Da graduação à especialização, EBAC lança cursos para audiovisual com apoio do mercado e da ANCINE

EBAC – Escola Britânica de Artes Criativas lançou na última semana uma série de cursos voltados para o mercado audiovisual. No total, são 14 cursos que contemplam desde cursos de iniciação e graduação, até a especialização na área, indo além da formação técnica e oferecendo conhecimento de gestão para o mercado. À frente desse projeto está o britânico Kevin Fenemore, coordenador dos cursos de Audiovisual e Computação Gráfica da EBAC.

Na quinta-feira, 11/7, a instituição realizou um evento para lançar oficialmente os cursos, tendo, inclusive, um painel de debate com profissionais-referência do audiovisual e a presença do diretor-presidente da ANCINE, Christian de Castro, para quem o lançamento dos cursos representa uma aposta da EBAC no setor. “Ter a oportunidade de ver essa coragem da EBAC de apostar a longo prazo no mercado e nas pessoas do mercado vai valer a pena. É um investimento de altíssimo risco que mostra para os investidores do setor que estamos aqui para gerar educação, emprego e valor”, disse o representante da ANCINE.

Para a EBAC, o apoio da agência e do próprio mercado foi considerado essencial. Segundo Rafael Steinhauser, presidente do conselho consultivo da escola, diversas empresas do setor foram consultadas. Entre elas, estão FoxO2 FilmesProdigo FilmesVetor ZeroLos BragasBoutique FilmesDOT CineCafé RoyalThe FoundrNetflix e SideFX. “Acredito muito nessa interação entre educação, indústria e poder público. Só juntos conseguimos progredir. Esta é nossa entrega ao setor de audiovisual brasileiro: uma educação de qualidade”, afirmou Steinhauser durante a abertura do evento.

Debate do Audiovisual: Educação, Desafios & Oportunidades

Para conversar sobre o mercado a partir do ponto de vista de suas experiências, foram chamados os profissionais Chico Neto, da DOT Cine; Marcelo Trota, ABC – Associação Brasileira de Cinematografia; Marianna Sousa, presidente da APRO – Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais; Rita Moraes, da Los Bragas; e Zico Goes, da Fox. Além disso, foi convidada Malu Andrade, ex-EBAC e atualmente da Spcine, como mediadora.

Das mensagens de concordância entre os participantes, a riqueza de diversidade do Brasil e seu potencial criativo foram pontos unânimes. “A força maior do Brasil é a diversidade. Somos o segundo mercado da Netflix, um povo altamente conectado e aberto a teste. Como empreendedora, acredito que o mercado brasileiro vai crescer conforme criarmos lideranças da economia criativa”, disse Rita Moraes. A executiva defendeu que a realidade da maioria das empresas do audiovisual no Brasil é de empreendedorismo e que, por isso, é necessário que existam cursos com inteligência de mercado da indústria criativa.

Profissionais Zico Goes, Marianna Sousa e Rita Moraes. Foto por: Iara Morselli

“Queria eu ter tido todos esses cursos como oportunidades”, brincou Zico Goes. “O audiovisual precisa de bons comunicadores porque da ideia à realização tem um longo caminho. É preciso saber colocar a ideia no papel e comunicar com o público, a ideia não é para você, mas para o público”, completou o diretor. Por outro lado, para Marianna, da APRO, associação que tem grande conexão com o setor de publicidade, este também é um momento para as produtoras educarem essa parcela do mercado audiovisual para que não se dependa apenas da propaganda tradicional, mas também possa explorar mais outros conceitos como branded content e o branded entertainment.

Já na área de pós-produção, Chico Neto da DOT Cine, apontou 3 principais “fraturas” ou dificuldades do setor: 1. Difícil acesso a mais extratos sociais por ser uma área ligada à tecnologia e com a necessidade de saber muito bem o Inglês para atuar nela; 2. A dificuldade temporal do setor, que naturalmente demanda mais tempo para fazer os investimentos valerem a pena por serem mais altos e em tecnologia, porém os ciclos econômicos brasileiros são um entrave para essa faceta; 3. Educação de qualidade, afinal, ainda existem muitos assuntos que os profissionais tendem a buscar tutoriais informais como único meio de aprendê-los, o que é tão preocupante para Neto quanto a qualidade do ensino superior. “A distância entre a teoria acadêmica e a realidade do mercado de trabalho é uma fratura muito grande, bem como a ausência de gestores. Precisamos deles para trabalharmos enquanto indústria”, afirmou.

Malu Andrade e todos os participantes, inclusive, criticaram a postura defensiva do setor audiovisual, no qual as produtoras e outras empresas tentam esconder o que fazem para tentar se proteger. Para os profissionais do debate, essa atitude mais destrói o mercado do que o contrário. Além disso, para Marcelo Trotta, o setor precisa começar a ler e falar bem de si mesmo. “Precisamos sair desse lugar autodepreciativo, somos muito respeitados lá fora. O Brasil pode ser um hub de produção audiovisual na América Latina”, declarou o executivo.

Além disso, todos também concordaram sobre a necessidade de aproveitar os recursos públicos, porém sem deixar de procurar e incentivar o capital privado. “Para fazer esse negócio funcionar precisamos fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mercados diferentes, criativos diferentes, produtos diferentes, países diferentes, para fazer dar certo. Temos algo que outros mercados não têm tanto que é a quantidade de talento criativo. Agora temos que trazer a grana do privado e isso só se consegue com dados e definição dos riscos do setor”, comentou Christian de Castro, da ANCINE.

Os novos cursos EBAC

Confira os 14 cursos da escola para o audiovisual:

Iniciação
– Audiovisual: Fundamentos
– Computação Gráfica: Fundamentos

Graduação Internacional – British Higher Education
– BA (Hons) 2D Animation & Character for Digital Media (Animação e Personagens 2D para Mídia Digital, em tradução livre)
– BA (Hons) 3D Computer Animation & Modelling (Animação Digital e Modelagem 3D)
– BA (Hons) 3D Games Art & Design (Arte e Design 3D de Jogos Eletrônicos)
– BA (Hons) Visual Effects for Film and TV (Efeitos Visuais para Filme/Cinema e Televisão)
– Year Zero: Computer Graphics and Film Production (Ano Zero: Computação Gráfica e Produção Fílmica)

Especialização
– Animação 2D
– Cinematografia para Filmes e Séries
– Digital Imaging Technology – DIT (Tecnologia Imagética Digital, em tradução livre)
– Edição de Filmes
– Motion Design (Design de Movimento)
– Produção e Coordenação para Filmes e Séries
– Roteiro para Filmes e Séries

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