e pudemos atender a produções que são veiculadas nacional e internacionalmente. Também foi um ano de projeção da Rio Film Commission em âmbito internacional, participando ativamente de eventos e mercados.
– Como esperam que seja 2019?
Que ainda mais produções sejam desenvolvidas na cidade do Rio de Janeiro. Nossa herança cultural já nos aponta como uma cidade-cenário, e queremos diversificar esse conceito. Geralmente os símbolos da cidade remetem a locações da Zona Sul. Queremos que todas as regiões e locações da cidade estejam aptas para recepcionar filmagens e sessões fotográficas.
– Qual a porcentagem ou quantidade de produções em cada segmento (curta, websérie, filme, longa, série, game, animação, documentário, publicidade e longa) durante 2018? Houve crescimento em relação ao período anterior?
Ainda não é possível fazer um comparativo entre os dois períodos, uma vez que nosso método de atendimento em 2017 foi remodelado a partir da nossa entrada no fluxo de autorização de filmagens e sessões fotográficas nos espaços públicos da cidade, que aconteceu em agosto. Analisando os dados de 2018, destacam-se como formatos mais produzidos os longas-metragens (61), as peças publicitárias (58) e as sessões fotográficas (37). A gente pode concluir que a cidade tem uma vocação para receber produções de realização em médio e longo prazo, como os longas, as séries e as novelas.
– O que você destacaria como grandes conquistas ou projetos realizados dentro do programa?
Sem dúvida, foi a desburocratização da legislação e do procedimento para obter autorizações de filmagem ou sessões fotográficas nos espaços públicos da cidade. Em maio de 2017, participamos de maneira decisiva da revisão da legislação, e delimitamos em 7 dias corridos o prazo para que uma produção obtenha suas autorizações sem qualquer ônus direto. Como resultado da nova legislação, foi instituído um Sistema que agrega os gestores da cidade e assim todo o procedimento é feito online, facilitando bastante o período de pré-produção dos projetos e eliminando a velha cultura de peregrinação em órgãos administrativos autorizadores. Ainda temos deficiências a sanar, e, portanto, essa ferramenta digital tende a ser aprimorada para o benefício das produções. É muito gratificante saber que os produtores confiam no Sistema para planejar seus projetos e veem que essa forma de atendimento é muito mais eficiente e simples que imaginavam ser.
– De acordo com os números divulgados, foram mais de 300 obras atendidas. Vocês têm estimativas de quanto isso gerou em postos de trabalho e impactou no orçamento das produções?
Ainda não temos essa estimativa, está planos de 2019 pleitear, frente aos demais órgãos autorizadores, ferramentas que permitam coletar estes dados.
– Como vocês avaliam esses números e qual o impacto deles na produção audiovisual?
Os números de 2018 nos revelam que estamos no caminho certo, reafirmando o potencial de recepção que a cidade tem para com as produções audiovisuais. A cada mês, novos projetos e novas equipes nos buscam para receber informações sobre filmar na cidade do Rio de Janeiro. Um produtor que foi atendido uma vez pela Rio Film Commission busca nosso apoio para suas produções seguintes. Isso demonstra que estamos solidificando as bases necessárias que permitem e facilitam que as produções audiovisuais se desenvolvam por aqui. Vemos que o que conseguimos implementar tem levado o produtor a entender que filmar na cidade do Rio de Janeiro é descomplicado.
*Leia também a entrevista com a SP Film Commission.
Entrevista esclarecedora sobre o papel da Rio Film Comission no cenário cultural do Rio de Janeiro.
Parabéns à coordenadora Tânia Pinta e sua equipe pelo trabalho realizado!
Ficamos muito contentes com sua percepção do nosso conteúdo, Filipe! =) Continue nos acompanhando!!