Quais questões são essenciais para fomentar a produção e distribuição de curtas?

O Festival Curta Cinema 2018 realiza sua 28ª edição entre os dias 24 e 31 de outubro. Este ano o Festival ocupa seis importantes salas do circuito exibidor do cinema independente carioca: Estação NET Botafogo 1, 2 e 3, Cinemateca do MAM, Cinemaison e Cine Arte UFF. Em 13 mostras, que englobam 33 programas, serão exibidos cerca de 200 filmes, nacionais e internacionais, que traçam um amplo panorama da atual produção audiovisual em curta metragem. Os destaques ficam para as tradicionais mostras competitivas que qualificam os seus vencedores a uma vaga na disputa para o Oscar na categoria Curta Metragem.

Este ano, pela primeira fez, será realizado o ‘Mercado Curta Cinema’, espaço para debates e informações sobre o mercado audiovisual. Os temas dos painéis serão: ‘Mercado & Festivais’, ‘O Curta na TV’, ‘Academia – a atuação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood para curtas e documentários’, ‘Novas formas de distribuição’, ‘O Curta como negócio: Direitos e Contratos. “A ideia é tratar questões como a atuação de festivais junto ao mercado, a relação entre os curtas e os canais de TV, novas estratégias de distribuição. Questões essenciais para fomentar a produção e distribuição de curtas”, resume Ailton Franco Jr., diretor do Festival. Os painéis ocorrem no Cinema Estação Net Botafogo, sala 3, nos dias 25, 26 e 29 de outubro, em dois horários, 15hs e 17hs. Com acesso gratuito, os interessados deverão se inscrever previamente pelo site do festival.

Este Mercado vem somar um novo perfil às tradicionais Atividades Paralelas, que há mais de vinte anos realiza o Laboratório de Projetos, fonte de novos filmes, e a Masterclass de Direção, que acontecerá no dia 27 de outubro, no MAM, e contará com presença do diretor Silvio Tendler.

 

Outros destaques

Panorama Carioca e o Panorama Latino Americano voltam reafirmando o compromisso do festival com a promoção das produções locais e regionais. Para além das mostras regulares, o Festival também prepara uma série de programas especiais voltados para os temas mais relevantes abordados pelas atuais produções.

Um dos destaques da programação é o VIDEOERA, com curadoria de Laís Azeredo Rodrigues, que mostrará como autores experimentais dos 70 e 80 usaram as câmeras portáteis para produzir uma (nova) experiência de linguagem. Os filmes e vídeos selecionados representam verdadeiros manifestos de uma mudança tanto política como comportamental, possibilitadas pela total liberdade do uso das imagens para produzir trabalhos livres da gramática formal do cinema e da televisão. “A mostra propõe aos espectadores um novo olhar sobre a própria mídia como potência de criação. A produção desses artistas e autores permaneceu, por esses quase 40 anos, praticamente inédita, todos eles seguiram produzindo e se tornaram importantes realizadores na formação da uma estética de pulsões que hoje chamamos linguagem não linear”, resume Laís. Entre as obras históricas, um VHS da oficina de vídeo coordenada por Joaquim Pedro de Andrade, no Circo Voador em 1982, onde realizaram coletivamente Ovídio (parte 1), o roteiro imaginário sobre a história da empregada do protagonista da peça ‘Gigante da Malásia’, criado junto com o público, nas ruas, por Sandra Kogut e Andrea Falcão, que também assinam Egoclip (1985), que traz uma performance da Dupla Especializada  – Alexandre Dacosta e Ricardo Basbaum – pelo Rio de Janeiro nos anos 80, entre outros. No dia 29, a mostra terá uma mesa de conversa, no ESTAÇÃO BOTAFOGO, com as presenças de Sandra Kogut, Ricardo Basbaum, Sandra Sartori (aluna do papa da videoarte Nam June Paik) e André Parente.

Outro destaque do festival é a mostra ‘Manifest’, que nasceu a partir da fusão de três empresas de produção audiovisual francesas com o intuito de fazer parte do princípio da economia solidária, fortalecendo a distribuição de suas produções pelo mundo. Hoje, com cerca de 15 produtoras reunidas, o selo reúne mais de 1300 curtas e 300 prêmios em festivais mundo afora. Para a mostra especial para o Festival Curta Cinema, foram selecionadas 5 produções, com destaque para os inéditos ‘Celui qui brûle / Burning’ (2016), de Slimane Bounia  e  ‘Chahine’, (2018), de Youcef Khemane, além de  ‘La Bouche’, de Camilo Restrepo (2017); Herculanum (2016), de Arthur Cahn; e ‘Belle à croquer/ Delectable you’ (2017) , de Axel Courtière.

Entre as atividades paralelas, o Festival apresenta as ‘Sessões Escola’, voltadas para alunos das redes públicas de ensino do Rio de Janeiro e de Niterói. Na programação, além de exibições no dia 25, em Niterói, e nos dias 29 e 30, no Rio de Janeiro,  dia 28, na Cinemateca do MAM, será comemorado o Dia Internacional da Animação, uma iniciativa da ABCA – Associação Brasileira de Cinema de Animação, que conta com a parceria do Festival Curta Cinema. Outra atividade paralela é o ‘Júri Jovem’, iniciativa pioneira no país, em parceria com o Centro Técnico Audiovisual do MinC, que seleciona três jovens para premiarem filmes nas competições Nacional e Internacional.

Nesta edição, também será lançado o livro ‘Ensaios Curta Cinema’, que aborda temas como transmídia e multiplataformas, narrativa digital, além de um recorte histórico e outro contemporâneo sobre a produção brasileira no formato. A publicação também fala sobre a programação de curtas na TV Paga, distribuição internacional e o curta como negócio.

Entre os convidados internacionais, que participam do júri e do mercado, o Festival Curta Cinema recebe Tom Oyer, diretor associado da Academia de Ciências Cinematográficas de Hollywood e responsável por curtas e documentários candidatos ao Oscar. Além dele, Linda Olszewski, conhecida na indústria do entretenimento como “Linda O.”, uma das pessoas mais apaixonadas e conhecedoras da indústria de curtas-metragens. Linda é membro da AMPAS (Academia de Artes e Ciências Cinematográficas) na seção de Curta-metragem e Animação de Longa-Metragem, e supervisionou as aquisições dos lançamentos Oscar Shorts Teatral / VOD / Airlines / iTunes / Amazon, desde 2006.

O Festival Curta Cinema é financiado pelo Edital número 11 da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e FSA – Fundo Setorial do Audiovisual, pelo edital de Fomento ao Audiovisual da Prefeitura de Niterói e tem copatrocínio da Riofilme.

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