II Seminário da CONNE: descentralização do mercado e mudança junto à ANCINE

Alinhado ao 28º Cine Ceará, realizado em Fortaleza (CE) entre 3 e 11 de agosto, foi promovido o II Seminário Descentralização da Produção Audiovisual no Centro-Oeste, Norte e Nordeste – CONNE, com realização da Associação Cultural Cine Ceará e da CONNE – Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste, que reúne produtores, realizadores, gestores e representantes de instituições públicas e privadas de 20 unidades federativas dessas regiões. As inscrições para participação eram gratuitas.

Ao todo, foram seis mesas de debate nos dias 6 e 7 de agosto no Hotel Oásis Atlântico, além de também ser realizado o Encontro Macrorregional CONNE, que reuniu representantes dos Estados para propostas para o triênio 2018, 2019 e 2020.

Entre os temas das mesas-redondas estavam o papel das instituições no desenvolvimento audiovisual, políticas estaduais, eventos de mercado para promover audiovisual do Nordeste e formação dos profissionais desse setor. Um dos debates de destaque foi o de abertura, chamado “As Políticas de Desenvolvimento da ANCINE, MinC e SAv para as Regiões CONNE – Garantias de uma Política de Continuidade e Ampliação”.

Logo após a realização do evento, inclusive, a ANCINE divulgou a realização de um encontro especial com o diretor-presidente da agência, Christian de Castro; o Secretário de Políticas de Financiamento, Ricardo Pecorari; e representantes do CONNE, também em Fortaleza. A reunião faz parte de um movimento da ANCINE para se reunir com associações regionais do audiovisual de várias regiões do País.

Reunião entre ANCINE e CONNE abordou linhas de investimentos

De acordo com comunicado oficial da entidade, foi diagnosticado que a linha de cinema não recebia demanda suficiente das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, sem “arranjos entre distribuidoras brasileiras independentes e produtoras independentes em volume suficiente”, segundo fala de Christian de Castro. O executivo afirma, então, que a agência optou por abrir uma modalidade exclusiva para projetos de produtoras do CONNE e FAMES – Fórum Audiovisual de Minas Gerais, Espírito Santo e dos Estados do Sul do Brasil. “Aumentando a descentralização dos recursos e a ampliando a produção audiovisual”, explica Christian.

A ANCINE também aproveitou para falar sobre as atuais linhas de investimento, são elas:

  • Editais da SAv, no valor total de R$ 80 milhões, sendo 30% (24 milhões) destinados às regiões CO, N e NE;
  • Linha Seletiva para Cinema, no valor total de R$ 100 milhões, sendo 30% (30 milhões) destinados às regiões CO, N e NE;
  • Linha para TVs Públicas, no valor total de 70 milhões, sendo 60% (42 milhões) destinados às regiões CO, N e NE;
  • Linha de Coinvestimento Regional, no valor total de R$ 90 milhões, sendo 50% (45 milhões) destinados às regiões CO, N e NE;
  • Linha de Fluxo Contínuo para TV, no valor total de R$ 130 milhões, sendo 30% (39 milhões) destinados às regiões CO, N e NE;
  • Linha de Fluxo Contínuo para Cinema, no valor total de R$ 150 milhões, sendo R$ 25 milhões exclusivos para as regiões CO, N e NE, na modalidade C. E ampla concorrência nas modalidades A e B (total de R$ 125 milhões).

Mais detalhes sobre as linhas estão no site oficial da ANCINE.

Sobre o 28º Cine Ceará

A edição de 2018 do evento teve como principal vencedor o longa Petra, uma coprodução Espanha-França-Dinamarca, que ficou com cinco dos doze prêmios do encontro, incluindo o Troféu Mucuripe de Melhor Longa-metragem e de Melhor Direção (Jaime Rosales). O filme cearense O Barco, de Petrus Cariry, ganhou quatro prêmios, entre eles Melhor Fotografia (Petrus Cariry) e Melhor Trilha Sonora Original (João Victor Barroso), além do prêmio Olhar Universitário.. Já o chileno Cabras de Merda, de Gonzalo Justiniano, ficou com dois troféus, enquanto a coprodução Portugal-Brasil Diamantino, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, levou o de Melhor Montagem (Raphaelle Martin-Holger).

Dos curtas, o destaque brasileiro ficou com Nova Iorque, de Leo Tabosa, que ganhou o Troféu Mucuripe de Melhor Curta, o Prêmio da Crítica, o Prêmio Mistika e o Prêmio Cia Rio. Também ganharam troféus e prêmios em dinheiro os curtas O Vestido de Myriam, de Lucas H. Rossi, e A Canção de Alice, de Barbara Cariry.

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