Com direção de Silvio Guindane, a ficção “Mussum, o Filmis”, traz a trajetória de Antônio Carlos Bernardes – popularmente conhecido como Mussum – desde a sua infância, percorrendo a sua carreira militar, a relação com a Mangueira e os Originais do Samba, até a sua consagração em Os Trapalhões.

O longa, que é um dos destaques no Mostra Praça e foi exibido no domingo (21) na Mostra Tiradentes, é composto por mais de 90% de atores pretos no elenco, entre os quais Ailton Graça, Neusa Borges, Cacau Protásio, Yuri Marçal e Thawan Lucas Bandeira.

O projeto, que vem sendo trabalhado há 10 anos, vivenciou uma troca de diretores, mas foi Silvio Guindane quem assumiu o comando. “Muito mais que uma história de ficção, de um personagem relevante da cultura brasileira, é abordada uma outra face e outras histórias que todos nós acompanhamos mas que acabam não sendo contadas: as histórias de mães brasileiras solos que batalham para criar os seus filhos”, comenta o diretor. 

Guindane citou ainda sobre uma das passagens finais mais importantes do filme, no qual aborda esse contexto geral proposto pelo longa “O Mussum falava para as crianças, em que ele dava aquele discurso “Mangueira para o amanhã”, que foi o que salvou da depressão depois da morte da sua mãe. Pois, esse filme na verdade, quando eu entrei nele, era um filme sobre uma mãe e um filho. Ora, nós estamos no Brasil, um país de uma família matriarcal, principalmente preta e para as pessoas pobres pretas é essencialmente matriarcal. Então é um filme sobre a relação da mãe com o filho, da relação das escolhas, da possibilidade de realizar escolhas”.

A obra está disputando a Categoria de Júri Popular da Mostra.

A produção é da Camisa listrada, com co-produção da Panorama Filmes, Telecine, Globo Filmes e Globoplay.

A Mostra Tiradentes teve início no dia 19 de janeiro e segue até o 27 de janeiro em Tiradentes, Minas Gerais.

*Texto produzido em colaboração com Fabiane Watanave