“O Mercado de Ideias é um importante somatório do que já vem acontecendo”, diz Mauricio Ramos, diretor-presidente da Spcine

Em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e a Spcine, a 42ª Mostra Internacional de São Paulo realizou o primeiro encontro Mercado de Ideias Audiovisuais, que reuniu no Hotel Renaissance, produtores de longas-metragens em desenvolvimento para apresentarem seus projetos a potenciais parceiros. Foram 20 participantes de rodadas de conversas, selecionados entre 195 inscritos.

O encontro teve como base dois eixos, a categoria internacional e a regional.

Na Categoria Internacional, 10 produtoras de diversas partes do país foram selecionadas para apresentar suas ideias a fundos internacionais, coprodutores, festivais e agentes de venda internacional, como as empresas CDP Productions (França), Films Boutique(França/Alemanha), Hubert Bals Fund (Holanda), Komplizen Film (Alemanha), Kwassa Films (Bélgica), Les Films du Fleuve (Bélgica), New Europe Film Sales (Polônia), Salem Street Entertainment (EUA), Under the Milky Way (França/VOD) e Urban Distribution (França).

Já na Categoria Regional, 10 produtoras localizadas fora da capital paulista foram selecionadas para apresentar seus projetos de longas-metragens aos seguintes produtores de São Paulo: GullaneO2 FilmesBossa Nova FilmsPródigoPrimo FilmesCoração da SelvaMixerAcademia de FilmesNúcleo Movie&Art/Casa Redonda e Dezenove Som e Imagens.

“A Spcine, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, se orgulha em estar novamente no rol das instituições parceiras deste que é um dos eventos cinematográficos mais relevantes do País”, ressalta Mauricio Andrade Ramos, diretor-presidente da Spcine.

Spcine é a empresa de cinema e audiovisual de São Paulo. Atua como um escritório de desenvolvimento, financiamento e implementação de programas e políticas para os setores de cinema, TV, games e novas mídias. O seu objetivo é reconhecer e estimular o potencial econômico e criativo do audiovisual paulista e seu impacto em âmbito cultural e social.

Em entrevista especial ao Prodview, o diretor-presidente da Spcine comentou a importância da iniciativa do Mercado de Ideias Audiovisuais, as categorias e a expectativa em tornar o encontro fixo dentro da programação oficial da Mostra. Confira:

– Como você avalia a importância desse encontro no cenário audiovisual brasileiro?

Estamos perfeitamente conscientes de que não é o encontro em si uma novidade e nem a questão de ter focado em coproduções internacionais e regionais. Mas ele é um importante somatório do que já vem acontecendo no Brasil com outros encontros em torno desse tema.

– O nome sugere um espaço amplamente aberto para muitas situações. Isso foi proposital?

O Mercado de Ideias, acima de tudo foi pensado como um grande momento de troca, não só de confraternização, mas de troca técnica, troca criativa, entre os parceiros desse mercado, que hoje tem uma significativa presença em São Paulo.

Desde as distribuidoras, as pequenas e médias produtoras, como todo o parque de equipamentos, e até incluindo uma das atividades principais da Spcine e a São Paulo Film Comission, São Paulo hoje é uma cidade que está se estabelecendo ainda, não é uma luta pequena, é uma luta grande, para ser uma cidade amiga, “friendly”, para a filmagem. Então esse universo de trocas é o que a gente quer que seja o esteio, que seja o centro do mercado de ideias, por isso esse nome que é bem abrangente, mas ao mesmo tempo passa a ideia central que é essa. Agora, tem um fundo, um centro, que é as coproduções internacionais e as regionais.

– Porque a escolha do eixo coproduções internacionais?

A inspiração disso também não é nenhuma grande genialidade, mas basicamente a internacional visa juntar esse parque produtor e essa tradição no cinema paulista e paulistano de fazer filmes. A gente sempre peca quando vai definir, mas fazer filmes autorais, fazer filmes de valor artístico, de relevância, de linguagem, tentando buscar uma das funções de um filme desses que é viajar, que é poder estar nos festivais mundo a fora, levando a nossa cultura e a coprodução internacional definitivamente é a maneira mais moderna e mais objetiva de você atingir isso.

– E a regional?

Na regional, a ideia central parte da situação de que hoje, através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), com as cotas regionais, com as aplicações regionais feitas no Brasil todo, endereçando recurso para a região Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sul, propor um encontro desses produtores com produtores paulistas em busca de uma  coprodução e nessa coprodução está uma troca real de conhecimento, de expertise para transferir isso para os estados e que lá eles vão crescer e formar suas bases do audiovisual.

– É possível garantir o II Mercado de Ideias na próxima Mostra?

Nós incentivamos a Mostra, que está na sua 42ª edição, a prefeitura e na sequência a Spcine que é o braço de desenvolvimento do audiovisual da prefeitura, a Spcine, que começou a operar em 2015 e se fez presente nesses quatro anos e aí podendo ser mais efetiva e objetiva com essa participação. A ideia do mercado é uma ideia que nasce conjunta entre o apoio que a Spcine já faz junto com a Mostra, eu tenho impressão que veio para ficar.

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