Durante o II Fórum Mostra, programação da 42ª Mostra Internacional de SP, jovens cineastas, estudantes e interessados em conhecer melhor o mercado audiovisual, tiveram contato com profissionais que representam importantes elos da cadeia, dentre eles estava Bárbara Sturm, diretora de conteúdo da Elo Company e responsável por aquisições e análises de projetos. Recentemente, a empresa criou o Selo “Elas” para incentivar longas dirigidos por mulheres.

Bárbara conta com experiência de mais de 10 anos no mercado audiovisual com passagens também pelas áreas de programação e exibição de filmes na Pandora Filmes e Cine Belas Artes São Paulo e é fundadora e curadora do Cineramabc – Festival Internacional de Cinema de Balneário Camboriú.

O workshop abordou os primeiros passos de um projeto e como os interessados devem se comportar para vender os seus projetos. O painel chamou a atenção principalmente pelo perfil do público e pela quantidade de jovens profissionais e estudantes interessados no mercado, o que demonstra a renovação constante desse mercado.

Em entrevista especial ao Prodview, Bárbara comentou quais os caminhos que esses jovens profissionais devem seguir para iniciar um projeto, dicas e a visão de mercado e contexto social e político que devem ter.

–  Quais são os caminhos que quem está começando deve percorrer?

Tem dois caminhos, o primeiro é o caminho artístico: que história é essa? Por que ela deve ser contada? Qual é a relação dela com o mundo real? Isso vai ajudar a entender o potencial do projeto e o outro caminho é a noção executiva, financeira. Não adianta ter uma história boa se você não consegue concretizar essa história ou ter uma história boa que custa muito e que vai demorar anos para captar esse investimento. Um bom projeto é a união de uma boa história e de uma boa capacidade de produção.

– Quais dicas você daria para quem está começando?

Participar dos eventos, ir na Mostra, assistir os filmes, entender as mesas, que assuntos tiveram aqui? Por que esses assuntos são relevantes para o momento? Por que estão falando sobre o FSA, o que está acontecendo com ele? Por que estão falando do VOD? Por que tem uma mesa de distribuição? Isso é muito importante.

É também importante ler jornal, ver TV, ver filme no cinema, entender as plataformas on demand para você ter noção de como consumidor de onde você quer chegar com o seu projeto. Porque no fundo todos nós trabalhamos com o expectador, é nele que a gente pensa.

Por exemplo, você não precisa necessariamente fazer um filme feminista porque o feminismo está em voga, mas você precisa entender como o mundo está caminhando em certos assuntos para entender a sua história. Então, é um filme polêmico? Político? Social? Agressivo, fascista? Homofóbico…enfim. Tem que entender a realidade que a gente vive, que a gente está. Qual é o meio em que estamos inseridos e de quais histórias estão falando?

Além disso, se eu quero um filme que vai para Cannes, que filmes ganharam nos últimos anos? Quais filmes foram selecionados? Quais filmes tiveram críticas ruins e críticas boas?

– Falta uma relação direta com a visão de mercado?

O produtor, diretor tem um outro ponto de vista, ele está criando uma obra audiovisual, é fundamental que ele entenda os aspectos executivos da obra que ele está criando e defenda isso, mas também é muito importante de que a hora que ele vai para o mercado, que trabalha com o business, isso seja levado como um produto.

É esse limite entre a obra que você está produzindo, que tem as suas razões, e o quanto essa história vai gerar de interesse, que é exatamente esse limite do porque ele é bom para você e porque ele é um bom projeto.

E mais….

Elo Company leva conteúdo audiovisual brasileiro para o China International Import Expo (CIIE)

A Elo Company foi selecionada como empresa expositora da China International Import Expo (CIIE), primeira grande feira multinacional de importação na China. Organizada pelo Ministério do Comércio (MOFCOM), a feira tem o objetivo de promover as exportações de produtos estrangeiros na China, segundo maior mercado consumidor e importador de todo o mundo.

Durante a CIIE, a Elo Company deve apresentar seu catálogo, incluindo filmes premiados, documentários da natureza do futebol como “Santos de Todos os Gols” e “História de um Sonho”, além de animações como “Nina and The Guardians”, “Astrobaldo” e “O Menino e o Mundo”.

Com a maior população do globo, a China possui 40% dos internautas mundiais com três das maiores plataformas de VOD do mundo e a maior bilheteria de cinema, além de diversos canais regionais.

“Além de propulsor da economia mundial e maior parceiro comercial do Brasil, a China está sedenta por mais conteúdo audiovisual. O mercado é complexo, a regulamentação e a barreira de entrada são grandes, porém o mercado de televisão e video on demand é enorme e com ótimas oportunidades para quem souber navegar por esses mares, como sempre, adoramos desafios e lá estaremos”, afirma Sabrina Nudeliman, CEO da Elo Company.

Nos últimos cinco anos, a Elo negociou cerca de 15 títulos para as principais plataformas chinesas de video on demand (VOD), como Bilibili e IQIY, e canais de TV como Moores International e CIBN. Entre os títulos estão “ZICO“, “Ilustrando História“, “Carrapatos e Catapultas” e “Gui e Estopa“.

A China International Import Expo (CIIE) acontece entre os dias 5 e 10 de novembro em Xangai.