Executivo da ARVORE faz análise do mercado de experiências imersivas

A realidade virtual (VR) e outras experiências imersivas são temas recorrentes de debates no meio audiovisual, além de representarem um mercado em crescimento e com alto potencial financeiro, cultural e midiático. Para entender melhor esse mercado em ascensão, o Prodview entrevistou o COO da ARVORE Immersive Experience, Rodrigo Terra.

Momento da tecnologia e do conteúdo imersivo

Segundo o executivo, atualmente já existem quase 7 milhões de óculos VR High-End, que são dependentes de um computador para oferecer uma experiência superior, enquanto os óculos Mobile VR têm números ainda maiores, tendo crescido muito conforme cada vez mais celulares baratos têm se tornado capazes de reproduzir vídeos 360°.

Nesse contexto, Terrra afirma que o Brasil deve representar 1%, enquanto os EUA e a Ásia (China, Japão e Coreia do Sul) são os mais expressivos ao lado de países europeus como Reino Unido, Alemanha e França. “O mercado está crescendo, mas conforme a tecnologia melhorar mais o conforto visual e ergonômico, melhorar o processamento gráfico e o aumento de sensores para trazer mais camadas de imersão para as experiências e cada vez mais mobile, sem fios, seu uso pelas pessoas vai começar a ganhar mais adesão”, declara, destacando que já existem usuário que consomem conteúdo VR em casa ou ainda em espaços que Terra apelidou de “Arcades”, que reúnem experiências imersivas para consumo in loco.

Dando foco ao Brasil, as barreiras de entrada da tecnologia são iguais no País às que ocorrem em outros lugares do mundo: “preço alto dos óculos, falta de biblioteca de conteúdo que justifique um investimento, a curva de aprendizado para aderir a um a nova tecnologia, a um novo meio de comunicação, que vai exigir uma mudança de paradigmas de interação tem um custo alto psicológico e econômico”. Por isso, Terra explica que a ARVORE acredita que por aqui o uso de espaços “Arcades”, que reúnem realidade virtual, mista e aumentada entre outras experiências, podem ser o caminho para ampliação da base de mercado.

Assim, a empresa abriu uma iniciativa desse tipo, chamada Voyager, que já opera com sua primeira unidade em São Paulo, no Shopping JK Iguatemi. A ideia, segundo Terra, é de fomentar o meio no Brasil enquanto o mercado de usuários domésticos cresce aos poucos.

Os desafios da ARVORE

Terra contou ao Prodview sobre a criação da ARVORE. Em 2016, Terra fez parte de um grupo de sócios formado também por Ricardo Justus e Edouard de Montmort, que se juntaram para refletir sobre o que seria construir um negócio baseado totalmente em inovação disruptiva no País. A ideia era atuar nessa área na qual convergem a tecnologia e o audiovisual, porém com “uma proposta de fazer produtos globais, atacar o mercado externo e fomentar o mercado interno”.

Assim, em 2017, a ideia cresceu e, para torná-la realidade, os sócios formaram o que chamam de “time de jedis”, reunindo talento complementares e multidisciplinares. Para Terra, a capacitação profissional é um dos grandes desafios da ARVORE e do mercado em geral, pois essas experiências exigem o trabalho de diversas áreas convergentes.

Além disso, outros desafios comuns a quem trabalha nessa área é acompanhar a evolução da base de usuários e crescer a operação tanto dentro quanto fora do País. Porém, o setor tem oportunidades significativas para o executivo, que aponta algumas como “o nivelamento de competição global, já que empresas do mundo inteiro estão no mesmo estágio e aprendendo a fazer, investindo em descobrir novas linguagens e usando novas tecnologias exponenciais para criar produtos e propriedades intelectuais que entrem na competição pela atenção dos novos consumidores”.

Com todo esse cenário, a ARVORE logo de início abriu uma divisão de laboratório de pesquisa, criou experiências para consumidor final e conquistou prêmios com VR game antes mesmo do lançamento oficial, além de marcar presença em festivais e outros eventos brasileiros e mundiais.

Importância de eventos

A empresa esteve em relevantes eventos do setor audiovisual como a MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo, o Mediamorfosis e estará, claro, o maior evento nacional voltado ao mercado de experiências imersivas: o Hyper Festival Brazil, que será realizado em 27 de outubro, tendo parceria e desconto em ingressos para leitores do Prodview. Neste último evento, quem representará a empresa é a diretora Ana Ribeiro, que falará sobre seu game VR Pixel Ripped.

Para Terra, garantir a participação da ARVORE em encontros como esses é imprescindível. “A MAX, por exemplo abriu portas desde sua primeira edição em 2016 para discutir e promover esse audiovisual expandido”, afirma. Ele reforça que essas foram oportunidades de produtores e outros profissionais do meio audiovisual se atualizarem nesse nosso mercado.

“Experiências imersivas fazem parte do setor audiovisual quando entendido o setor para além do áudio e vídeo. São novas maneiras de contar histórias, criando vivências por meio de estímulos em outros sentidos como tato, paladar, olfato etc. e fazem parte de uma nova premissa de narrativas de imersão”. Terra defende que o setor precisa se atualizar rapidamente para absorver esse conhecimento que está nascendo para continuar a inovar.

Assim, as dicas que o profissional deixa para produtoras e profissionais da área é estudar, se informar, ir a esses eventos e testar. Porém, principalmente errar muito e propor sempre. “Novos formatos só serão criados se os produtores e profissionais arriscarem sem medo de errar. É possível começar com muito pouco investimento e o mais importante é dedicar tempo para experimentar, errar e seguir adiante”, conclui.

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