CineBH 2/11: Estudo de caso sobre “Meu Nome É Bagdá” e a arte como voz da resistência

Nesta segunda-feira, 2 de novembro, encerraram-se dois eventos paralelos: a 14ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o fórum de mercado e coprodução, 11º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, ambos organizados pela Universo Produção. Para finalizar a programação, que se manteve intensa e íntegra às propostas dos eventos independentemente da realização digital em meio à pandemia, o último dia dos eventos contou com três debates e um estudo de caso sobre o longa nacional “Meu Nome É Bagdá”, da cineasta Caru Alves de Souza.

Tal estudo de caso se deu porque o longa-metragem passou pelo evento de coprodução, Brasil CineMundi em 2017 enquanto ainda era um projeto, chamado na época de “Bagdá – Cenas do Cotidiano”. Neste ano de 2020, o filme conquistou espaço no Festival de Berlim, no qual ganhou o Grande Prêmio da categoria Generation 14 Plus. Apesar do sucesso inicial, foi necessário repensar a divulgação do longa já que, logo em seguida, foi-se declarada a situação de pandemia de COVID-19 pela Organização Mundial da Saúde. Assim, com mediação de Pedro Butcher, curador da CineBH e colaborador do Brasil CineMundi, a mesa-redonda envolveu também a diretora do filme, Caru, e a produtora, Rafaella Costa.

Já sobre os debates, foram eles:

– As Telas em Transe na Pandemia – Parte 2: O painel, que é a segunda parte de um todo, abordou o impacto do audiovisual no trabalho de quem até então dependia das chamadas “artes vivas”, desafiadas em meio à pandemia. O encontro contou com mediação de Daniele Avila Small, curadora CineBH, e com a participação de Guilherme Diniz, ator, pesquisador e crítico teatral; Laís Machado, criadora da vídeo-performance “Canção das Filhas das Águas”; e Mauricio Lima, diretor e dramaturgo de “Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro”. Vale lembrar que esta última performance foi exibida no sábado, 31/10.

– Roda de Conversa | Estética e criação a partir da história e da violência: Com mediação de Marcelo Miranda, curador da CineBH, o debate foi composto pelos cineastas Beatriz Seigner, diretora do filme “Entre nós, um segredo”; Cleyton Xavier, diretor do filme “Rodson ou (onde o sol não tem dó)”; e Rodrigo Aragão, diretor do filme “O Cemitério das Almas Perdidas”. Juntos, falaram sobre a história do dito “Terceiro Mundo” que, como afirma a programação oficial, “é marcada por colonialismo, migrações diversas, violências várias e tentativas constantes de sobrevivência dos povos oprimidos”. E no meio desse cenário, a arte atua como uma voz de resistência.

– Roda de Conversa | Mostra A Cidade em Movimento – A paz é branca ou a resistência tem cor: A última roda de conversa da Mostra A Cidade em Movimento reuniu obras que expressam resistência e a voz negra, aproveitando para celebrar o Quilombo Souza, em Belo Horizonte. Novamente com mediação de David Maurity, o debate teve a participação especial de Maya Quilolo, antropóloga, mestre em comunicação e realizadora audiovisual; bem como dos cineastas: Josi Félix, codiretora de “Kilombo Souza – Memória, História e Resistência”, Mel Jhorge, diretora de “Coragem!”; e Catapreta, diretor de “Calmaria”.

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